FRASE:

FRASE:

"Se deres um peixe a um homem, vais alimenta-lo por um dia; se o ensinares a pescar, vais alimenta-lo a vida toda."

(Lao-Tsé, filósofo chinês do séc. IV a.c.)

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segunda-feira, 17 de novembro de 2014

BATENDO NA MESMA TECLA

Os parágrafos abaixo não são de minha autoria, mas foram pinçados da seção EDUCAÇÂO da revista VEJA DIGITAL. Não tenho formação para estabelecer critérios na área de educação, mas até um leigo pode perceber a correlação entre educação e o desenvolvimento de um país.
Não me canso de citar a Coréia do Sul como um exemplo de país que está colhendo os frutos dos seus investimentos em educação. 
Alguém conhece alguma nação que se desenvolveu apenas dando cada vez mais assistência aos pobres?
Assim, exponho aqui alguns trechos que expressam as conclusões de quem entende do assunto.
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Por que investir na primeira infância pode mudar o Brasil

Por volta dos dois anos de idade, o cérebro do ser humano atinge o pico de sua atividade. Nessa fase, é possível estabelecer até 700 novas conexões neuronais por segundo — praticamente o dobro de sinapses executadas aos dez anos de idade, de acordo com estudos feitos pela Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos. É nessa fase que se formam as bases de aprendizado que serão utilizadas ao longo de toda a vida. Entretanto, mais de 200 milhões de crianças ao redor do mundo nessa faixa etária não conseguem atingir seu pleno potencial cognitivo por estarem expostas a fatores como subnutrição, pobreza, violência e aprendizagem inadequada.
No Brasil, a vulnerabilidade social atinge 21,6% das crianças de zero a três anos, segundo dados da ONG Todos Pela Educação, com base na Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (Pnad) 2013. Na zona rural, a taxa sobe para 40%.



Tem que ser na base: Segundo James Heckman, estudos demonstram que os investimentos na educação de crianças de 0 a 3 anos têm uma taxa de retorno muito maior do que os investimentos feitos na educação durante a escola, ou na faculdade.

Para o Banco Mundial, instituição que financia projetos em países em desenvolvimento, reverter essa situação não é apenas uma necessidade ética, mas também uma atitude inteligente do ponto de vista econômico. “O prejuízo causado para os cofres públicos para contornar problemas como baixa escolaridade, falta de segurança e mortalidade infantil seria incomparavelmente menor se os recursos fossem destinados para estimular o bom desenvolvimento das crianças na primeira infância", defende Claudia Costin, diretora da área de educação do Banco Mundial.

Incremento na renda e qualidade de vida — O crescente movimento em torno desse tema nos últimos anos tem como percussor o economista americano James Heckman, ganhador do prêmio Nobel de Economia em 2000. Ao longo dos últimos dez anos, Heckman fez dezenas de análises sobre educação infantil e comprovou que o investimento na primeira infância pode resultar em um incremento de renda de até 60% de adultos que frequentaram creches, se comparado a pessoas que não fizeram essa etapa de ensino. "O investimento em educação infantil significa investimento em capital humano. Um dos estudos, realizado em uma pré-escola chamada Perry, nos EUA, mostrou que após cinco anos, 67% das crianças que tiveram acesso à educação desde cedo registraram QI acima de 90 - no grupo que pulou essa etapa, apenas 28% atingiu esse patamar", afirmou o pesquisador ao site de VEJA.


Ainda de acordo com Heckman, após 14 anos, o grupo que participou do programa de educação infantil teve o triplo de notas satisfatórias ao longo da vida escolar em comparação com estudantes que não tiveram o mesmo acesso. "Também houve impacto significativo na redução do envolvimento com criminalidade e até mesmo na capacidade de manter uma relação afetiva estável", conclui.

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Conclusão:

Combater a pobreza é desenvolver o país! 
Assistir aos pobres é uma necessidade emergencial, mas é urgente começar realmente a erradicar a pobreza, evitando que as próximas gerações sejam formadas por carentes, que dependerão eternamente de assistência! 

Erradicar a pobreza é investir em crianças que estão agora a nascer, dando-lhes desde o início educação de qualidade! Acabem com a pobreza do homem de amanhã, dando educação básica de qualidade à criança de hoje!
Claro que os frutos só serão colhidos a longo e médio prazo. A princípio, os esforços neste sentido nem serão percebidos e os resultados não aparecerão no mesmo mandato político. Talvez este o maior empecilho para os governantes, que querem plantar a jabuticaba e come-la no dia seguinte! (Eu tenho um pé há mais de sete anos que só agora ameaça dar os primeiros frutos...)
Eles não gostam que seus sucessores colham os frutos que eles plantaram, e virem "milagreiros" de plantão, gozando dos resultados que receberam! 
Precisamos urgente de gente que ame o país o suficiente para pensar nas gerações futuras, que serão o futuro do país!

quinta-feira, 14 de março de 2013

HABEMUS GRAMA!

