FRASE:

FRASE:

"Se deres um peixe a um homem, vais alimenta-lo por um dia; se o ensinares a pescar, vais alimenta-lo a vida toda."

(Lao-Tsé, filósofo chinês do séc. IV a.c.)

quinta-feira, 28 de julho de 2011

OSCAR PISTORIUS: DEFICIENTE OU SUPERDOTADO?

Ciborgue (organismo cibernético) é um organismo onde foram acopladas partes sintéticas, com a finalidade de melhorar sua capacidade natural com o auxílio de tecnologia avançada.
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Na década de 70 do século passado, eu acompanhei uma série da TV americana intitulada O HOMEM DE SEIS MILHÕES DE DÓLARES, onde o astronauta e piloto de provas Steve Austin (Lee Majors), após sofrer um grave acidente aeronáutico, serve de cobaia para um experimento de seis milhões de dólares (na época uma quantia fabulosa), utilizando a melhor tecnologia state-of-the-art existente, e tem as partes de seu corpo afetadas pelo acidente substituidas por peças eletrômecânicas que o transformam num super-homem.

 Lee Majors, como Steve Austin, o astronauta que virou super-homem no seriado, apresentado no Brasil pela TV Bandeirantes nos anos 70
.
Para não falar de Arthur C. Clarke (sempre ele) que já havia antecipado esta situação, no seu conto ENCONTRO COM MEDUSA, de 1971.
Dia 19 do corrente mês, em Lignano Sabbiadoro, na Itália, o atleta sul-africano Oscar Pistorius, de 24 anos, atingiu a marca de 45,07 segundos nos 400 metros rasos, qualificando-se para disputar as olimpíadas de 2012, em Londres. Esta marca também o qualificou para participar do Mundial de Atletismo de Daegu, Coréia do Sul, no mês que vem.
Esta notícia pareceria banal, se não fosse pelo fato de Oscar Pistorius ter nascido com um defeito congênito, sem as fibulas (fibula é um osso que liga o calcanhar ao joelho) em ambas as pernas, o que fez com que elas fossem amputadas abaixo do joelho quando ele tinha 11 anos!

 A fibula, também chamada perônio: osso que faltou a Oscar Pistorius.

Seu pai, Heinke Pistorius, diretor de uma mina de cal em Pretória, incentivou Oscar a aprender a andar usando próteses, que eram substituídas a cada nove meses. Oscar se adaptou muito bem, passou a jogar tênis e chegou a ter destaque como jogador de rúgbi, até que uma lesão no joelho o levou a abandonar esse esporte e a dedicar-se ao atletismo.
Com próteses fabricadas na Islândia, feitas com fibra de carbono, seu desempenho melhorou significativamente.  Sintomaticamente, essas próteses são chamadas Cheetah (guepardo, um felino africano muito veloz).

 "Blade Runner": segundo testes feitos pela IAAF, suas próteses lhe dão vantagem de 25% sobre os corredores comuns!