A grande notícia internacional da semana deve ser a eleição do novo papa. O cardeal argentino Mario Jorge Bergoglio tornou-se o Papa Francisco, primeiro de sua linhagem, primeiro da ordem jesuíta e primeiro não-europeu.

Mario Jorge Bergoglio, o Papa Francisco: este jogo os hermanos venceram com olé...

Meio embaraçoso para alguns gaúchos da fronteira, para quem o único argentino na bíblia teria sido Judas Iscariotes, como consta na anedota sobre um padre que tinha implicância com nossos irmãos portenhos.
Que aliás, apesar de grandes rivais no futebol, adoram nossas praias e caipirinhas e são donos de metade de Búzios.
Mas, aqui, no Rio, o acontecimento local que mais gerou comentários foi a volta da grama ao estádio do Maracanã. Depois de virar um piscinão em decorrência dos dilúvios que caíram sobre a capital fluminense no início do mês, o estádio teve de volta seu tapete verde.
A grama trazida dos EUA, cultivada e preparada com muito carinho, foi plantada no seu local definitivo, formando o gramado do estádio mais importante do país.

 Grama importada dos EUA: o tapete do templo.
(Foto: Érica Ramalho)
E, como o estádio Mário Filho, popularmente conhecido como Maracanã, já foi apelidado "o templo do futebol", os cariocas amantes do esporte bretão bem que poderiam proclamar:
- Habemus grama!
Verdade que teria sido mais barato implodir o estádio  antigo antes de construir um novo, ao invés de tentar preservar a estrutura antiga para depois perceber que ela não suportaria a nova cobertura e construir uma nova, demolindo a antiga aos poucos, como foi feito, a um custo bem maior do que o previsto inicialmente... 
Não vou me prolongar comentando que na semana passada, crianças de uma escola da baixada fluminense fizeram uma manifestação pedindo apenas que consertem o prédio de sua escola, com o telhado danificado, para que possam voltar às aulas.
Ou que as condições de atendimento nos postos de saúde poderiam ser melhores do que o caos que vemos diariamente...
Questões de educação e saúde pública não recebem a mesma prioridade que eventos esportivos como olimpíadas e copa do mundo, mas ninguém parece se importar com isto!
Apesar de gostar de futebol como qualquer brasileiro comum, ainda acho difícil entender a vibração com a grama e a indiferença pelo telhado da escola... 
As questões de fé não foram feitas para serem entendidas, mas apenas aceitas... 
 

sábado, 1 de outubro de 2011

EDUCAÇÃO: QUANDO A PACIÊNCIA DEIXA DE SER VIRTUDE

Corro o risco de me tornar chato com essa insistência em bater sempre na mesma tecla, mas acho que nunca vou desistir de tentar passar adiante essa mensagem: o desenvolvimento de um país começa pela educação!
Uma casa começa pelos alicerces, e os alicerces de uma nação são a educação de seu povo. Saúde, economia, empregos e segurança são consequências lógicas.
E, no nosso país, onde se fala de tudo, escândalos, corrupção, crimes, futebol e diversão, a gente só vê nos cantinhos de página dos jornais as quase permanentes greves de professores, pedindo melhores condições de trabalho, salários e atenção.

 O ensino fundamental na Coréia do Sul é considerado como o de melhor padrão no mundo. Resultado de investimentos maciços e de uma política educacional séria.

As greves as vezes são simultâneas, em diversos estados, sem ligação uma com a outra, mas quase sempre pelos mesmos motivos, relacionados com o descaso dos administradores com o ensino público! As vítimas também são sempre as mesmas: as gerações futuras, alunos de hoje, que amanhã, cursando cursos mais avançados, sentirão na carne a falta de base causada por estas interrupções.
Ninguém pode acreditar que um programa de disciplina cujo cronograma sofreu a perda de semanas possa depois ser comprimido no tempo restante com a mesma eficácia.
Mas, as greves são apenas o sintoma mais visível do problema. Existem outros aspectos, sobre os quais os educadores volta e meia denuciam, sem encontrar ecos.
Na mídia, uma das poucas pessoas com os meios para denunciar e que realmente o faz é o jornalista Alexandre Garcia, da sucursal brasiliana da rede Globo de TV. Em uma emissora que tem fama de "pasteurizar" as notícias, sua voz parece destoante, quando se levanta de forma insistente para falar do assunto educação.
Ontem, no telejornal BOM DIA BRASIL, ele voltou a comentar esse tema.
Se quiser ver na íntegra o texto e o vídeo, clique no link:

http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2011/09/alexandre-garcia-greve-e-um-dos-sintomas-do-descaso-com-educacao.html 


Enquanto isto, ministros caem como sequências de dominós, juízas são crivadas de balas, professoras levam pontapés e tiros pelas costas...
Surpeendente a paciência dos brasileiros, que aturam tudo isto calados!