Em 2004, nos Jogos Paraolímpicos de Atenas, obteve ouro nos 200 m e bronze nos 100 m.
Em 2005, na Copa do Mundo Paraolímpica, foi medalha de ouro nos 100 e 200 m.
Por isto, recebeu o apelido de “Blade Runner”, pois corria sobre lâminas de carbono.
Foi então levantada a hipótese de que Oscar teria vantagem sobre os outros atletas amputados de apenas uma perna, já que suas próteses teriam na verdade desempenho superior ao de uma perna normal.
Em 2007, ele começou a competir contra os atletas não portadores de deficiência, o que também se tornou motivo de polêmica.
Em 2 de novembro de 2007, em função de protestos, a Associação Internacional de Federações de Atletismo (International Association of Athletics Federations - IAAF) Órgão que rege o atletismo internacional, convocou Oscar até Colônia, Alemanha, para avaliar se suas próteses representavam ajuda tecnológica ao seu desempenho nas pistas.
O desempenho de Oscar foi comparado ao de outros seis corredores não-amputados, com o uso de 12 câmeras infravermelhas e quatro câmeras de vídeo de alta velocidade, analisando os pontos de apoio,as forças de reação recebidas do solo, o armazenamento e recuperação da energia elástica, as alterações de extensão e freqüência das passadas, o consumo de oxigênio e a produção de ácido láctico.
As conclusões da equipe médica que fez a análise foram de que Pistorius, com ajuda dessas próteses, “dispunha de assistência mecânica e fisiológica que lhe conferiam no mínimo 25% de vantagem em relação aos seus concorrentes”!
Em consequência, o atleta teve a sua participação nos Jogos Olímpicos de Verão de 2008 vetada pelo Comitê Olímpico Internacional.
Oscar recorreu da decisão, e em Maio de 2008, o TAS (Tribunal Arbitral du Sport) autorizou-o a competir nos Jogos Olímpicos de Pequim. Contudo, ele não conseguiu obter índices para a qualificação.
Agora, qualificado com a marca obtida em Lignano Sabbiadoro, ele já recebeu as boas-vindas da organização dos Jogos Olímpicos de Londres-2012.
Breve poderemos avaliar seu desempenho numa competição de ponta, e concluir se ele, além ser mais um grande exemplo de superação humana, é também uma vitória da tecnologia, como o ciborgue do seriado, capaz de superar competidores comuns.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

DIVAGAÇÕES SOBRE O PROPÓSITO DA EXISTÊNCIA

Eu acabei de ler um post de minha amiga Regina Rozenbaum (Link=> Sentada no Boi?), onde ela me fez lembrar do passado e pensar novamente em algumas questões que povoavam meus pensamentos naqueles idos dos anos 70 do século XX. 
Houve um tempo na minha vida em que eu pensava que para toda a pergunta havia uma resposta certa. Eu realmente acreditava que toda a questão colocada implicava em uma explicação satisfatória.
Eu lia textos meio encucados de pensadores famosos, reflexões sobre questões existenciais, e ficava intrigado com uma questão recorrente: qual o propósito da nossa existência?

Talvez nem todas as questões tenham respostas ao nosso alcance.

Arthur C. Clarke, mestre da ficção-científica, sugeriu uma resposta no seu conto OS NOVE TRILHÕES DE NOMES DE DEUS. 
Nesta pequena história, publicada na coletânea de contos, SOBRE O TEMPO E AS ESTRELAS (Of Time and Stars - 1972) - Ed. Nova Fronteira- 1978, reproduzida também no livro O DESPERTAR DOS MÁGICOS, de Louis Pawels e Jacques Bergier, uma congregação de monges de um mosteiro asiático adquire um computador (no tempo em que os computadores eram quase do tamanho de um prédio) para que ele seja programado para ficar escrevendo todos os nomes de Deus. Segundo eles, esses nomes somariam nove trilhões e este seria o propósito da existência da humanidade e do próprio mundo: conhecer todos os nomes de Deus! 
Uma vez cumprida essa finalidade, não haveria nenhum motivo para que a humanidade continuasse existindo, pois já havia cumprido o seu divino desígnio!
Hoje, os computadores já estão quase tão populares como os telefones celulares, podem até nos acompanhar para toda a parte, mas eu jamais pensaria em utilizar um deles para procurar respostas a questões como esta.
Sem entrar em debates de natureza teológica, estou apenas hipotéticamente admitindo que nosso universo não foi fruto de um imenso acaso, numa confluência fantástica de coincidências para que as coisas saíssem exatamente assim, desde as equações fractais que determinam as formas dos cristais de gelo ou a construção das orquídeas e das próprias galáxias, até as leis que mantém em equilíbrio todo este caos aparente.
Assim, nesta minha hipótese, nosso universo, para ter início como pretendem os cientistas, só poderia tê-lo se em algum momento começou a existir!
Ou seja, o que chamamos de "universo" (a porção de espaço ao alcance dos nossos meios de visualização ou percepção) é na realidade apenas um evento num contexto maior, e pode ter sido criado por uma entidade inteligente, talvez de forma intencional! E aí surge a figura do criador (Deus?)!

 Nosso "universo" poderia ser apenas um evento num contexto muito maior.
E isto estaria muito além do alcance da nossa vã filosofia (ciência).