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

EDUCAÇÃO: A ÚNICA VIA PARA O DESENVOLVIMENTO

Só me lembro de meu pai zangado de verdade comigo uma vez: foi quando eu negligenciei nos estudos! Ele, que nunca completou sequer o curso primário, sabia o quanto era importante o estudo para permitir o progresso de seu filho!
A educação é a única via que pode levar um país ao desenvolvimento. País desenvolvido não é o que tem armas nucleares, petróleo no subsolo ou belezas naturais para atrair o turismo!  Ou o que tem um grande parque industrial onde trabalhadores sobrevivem à custa de subsídios e sem aspirações de elevação de nível econômico e social.

A Coréia do Sul é um exemplo de país onde os investimentos maciços na qualidade da educação pública levaram à uma escalada de desenvolvimento.

País desenvolvido é aquele que tem um povo onde o analfabetismo é ausente e onde as pessoas tem escolaridade para conseguir postos de trabalho com salários que lhes garantem não apenas a sobrevivência, mas qualidade de vida! O resto é consequência! Quem tem educação, tem saúde, emprego, transporte e segurança!
Por que estou falando isto?
Por causa dos comentários sobre uma reportagem que vi hoje no telejornal BOM DIA BRASIL, da Rede Globo. Tratava-se de manifestações de protestos no Chile, contra uma política governamental de privatização do ensino. Ao comentar, o jornalista Alexandre Garcia fala sobre o desleixo do Brasil em relação à educação, o que permitiu que fossemos ultrapassados por países que já estiveram em situação pior que a nossa.

Quem quiser ler a notícia, pode ver em:

Se não quiser ler, pode apenas assistir ao clip.
Por favor, pensem nisso quando forem escolher quem vai lhes representar no legislativo e no executivo! Eleição não é lugar para brincadeira!

Nota: quando falo da omissão das autoridades com a qualidade da educação, não quero dizer que a saúde, os transportes e a segurança estejam satisfatórios!

sábado, 4 de junho de 2011

MAIS UMA...

Notícia do site do jornal O Globo:

MEC abre sindicância para apurar falha em livro com erros grosseiros de matemática

Publicada em 03/06/2011 às 19h43m
BRASÍLIA - O Ministério da Educação pediu à Controladoria Geral da União (CGU) para abrir sindicância e apurar os responsáveis por erros encontrados numa publicação distribuída pelo MEC para escolas rurais em todo país no final do ano passado. Técnicos do próprio ministério descobriram textos com frases que não terminam, contas aritméticas com resultado errado e ainda outros problemas de revisão em publicação produzida pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad).
Um dos erros mais gritantes está no livro de matemática: lá está escrito:
10 - 7 = 4 !
Foram distribuídos 200 mil exemplares da coleção, que tem 35 volumes e custou R$ 14 milhões.

Mas, afinal, qual o problema?
Para que esses caipiras precisam saber tudo tão certinho? Se alguém tem 10 batatas e tirar 7, pode ter até mais de 4! Depende do tamanho das batatas, sô! Tem batata que vale mais do que a outra!

Diversidade étnico-racial: como vemos nesta tomada da merenda escolar, não há distinção de raça nem de cor!

Diz a mesma notícia que o secretário executivo dos Direitos Humanos, Sr. André Lázaro, pediu demissão nesta sexta-feira. Era ele o chefe do SECAD, quando foi feita a distribuição dos tais livros.
O que é SECAD?
Segundo o portal do MEC:
"A Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), criada em julho de 2004, é a secretaria mais nova do Ministério da Educação. Nela estão reunidos temas como alfabetização e educação de jovens e adultos, educação do campo, educação ambiental, educação em direitos humanos, educação escolar indígena, e diversidade étnico-racial, temas antes distribuídos em outras secretarias. O objetivo da Secad é contribuir para a redução das desigualdades educacionais por meio da participação de todos os cidadãos em políticas públicas que assegurem a ampliação do acesso à educação."

Bonito nome, né?
Alguém aqui tem no seu currículo " educação em direitos humanos"?
O que tem a ver "diversidade étnico-racial" com a educação? Tem raças mais burras do que as outras? Deve ser por isto que algumas devem se contentar em aprender errado (oops, inadequado!), pois não tem capacidade para aprender o certo!
Parece que estão mesmo "reduzindo as desigualdades educacionais", tornando a todos ignorantes no mesmo grau!
Eu me pergunto se é mesmo possível tanta incompetência ou se existe algo de intencional em confundir a cabeça dos alunos, acostuma-los a tolerar as coisas erradas e não se preocupar com a qualidade!
De qualquer forma, pelo menos eu fico sabendo o que estão fazendo com os impostos que eu pago!
Ainda bem que a minha máquina do tempo está enguiçada! Assim, não posso ver o futuro do nosso país!

segunda-feira, 16 de maio de 2011

MINISTERIU DA ISTUPIDEZ

O autor, equus-sapiens, agradecido ao MEC por não sofrer mais com "preconceitos".
 
Notícia na edição Online d'O Globo, em 16-mai-2011:

MEC lava as mãos no caso dos livros com erros

RIO - O Ministério da Educação informou que não se envolverá na polêmica sobre o livro com erros gramaticais distribuído pelo Programa Nacional do Livro Didático, do próprio MEC, a 485 mil estudantes jovens e adultos. O livro "Por uma vida melhor", da professora Heloísa Ramos, defende uma suposta supremacia da linguagem oral sobre a linguagem escrita, admitindo a troca dos conceitos "certo e errado" por "adequado ou inadequado". A partir daí, frases com erros de português como "nós pega o peixe" poderiam ser consideradas corretas em certos contextos.
Não somos o Ministério da Verdade. O ministro não faz análise dos livros didáticos, não interfere no conteúdo. Já pensou se tivéssemos que dizer o que é certo ou errado? Aí, sim, o ministro seria um tirano - afirmou ontem um auxiliar do ministro Fernando Haddad, pedindo para não ser identificado.

Opiniões expressas na mesma reportagem ou nos seus links:

Opinião da escritora Ana Maria Machado, imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL): 

"Custo a crer que seja exatamente isso que a notícia traz, descontextualizado. Se for, é um absurdo total. Equivale a pretender aceitar que dois mais dois possam ser cinco, com a 'boa intenção' de derrubar preconceitos aritméticos. Para evitar a noção de 'errado', prefere-se, então, esse paternalismo condescendente de não corrigir."

Opinião do escritor Luiz Antônio Aguiar, Presidente da Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil e professor do curso "Formação de leitores e jovens leitores", da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro: 

"Está valendo tudo. Mais uma vez, no lugar de ensinar, vão rebaixar tudo à ignorância. Estão jogando a toalha. Isso demonstra falta de competência para ensinar. Imagina um jogo de futebol sem as linhas do campo. Como vão jogar futebol sem saber se a bola vai sair ou não? O que determina as regras é a gramática. Faltam critérios. É um decréscimo da capacidade de comunicação."

Opinião da professora Mírian Paura, do Programa de Pós-graduação em Educação da Uerj:

"Não tem que se fazer livros com erros. O professor pode falar na sala de aula que temos outra linguagem, a popular, não erudita, como se fosse um dialeto. Os livros servem para os alunos aprenderem o conhecimento erudito."

COMENTÁRIO deste leigo editor:

Certamente, o MEC não é o Ministério da Verdade! Mas é o ministério do quê, afinal?
Se “não faz análise dos livros didáticos, não interfere no conteúdo”;
se não quer a responsabilidade de dizer qual a forma certa de se escrever na língua nacional;
se acha que é “tirania” ensinar os alunos a escrever corretamente;
se acha mais importante ficar ensinando formas de se encarar a sexualidade dos alunos;
se aconselha instituições de ensino a abrir mão de avaliações e a aprovar alunos sem aproveitamento;
se nada faz para melhorar a qualidade do ensino fundamental;
se para compensar isto atropela a constituição, criando critérios raciais para aprovação nos vestibulares;
então, para que serve afinal esta entidade?

NOTA: meu texto deve conter alguns erros de português (fora o título), pois não sou exatamente membro da ABL; mas, não considero "preconceito" nem "tirania" se me corrigirem!

sábado, 12 de março de 2011

RECORDANDO: A(s) PRIMEIRA(s) PROFESSORA(s)

À todas aquelas que assumiram a mais nobre das missões.