Se o nosso universo surgiu por obra deste criador, a sua natureza e seus desígnios estão tão acima de nossa compreensão que tornam ridículas quaisquer tentativas de formular hipóteses!
Usando uma comparação já batida, seria o mesmo que uma colônia de bactérias, na lâmina de um microscópio, conjeturar sobre a natureza e propósitos do cientista que as espia pela ocular!
Mas, por que fomos criados com esta capacidade de questionar coisas que estão acima de nosso alcance, antevendo respostas que não podemos comprovar?
Perguntem ao criador!
Espero que as pessoas de fé me perdoem pelas heresias que cometi enquanto desfiava as besteiras acima descritas. E que os cartesianos e agnósticos me perdoem por formular hipóteses sem nenhuma base.
Minha intenção não é questionar as crenças ou descrenças de ninguém, mas apenas expôr as coisas que já passaram em algum momento por esta minha mente confusa.
Mas, para sair dessa agonia, formulo logo uma teoria para me tranquilizar: o propósito de nossa existência começou a ser definido quando um tal William Gates, depois de roubar um programa de computador de seu "amigo" Steve Jobs e vende-lo para a IBM como interface gráfica Windows, colocou inserido nele um joguinho chamado Paciência Spider! 
Pois o tal propósito da humanidade está ali: resolver todas as formas possíveis de empilhar as cartas, usando os quatro naipes!
Quando isto acontecer, será desnecessária a existência da humanidade e deste "universo" criado apenas para conte-la!
Então, o CRIADOR extinguirá a minúscula chama que chamamos universo!
Eu jogo, todos os dias, obsessivamente, queimando mais e mais possibilidades!
Um dia, acabarei com este universo!  Será o Big Puff!

sábado, 23 de julho de 2011

AMY WINEHOUSE - UMA PARTIDA PREMATURA

Segundo o site do Jornal do Brasil:
“A cantora Amy Winehouse, de 27 anos, foi encontrada morta  por volta das 16 horas deste sábado (horário ingles) em sua residência, num bairro do norte de Londres. A informação foi confirmada pela polícia britânica. Uma ambulância chamada ao local já a encontrou sem vida."

Amy Jade Winehouse
(14-set-1983 - 23-jul-2011)

Infelizmente, Amy entrou para o triste CLUBE DOS 27, como Jimmy Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison, Brian Jones e Kurt Cobain, todos músicos talentosos, todos mortos prematuramente aos 27 anos.
Criada em uma família cheia de problemas, desde a adolescência se refugiou nos amigos e na música. Infelizmente, também nas drogas e no álcool. Seu sucesso começou aos 20 anos com o álbum FRANK.
Em 2006, com o álbum BACK TO BLACK foi vencedora de cinco prêmios Grammy.
Ouvindo esta gravação, eu pensei estar ouvindo alguma das cantoras americanas de blues dos anos 60.
Sua composição REHAB falava de sua luta com as drogas e sua recusa em aceitar tratamento numa clínica de reabilitação.
Ultimamente, ela teve uma recaída e já nem conseguia mais concluir suas apresentações, por subir no palco sob efeito de drogas, incluindo o álcool. Em Belgrado - Sérvia, no mês passado, se apresentou muito alterada e enfureceu a platéia, sem conseguir sequer cantar as letras de suas próprias músicas e deixando cair o microfone.
Ainda não foi revelada a causa de sua morte, mas seu declínio foi sem dúvida causado pelo pior mal que assola a humanidade neste início de século.
Que finalmente tenha paz!
Tomara que seja mais um daqueles trotes da imprensa inglesa...

quarta-feira, 20 de julho de 2011

JANE GOODALL: A LADY DOS CHIMPANZÉS

Se eu fizesse uma lista das pessoas que, sem ter conhecido pessoalmente, me causaram impressão ao longo de minha vida, uma presença certa seria Jane Goodall.
Nos anos 60, ao folhear uma revista National Geographic Magazine, vi uma reportagem onde aparecia uma jovem inglesa, lourinha e magricela como pareciam ser todas as inglesas, andando e interagindo entre um bando de chimpanzés na selva africana.
Foi a primeira visão que tive desta senhora que dedicou sua vida à causa que eu considero das mais nobres: a defesa dos animais.