Na minha época de menino, na Porto Alegre da década de 1950, só se entrava para a escola com 7 anos completos.
Mas, eu, acho que desde os 4 anos, vivia chateando minhas queridas irmãs, pedindo que lessem para mim as histórias em quadrinhos do Pato Donald e do camundongo Mickey, meus primeiros ídolos.  Na hora do almoço, era infalível: tinha que ter uma revistinha como acompanhamento da refeição!
Minha irmã mais velha, com 15 anos a mais do que eu, era uma espécie de tutora e teve uma influência fundamental na minha vida. Quando completei 6 anos, ela, em função da minha ansiedade em aprender a ler e como uma preparação para a escola que viria no ano seguinte, me apresentou formalmente às letras e números. Eu achei ótimo, pois assim pude começar a ler sem ajuda de ninguém as revistinhas de que eu tanto gostava. Mais tarde, as "vítimas" seriam as revistas Seleções do Reader's Digest, que ela comprava todo o mês.
Finalmente, com 7 anos, lá fui eu, rumo à Escola Paroquial Nossa Senhora Auxiliadora, que ficava no início da rua Silva Jardim, no bairro Auxiliadora, e dava os fundos para a Igreja N.S. Auxiliadora. O diretor de tudo era o vigário Leopoldo, um padre alto e de cabelos já totalmente brancos, que parecia sempre bem-humorado e tinha uma paciência infinita com as presepadas que os moleques maiores aprontavam. Ele  celebrou meu batizado, ministrou a minha primeira comunhão e casou minha irmã mais velha, antes de morrer atropelado por um caminhão sem freios, enquanto contemplava as obras da sua nova igreja.
Nosso uniforme era uma calça azul-marinho e uma camisa branca com listras azuis muito finas, e sapatos pretos, com meias brancas. No distintivo sobre o bolso da camisa ficavam as letras: E.P. (em cima) N.S.Auxiliadora (embaixo). Mais abaixo, depois do ponto final do bonde, ficava a uma escola publica. Naquela época, as escolas públicas primárias eram chamadas de Grupos Escolares. E aquela era o Grupo Escolar Visconde de Pelotas. As crianças usavam um guarda-pó branco e tinham a inscrição no braço: G.E. V.P. Os garotos de lá, quando cruzavam com o pessoal da minha escola, começavam logo a gozação, por causa do “E.P.”, gritando: “Esqueleto perfumado!”. Até minha irmã, que tinha estudado naquela escola, me dar a dica de que eles também tinham um apelido:  "vaca podre", por causa do “V.P.”! E assim, começamos a revidar os xingamentos!
Mas, na minha escola, nossa primeira professora para todas as matérias era a Dona Ferminda, uma senhora magra e séria, com cabelos pretos já meio grisalhos e uns óculos de lentes retangulares, sem aros. Confesso que dava um certo receio de encarar o seu olhar penetrante. Depois, fiquei sabendo que ela fora também professora das minhas irmãs.
Quando terminava de tocar a sineta para o início das aulas, cada aluno ficava de pé, perfilado ao lado de sua carteira, como uma tropa militar, até a entrada da professora, que então nos cumprimentava e mandava sentar. Quem chegasse atrasado, levava falta e ficava do lado de fora, aguardando o próximo intervalo! Sem bochincho! No final da aula, o mesmo ritual: de pé, perfilados, até a saída da professora!  Bons tempos, aqueles!
Desde o início, vimos que ela não era de brincadeiras. Como uma Rudy Giuliani portoalegrense, sua política era de tolerância zero! Não admitia nenhuma espécie de conversa durante as aulas, nem alunos distraídos, olhando para os lados enquanto ela falava!
Tinha olhos de águia, e ouvidos de morcego: se pegasse algum incauto conversando, sua paciência se esgotava rapidinho! Ela apontava o infeliz e bradava: “ Fulano, sai do banco!” o aluno levantava, saia para o corredor entre as carteiras enquanto ela completava: “Venha cá!”.
Às vezes, ela ia buscar o moleque pelo meio do caminho e, segurando-o pelos braços colados ao corpo, dava-lhe a sua famosa sacudida, como se estivesse exorcizando algum demônio! Segundo ela dizia, "uma boa sacudida faz um beeem para alunos distraídos..." Depois, colocava-o de cara para o quadro negro, onde ficaria até ela achar que a mensagem tinha sido captada!
Nunca ouvi falar que alguém discutisse os seus métodos disciplinares! Acho que ainda não tinha aparecido aquele tal de Piaget!
Enquanto isso, ficávamos recitando repetidamente as tabuadas, ou as combinações de consoantes e vogais. A entonação era musical, parecendo uma cantiga sacra: 7 X 7... 49!, 7 X 8...56!, 7 X 9...63!  Ou: B com A... BÁ!, B com E...BÊ!, B com I...BI!
Tudo sob a regência da nossa carrancuda e atenta maestra.
Sua dedicação ao ensino parecia ser integral, mas seu humor parecia sempre meio azedo.
Isto eu pensava, até ao dia da última entrega dos boletins, ao final do ano. Quando chamaram meu nome, eu fui à frente, recebi meu boletim e já ia saindo de fininho, mas ela me chamou e disse: “ Espera, Leonel! Quero apertar a tua mão!” Então, pela primeira vez, vi aquele rosto cansado se iluminar em um lindo sorriso, enquanto ela apertava com força minha mão entre as suas, me dando parabéns pelo 1° lugar!
Hoje, recordo com saudade minha irmã, que amaciou o meu caminho para as letras, e aquela dedicada e honesta senhora que dedicou grande parte da sua vida à nobre tarefa de ensinar crianças a se tornarem pessoas de bem, como ela própria era...
Seja onde estiverem, minhas queridas, estejam em paz...

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

NADA ESTÁ TÃO RUIM...

Lá vou eu de novo falar de um assunto para o qual não estou qualificado, mas que me incomoda bastante! Posso estar errado, mas me sinto compelido a externar minhas ideias, ainda que seja com base nas opiniões de outras pessoas.

Quem merece usar este chapéu? 
Se o MEC está certo, talvez eu!