 Jane, ainda mocinha, abriu mão da civilização para se dedicar aos chimpanzés.
Vejam a mordomia do Xipan!
Para mim, os animais são todos, do tubarão e do urso até aos nossos cães e gatos, as imagens da mais pura inocência. Tudo o que fazem é agir por instinto, e são desprovidos da maldade, que parece ser uma qualidade privativa da espécie chamada racional.
Não tenho a pretensão de publicar aqui uma biografia desta extraordinária figura humana, mas apenas chamar a atenção para sua existência, coisa que pode ter sido ignorada pela maioria dos leitores. Afinal, ela não foi uma atriz de Hollywood, nem top-model, nem se consagrou em nenhum esporte, e tampouco apareceu no palco cantando músicas de sucesso.

 O que não faltam são biografias de Jane Goodall.

Na versão portuguesa da Wikipédia, o que consta sobre ela é:
"Jane Goodall DBE, PHD, (Londres, 3 de abril de 1934, nome completo Valerie Jane Morris Goodall) é uma primatóloga, etóloga e antropóloga britânica.
Estudou a vida social e familiar dos chimpanzés (Pan troglodytes) em Gombe, Tanzânia, ao longo de 40 anos. Os seus estudos contribuíram para o avanço dos conhecimentos sobre a aprendizagem social, o raciocínio e a cultura dos chimpanzés selvagens.
É mensageira da paz da ONU, fundou o Jane Goodall Institute e é afiliada ao ao grupo defensor dos animais Humane Society of the United States. O seu trabalho é reconhecido e já foi homenageada em muitas ocasiões com honrarias acadêmicas diversas e prêmios científicos."
Filha de um negociante e de uma escritora de novelas, Jane quando menina ganhou de seu pai um chimpanzé de pelúcia que ela adorou e tem até hoje.
Após uma viagem a uma fazenda de amigos de seus pais na África, em 1958, ela se interessou pela vida selvagem e conseguiu emprego como secretária do famoso arqueólogo e paleontólogo Louis Leakey.
Leakey primeiro a enviou para diversos especialistas em comportamento animal, para habilita-la para a sua tarefa principal: estudar o comportamento dos chimpanzés, o que ele acreditava ser a chave para a compreensão da evolução dos primeiros hominídeos.

Jane, Dama do Império Britânico, festeja com seus amigos.
 
Em 1960, com 26 anos, Jane viajou para a Tanzânia com sua mãe, para iniciar seu trabalho. Uma de suas primeiras descobertas foi que os chimpanzés, até então tidos como vegetarianos, não só comiam carne, como eram capazes de fabricar ferramentas para apanhar besouros para comer.
Como até ali, era considerado exclusividade humana a fabricação de ferramentas, isto levou Leakey a declarar: "Ou redefinimos o homem, ou o termo ferramenta, ou admitimos os chimpazés como humanos."
Em 1965, com uma tese sobre o comportamento dos chimpanzés, ela obteve seu Phd em Etologia na Universidade de Cambridge.
Ela continuou se aprofundando nas suas pesquisas e sendo muito requisitada para conferências sobre suas descobertas.
Em 1977, ela fundou o JANE GOODALL INSTITUTE (http://www.janegoodall.org/jane-goodall), uma fundação para pesquisas e proteção ambiental aos habitats dos chimpanzés de Gombe e em outros locais.
Apesar de tudo, alguns críticos contestaram sua metodologia, taxada de não-convencional. Coisas como atribuir nomes ao invés de números aos chimpanzés objetos de estudo, segundo eles, denotariam envolvimento emocional e falta de objetividade. Também o fato de as observações de Goodall terem sido feitas com grupos de chimpanzés que recebiam alimentação sugere para alguns que distorções de comportamento particulares a estes grupos estariam sendo generalizadas. Porém, a própria pesquisadora afirmou ter levado em conta essas diferenças. Pesquisadores do seu instituto declararam também que a alimentação é que tornou possível a observação do comportamento dos animais,  muito difícil em condições naturais.

 O olhar sereno no infinito...Hoje, Jane Goodall é requisitada para palestras em diversos países do mundo.

Em 2002, Jane Goodall foi nomeada Mensageira da Paz pela ONU, e em 2004 foi agraciada como Dama da Ordem do Império Britânico. Ela também é detentora da Legião de Honra da França, da Medalha da Tanzânia, além dos prêmios Kyoto, do Japão e Príncipe de Astúrias da Espanha, e outras citações internacionais de diversas fundações ambientais.
Jane foi casada duas vezes, a primeira em março de 1964, com um nobre holandês, o fotógrafo de vida selvagem barão Hugo van Lawick. Ela passou a ser chamada baronesa Jane van Lawick-Goodall. Em 1967, tiveram um filho chamado Hugo.  O casal se divorciou em 1974, e no ano seguinte, ela voltou a casar-se, desta vez com Derek Bryceson, parlamentar tanzaniano, diretor dos parques nacionais do país. Derek morreu de câncer em 1980.
Jane é autora de diversos livros, alguns em co-autoria, sobre suas observações a respeito dos animais e seu meio ambiente. Também tem sido objeto de inúmeras matérias em revistas como National Geographic Magazine, documentários em canais de TV a cabo, e biografias. Atualmente, é requisitada para conferências em diversos países. Suas palestras, apesar de possuirem embasamento científico, são também mensagens de amor pela natureza e pelos animais. Recentemente, sua passagem pela China foi documentada pelo canal de TV a cabo NatGeo.

sábado, 16 de julho de 2011

HISTÓRIA: SUBMARINOS ALEMÃES ATACAM!

Como nasci logo após o fim da II Guerra Mundial, me criei ouvindo meu pai lendo em voz alta para minha mãe e para mim relatos sobre fatos do conflito.
Ao que parece a guerra marcou bastante os que conviveram com ela, mesmo com um envolvimento menor por parte do Brasil.
Alegadamente, o principal motivo da entrada do Brasil na guerra foram os ataques de submarinos do eixo contra navios brasileiros.
Quando criança, eu ouvia adultos comentando que provavelmente quem tinha afundado nossos navios teriam sido os americanos, para forçar o Brasil a se posicionar ao lado dos aliados.
-"Vai alguém lá no meio do mar saber de quem era o submarino? Ainda mais à noite! Teve navio que não escapou ninguém pra contar a história!” - Resmungava um tio meu, desconfiado.

E eu cresci com essa dúvida, apesar de mais tarde ficar sabendo dos submarinos alemães afundados na costa brasileira e até tripulantes sendo capturados.
O almirantado alemão, onde ficavam os arquivos das operações da frota de submarinos na II Guerra, estava no lado oriental de Berlim, e esteve durante os anos da Guerra Fria em poder do governo da República Democrática Alemã, de regime socialista e aliada da União Soviética. Devido ao clima de antagonismo, o governo da Alemanha Oriental não compartilhava informações com as nações ocidentais. E, do lado de lá do muro, parece que tudo era restrito e reservado.
Após a queda do muro de Berlim, da reunificação da Alemanha e do surgimento e crescimento da internet, novos detalhes vieram à tona.
Finalmente, os pesquisadores da história naval puderam ter acesso aos arquivos do almirantado e o admirável apreço que os alemães sempre tiveram pelos registros históricos permitiu que muita coisa fosse esclarecida.
Com base num excelente levantamento feito pelo Gen da reserva Darcy Lázaro (FEB)(*) e nos dados do site U-BOAT.NET, pude ter a visão geral dos acontecimentos envolvendo nossos navios nos anos de 1942 a 1944.
O Brasil declarou guerra oficialmente à Alemanha e à Itália em 22 de agosto de 1942, quando já se contabilizavam as mortes de 607 brasileiros, em ataques de submarinos.
Porém antes mesmo da declaração de guerra, o Brasil permitiu a utilização de bases aéreas costeiras por aviões de patrulha da  marinha americana, que operaram a partir de  aeródromos em Natal, Fernando de Noronha, Recife e outros.