Segundo um Relatório de Monitoramento de Educação para Todos, da Unesco, divulgado em janeiro de 2010, apesar da melhora apresentada entre 1999 e 2007, o índice de repetência no ensino fundamental brasileiro (18,7%) é o mais elevado na América Latina e fica expressivamente acima da média mundial (2,9%). O alto índice de abandono nos primeiros anos de educação também alimenta a fragilidade do sistema educacional do Brasil. Cerca de 13,8% dos brasileiros largam os estudos já no primeiro ano no ensino básico.
Este mesmo relatório, com base em dados de 2007, colocou o Brasil em 88º lugar no Índice de Desenvolvimento Educacional (IDE), entre 128 nações!
Na minha curta visão de ex-aluno, as provas feitas durante o ano letivo servem para avaliar se, para cada aluno em particular, o aprendizado está surtindo efeito.
Se um determinado aluno não consegue os graus de aproveitamento necessários para aprovação, é porque não aprendeu e para ele o aprendizado não produziu o efeito desejado.
Cabe aos professores e aos pais diagnosticarem as causas, introduzirem correções, e cabe ao aluno repetir o ano.
Se o percentual de alunos reprovados ficar acima de determinado índice, isto requer um diagnóstico mais aprofundado e em um nível mais elevado sobre as condições da escola, dos alunos e sobre a forma como está sendo ministrado o ensino, e dependendo da abrangência dos resultados considerados, até sobre a validade dos métodos de ensino adotados.
Há alguns anos, os responsáveis pela Secretaria de Educação do Estado de S. Paulo, verificando que os números da evasão escolar estavam acima do aceitável para os primeiros anos de aprendizado e que isto estava associado à taxa de reprovação dos alunos, adotaram uma sistemática que, segundo diz numa nota publicada no dia 18 último, no site G1/Globo, “praticamente acabou com a evasão escolar”.


Por isto, a medida foi considerada um sucesso por seus introdutores.
Segundo prosegue a mesma nota:
“Desde 1998, as escolas públicas do estado de São Paulo mantêm o sistema de ensino chamado progressão continuada. O aluno só pode ser reprovado depois de cinco anos de estudo. Esse sistema de ciclos praticamente zerou a evasão escolar, mas trouxe resultados duvidosos quanto ao aproveitamento do aluno”.
Ou seja, o aluno não é reprovado nos primeiros anos,  mesmo com aproveitamento insuficiente, e alguns deixam de aprender certos fundamentos, sobre as quais se baseiam progressivamente os conhecimentos posteriormente ministrados, e depois de cinco anos, a casa cai para estes, por falta de alicerces! Mas, aí já estão “alfabetizados”!
Há alguns anos atrás, por alguns dias eu banquei o “explicador” para dar um reforço nos estudos de matemática e ciências para um menino que estava cursando o que (no meu tempo) seria o início do ginasial. Mas, as dúvidas do jovem não eram propriamente em assuntos do nível ginasial, mas em números relativos, frações ordinárias e operações básicas com elas, conversão de frações, e outras coisas que ele deveria ter aprendido nos três primeiros anos de estudo. E ele não esteve sob este regime de “progressão continuada”! Fora aprovado sucessivamente sem saber coisas básicas!
A explicação eu já sabia: por anos a fio, no Rio de Janeiro, as aulas foram interrompidas por greves de professores e pessoal de apoio, reclamando (com razão) salários atrasados, acordos não cumpridos, más condições de trabalho e até falta de segurança pessoal! Sem falar de casos em que, ao regressar das férias escolares, alunos e professores encontraram as salas de aula ocupadas por vítimas de desabamentos nos morros cariocas, colocadas ali por órgãos governamentais e esquecidos, no que deveria ser uma solução emergencial! Ou salas de aulas com goteiras, cheias de mofo ou calor excessivo!
Mas, no final de cada um destes anos típicos, mesmo com a carga horária reduzida por estas interrupções, todos (ou a maioria) eram aprovados e passavam de ano!
E as lacunas ficavam nas partes básicas das disciplinas. Na hora do vestibular, esta falta de base pode ser compensada com as demagógicas cotas para alunos das escolas públicas, ocupando as vagas que seriam de alunos com notas melhores, mas que cometeram o crime de estudar em escolas particulares, onde seus estudos não foram interrrompidos!
Mas, voltando à nota do jornal, também está citado que nem pais nem professores estão satisfeitos com esta “solução”.
Algumas outras opiniões sobre o assunto, estas publicadas no site R7 NOTÍCIAS:
“Segundo Maria Izabel Noronha, presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo), esses alunos aprovados automaticamente não terão condições de fazer um vestibular ou enfrentar a competição do mercado de trabalho.”
“Alguns pais afirmam que a aprovação automática não estimula o aluno a estudar e, com isso, muitas crianças saem do primeiro para o segundo ano das escolas sem estarem alfabetizadas.”
“A educadora Iracema de Jesus diz que a progressão continuada foi aplicada de maneira irresponsável e que a única preocupação do governo foi contábil”.
Então quem está satisfeito? Os responsáveis pelo ensino público naquele estado devem se regozijar por terem resolvido os problemas da evasão escolar e das reprovações! Seus índices sem dúvida melhoraram!
Resolveram o problema deles! O dos alunos ainda vai esperar até ao longínquo dia em que pessoas honestas, conscientes e realmente interessadas farão alguma coisa para melhorar a qualidade do ensino público básico!
Mas o MEC adorou a solução e parece que agora tem gente de lá sugerindo a adoção desta ideia em nível nacional! Parece que nada está tão ruim que não possa piorar!
Eu lembro que, enquanto isto está acontecendo, existem pessoas honestas e dedicadas à educação, algumas das quais eu conheço, em diversos rincões do Brasil, fazendo o melhor que podem para ministrar ensino de qualidade aos seus alunos!
Reconheço que não sou a pessoa indicada para dizer se este sistema, já utilizado em países onde a educação é levada a sério, funcionará em Pindorama. Mas, considero aqui as opiniões dessas pessoas habilitadas e que trabalham há bastante tempo na área de educação.
Esperemos que os objetivos desta política não sejam apenas mascarar a falta de ações mais efetivas para melhorar a qualidade do ensino público fundamental.

sábado, 20 de novembro de 2010

A ESCRAVIDÃO EDUCACIONAL

"Dê um peixe a um homem faminto e você o alimentará por um dia. Ensine-o a pescar, e você o estará alimentando pelo resto da vida." (provérbio chinês).
A data de 20 de novembro, aniversário da morte de Zumbi, líder  do Quilombo dos Palmares, foi transformada em “Dia da Consciência Negra”, o que me faz pensar: e se alguém resolver criar também o “Dia da Consciência Branca”? Será acusado de racismo? E o “Dia da Consciência Amarela”? Será um complô de orientais?
Eu sei que isto é visto por algumas pessoas militantes e bem-intencionadas como uma espécie de resgate de cidadania, ou uma compensação pelos erros cometidos no passado contra os africanos e seus descendentes, entre os quais também me incluo. Posso estar errado, mas  a essa altura do campeonato, acho um contra-senso ficar enfatizando diferenças raciais. Acho mais adequado acentuarmos cada vez mais a integração dos brasileiros como cidadãos de uma nação cosmopolita, mas unidos em torno de ideais comuns.
Qual o motivo de um dia dedicado a apenas uma suposta etnia, que hoje em dia nem sequer está  assim tão bem definida? Vimos recentemente, num vestibular, um irmão ser considerado "branco" e o outro "negro"! Muitos brasileiros tem parentes com aparência racial bem diversa.
Vejamos os antecedentes: com a abolição da escravidão, os escravos saíram das senzalas nas fazendas para as favelas e calçadas, isto é um fato, pois a abolição foi um ato de improviso e os governos daquela época não criaram nenhum programa para integrar os negros libertos à sociedade civilizada. Desta forma, os negros passaram da condição de animais de propriedade de senhores de fazendas à de mendigos livres, miseráveis, sem teto, sem documentos nem instrução, incapazes de obter empregos que não os reservados aos analfabetos. Sem poder trabalhar em empregos regulares, pela falta de documentos, escolaridade e especialização, viraram serviçais baratos das classes mais favorecidas. Escravos que não precisavam ser alimentados. Sem perspectivas, alguns se entregaram aos vícios e ao crime.
As sequelas deixadas foram irreparáveis. Gerações e gerações foram condenadas à pobreza e o ritmo de ascenção social entre a população negra nunca alcançou a média nacional. Isto num país de abismos sociais imensos, onde esta escalada já é tão difícil para todos os pobres.
Mas, o mal já foi feito, e nenhum revanchismo poderá reparar estas desvantagens. Mesmo porque atualmente, grande parte da população não sabe nem ao certo de que etnias veio o sangue que corre nas suas veias, independente de sua aparência.
Hoje, os descendentes dos escravos estão na sua quase totalidade, diluídos na imensa legião de pobres deste país. Não vejo agora nenhum sentido em recolher um “negro” da calçada e deixar o “branco” que está ao seu lado caído. Não é mais um problema racial, mas, social. E o Brasil é um campeão em desigualdade social!
Algo tem que ser feito para diminuir as diferenças sociais e alguma voz misteriosa me diz que a chave se chama EDUCAÇÃO!
E aí nos deparamos com mais aberrações. Eu acho que a criação de cotas raciais nas universidades não resolve nenhum problema, além de criar outros. Foi apenas mais um ato político demagógico e desastroso, feito por quem não quer resolver o verdadeiro problema: a falta de qualidade do ensino público!
Se a qualidade do ensino público fosse boa, os alunos que cursam escolas públicas poderiam competir por vagas em condições de menos desigualdade com os alunos de escolas particulares. E quem cursa as escolas públicas? Todos os pobres, inclusive os negros, dos quais 99,9% estão incluídos nesta categoria! Nem todos os pobres são negros, mas, quase todos os negros são pobres! Mas o problema não é mais só dos negros, mas dos pobres! A questão não é racial, mas sócio-educacional!
Todos os anos, vejo paralisações nas aulas das escolas das redes públicas, provocadas por greves de professores mal pagos, falta de merenda escolar, falta de carteiras, falta de salas de aula e outros problemas. Em resumo, falta de vontade de realmente elevar o nível da educação. No final do ano, os alunos são aprovados como se nada tivesse acontecido, tudo é ajeitado, ninguém é responsabilizado, e vamos criando mais uma geração de “filhos de pobres”, de baixa escolaridade que terão poucas chances de competir com quem estudou numa escola de verdade!
Aqui no Rio, apareceram até uns “gênios” inventando uma tal “aprovação automática”, ou seja, o aluno passaria para a classe seguinte com ou sem aproveitamento! E assim iria, até ficar tão incapacitado de acompanhar o programa que acabaria desistindo! Mais uma boa forma de maquiar um problema, mascarando suas consequências. Felizmente, parece que as reações impediram a continuação desta idéia de mais um “bonzinho” de plantão!
Mas, investir em educação não dá frutos imediatos, e os louros serão colhidos em outros mandatos políticos, não rendendo votos para os autores do investimento! E, além disso, gente com boa escolaridade teria melhores critérios ao escolher seus candidatos e cobraria atitudes mais coerentes dos políticos que elegeu! Desta forma, nossos governantes acharam melhor investir na demagogia! Esta tem retorno imediato! A forma como foi tratado o recente problema com as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) mostra o habitual descaso com a educação, tradição antiga dos governos deste país.
Alguns acreditam que o nível econômico dos brasileiros melhorou, com a elevação de mais brasileiros para as classes econômicas imediatamente superiores. Mas, quando isto é feito abaixando os números que enquadram a renda destas classes, não há nenhum benefício, apenas estatísticas favoráveis.
Nos últimos anos, a única coisa que realmente beneficiou a todos foi a estabilidade econômica, com o fim da hiperinflação que parecia uma peneira a vazar nossos rendimentos. O que vemos agora são os efeitos do fim daquele pesadelo. Já anda por aí uma nova geração que nem sabe o que são rotuladoras de preços, aquelas máquinas que passavam o dia remarcando produtos nos supermercados!
Quando um país realmente melhora, as pessoas passam a entender melhor o seu próprio papel na sociedade, o significado dos eventos políticos nacionais e a exigir mais de quem recebe procuração para gerir esta imensa massa de recursos que são propriedade de todos.
Esperemos que um dia, algum redentor faça a abolição da escravidão educacional, principal fator a impedir a melhoria da qualidade de vida deste país!
Neste data, esqueceremos as "raças" e celebraremos o Dia da Consciência Nacional...

terça-feira, 9 de novembro de 2010

ENEM: A PROVA DO DESCASO

As pessoas são a verdadeira riqueza de uma nação. O objectivo básico do desenvolvimento é criar um ambiente habilitador para que as pessoas tenham vidas longas, saudáveis e criativas. Isto pode parecer uma verdade simples. Mas é frequentemente esquecido, com a preocupação imediata de acumulação de bens e riqueza financeira. (Citação no primeiro Relatório de Desenvolvimento Humano do PNDU (Plano das Nações Unidas para o Desenvolvimento), em 1990.)

Alunos estudam, se preparam para uma prova que pode influenciar no seu futuro e ao final, as coisas não são decididas numa sala de aulas, mas na justiça!
Este é o triste espetáculo que vemos (mais uma vez) na prova do ENEM.
Erros, apontados e reconhecidos, inclusive pela gráfica responsável, que assumiu a responsabilidade, ao contrário do órgão governamental, que aconselha os alunos a procurarem seus direitos através de recursos administrativos ou legais.
Da vez passada, foi o vazamento das provas, na própria gráfica, que não era a mesma de agora.
Desta vez, foram erros na impressão, que passaram por todos e chegaram até aos alunos.
Os responsáveis ainda insistem em não anular uma prova tão cheia de irregularidades, que claramente representou um problema a mais para os alunos. E foi um prejuízo desigual, pois em algumas salas, a orientação sobre os erros chegou atrasada e de forma confusa e em outras nem chegou.
Sobre os comentários do chefe da nação, quando interpelado pela imprensa, eu nem quero comentar, pois não quero falar palavrões. Para ele, nada aconteceu, e foi tudo muito bem. É compreensível, para alguém que nunca passou por situação semelhante...
Na TV, o ministro da EDUCAÇÂO, ao invés de assumir e corrigir o erro, fala sobre como vai convencer os juízes de que não é necessário anular esta prova, já que diversos alunos estão entrando com recursos na justiça, pedindo a anulação. Eu quero ver é como ele vai convencer os milhares de alunos prejudicados pela incompetência de sua equipe... 
Quando um país cheio de recursos naturais como o Brasil abre mão de investir maciça e seriamente na EDUCAÇÃO, está abrindo mão do DESENVOLVIMENTO!
A última avaliação do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas) de 2010 colocou o Brasil em 73º lugar. Pela avaliação anterior, estávamos em 77º, mas esta aparente "melhoria" talvez se deva a uma mudança na metodologia de avaliação.
Se houve algum reprovado nestas provas, foi a política educacional brasileira!