Os submarinos alemães do tipo IXC, maiores e de longo curso, eram os mais frequentes nas costas brasileiras. Com uma autonomia de 13.450 milhas náuticas a 10 nós, tinham um deslocamento de 1.120 t (superfície) e 1.232 t (submerso). Sua tripulação típica era de 48 a 56 homens e levavam 22 torpedos, que podiam ser disparados por 6 tubos, 4 na proa e 2 na popa. (Clique p/ampliar)

Nada menos de 21 submarinos alemães e 2 italianos participaram de ações ofensivas contra navios brasileiros. Os submarinos alemães que operaram na costa brasileira eram do tipo IXC (nove-c), maior e com maior autonomia, mas na costa americana e no Caribe, também surgiam os do tipo VIIC (sete-c), menores e com alcance mais curto.
Esses submarinos, no período entre fevereiro de 1942 e julho de 1944, afundaram nada menos de 35 navios brasileiros! Os primeiros foram no Caribe e em águas dos EUA, consideradas sob bloqueio naval pelos alemães.
O recordista foi o U-507, que, operando na costa do nordeste brasileiro sob o comando do capitão-de-corveta Harro Schacht, afundou 6 navios brasileiros num período de apenas quatro dias, de 16 à 19 de agosto de 1942 !

No comando do U-507, o capitão-de-corveta Harro Schacht afundou 6 navios brasileiros em 4 dias. Seu escore final foi de 19 navios, num total de 77.143 t ! Em 13-jan-1943, o U-507 foi afundado a noroeste de Natal-RN, por cargas de profundidade lançadas por um avião de patrulha Catalina PBY americano. Não houve sobreviventes.

E ainda teve a triste história de um pequeno barco de pesca de 20 toneladas, o Changrilá (Shangri-Lá), canhoneado pelo submarino U-199, em 22 de julho de 1943 ao largo de Cabo Frio (RJ), com a morte de seus dez tripulantes, metralhados para que não revelassem a presença do submarino!
Como na ocasião não foram encontrados os corpos, apenas alguns destroços, o desaparecimento deste barco permaneceu um mistério até 1999!
Mas, em 31 de julho de 1943, o U-199, do novo modelo IXD2 (nove-d2), foi localizado na superfície, ao largo do Rio de Janeiro, por dois aviões-patrulha que davam cobertura a um comboio marítimo, um Martin Mariner PBM americano e um Lockheed Hudson A-28 da FAB. 
 
Anjo vingador: o Consolidated Catalina PBY da FAB que pôs a pique o U-199 foi mais tarde batizado como ARARÁ, nome de um dos navios torpedeados pelo U-507 em 1942.

Os dois aviões metralharam e lançaram cargas de profundidade. O submarino teve o leme de profundidade danificado, ficando impedido de mergulhar, mas navegava a todo o vapor na superfície, tentando escapar. Os atacantes haviam esgotado suas bombas. Então, surgiu o reforço de outro avião-patrulha, um Consolidated Catalina PBY da FAB, que, num ataque fulminante, atingiu a belonave alemã em cheio com três cargas de profundidade. 
Segundo consta na narrativa do aviador brasileiro, corroborado pelo relatório do piloto do avião americano, que assistiu a tudo, as cargas detonaram em torno e sob o submarino, com tanta violência que sua proa saltou fora d'água, e ele começou a afundar rapidamente, levando consigo 49 tripulantes.

Fotos desta ação e outros dados sobre o afundamento podem ser encontradas em:


O veterano piloto do 1º Grupo de Caça Alberto Martins Torres (falecido em 2001), ainda aspirante-a-oficial, pilotava o Catalina, e narrou este episódio com detalhes no seu livro OVERNIGHT TAPACHULA.
Doze homens do U-199 sobreviveram e foram capturados, inclusive seu comandante, o capitão-tenente Hans-Werner Kraus. Todos foram recolhidos pelo destróier americano U.S.S. Barnegat e levados primeiro para o Brasil e posteriormente para os EUA como prisioneiros. 
Lá, durante interrogatório, revelaram a história do ataque ao Changrilá, que no Brasil fora dado como desaparecido. Devido ao sigilo sobre os dados do interrogatório, somente em 1999 foi reaberto e encerrado o processo de investigação sobre o desaparecimento do pesqueiro e de seus tripulantes, arquivado em 1945.
E assim, em 2004 os nomes dos tripulantes mortos no Changrilá foram incluídos no Panteão Nacional, já que durante a guerra, a frota pesqueira era considerada oficialmente uma força auxiliar da Marinha do Brasil, no serviço de patrulha marítima costeira.
Desta forma, hoje eu sei com base em informações confirmadas, a identificação de cada submarino que afundou algum navio brasileiro, quem era o seu comandante e qual o fim dado ao submarino. Pena que não posso mais tirar as dúvidas do meu tio, que já se foi...

(*) - Gen. R/R Darcy Lázaro (FEB), Assoc. Ex-Combatentes, Seção Paraná, citado por Diniz Esteves, pesquisador


Nota 1:
Enquanto estava nos retoques finais deste post, recebo da querida amiga Sandra uma notícia do jornal ZERO HORA de Porto Alegre:

A família Schürmann encontrou nesta quinta-feira (14-jul-2011), no Litoral Norte de Santa Catarina, o submarino alemão U-513, naufragado em 19 de julho de 1943. Ele foi encontrado a 75 metros de profundidade.Foram dois anos de buscas, até encontrar a embarcação nazista conhecida como Lobo Solitário. 

Link para a notícia completa:

[Cabe esclarecer que os submarinos (chamados pelos alemães de "lobos cinzentos"), utilizavam uma tática chamada "alcatéia" , onde o primeiro que localizasse um comboio naval transmitia em código sua posição e rumo, e outros submarinos que estivessem nas proximidades se reuniam, acompanhando o comboio até uma hora propícia, às vezes à noite, atacando todos ao mesmo tempo, afundando diversos navios e se dispersando para não serem alcançados pelos navios de escolta. Os submarinos que operavam isolados é que eram chamados "lobos solitários".]

Nota 2:
A querida amiga Carla me enviou links para o site: Gracindo - Conhecendo a História de Aracaju, onde o autor fala sobre o Cemitério dos Náufragos, criado em Aracaju (Sergipe), para enterrar os corpos das vítimas de três dos navios torpedeados pelo submarino U-507, que chegaram à uma praia local (hoje chamada Praia dos Náufragos) em tão grande número que não havia como transporta-los adequadamente para um cemitério oficial.
Veja em:
http://conhecendocesad.blogspot.com/2011/06/visita-ao-cemiterio-dos-naufragos.html
e
http://conhecendocesad.blogspot.com/2011/06/cemiterio-dos-naufragos-manifestacao-e.html#comments

sexta-feira, 15 de julho de 2011

BREVE DIVAGAÇÃO SOBRE O DESTINO

Existe mesmo alguma coisa como “destino traçado”?
Se existe, e está traçado mesmo, então vai ser assim de qualquer jeito!
Como está provado "cientificamente" pelos filmes "sérios" (Hehehehe!) de viagem no tempo, quando tentamos mudar o destino já consumado, nossa própria intervenção acaba por servir de instrumento para sua consumação! 
(Isto não vale para filmes como a série DE VOLTA PARA O FUTURO ou EFEITO BORBOLETA, onde a cada alteração, o personagem pula para um destino alternativo!)
Ou seja, de nada adianta tentarmos “mudar” um suposto destino. Se pensamos que o mudamos, é porque o que antevimos não era o nosso destino!
De qualquer forma, o resultado é o mesmo: nosso destino resultará de uma combinação dos nossos atos com outros eventos sobre os quais não temos nenhum controle!
Nem sempre "fazer tudo certo" é garantia de que tudo dará certo!
Por isto, muitas vezes nossos planos se vão por águas abaixo e as coisas tomam outros rumos, nem sempre piores do que os planejados e esperados como "ideais".
Na minha própria vida, desisti dos planos de longo e médio prazo há bastante tempo, em face das diversas reviravoltas pelas quais já passei.
Como posso saber como estaria, se meus planos tivessem sido cumpridos?
Impossível!
No cômputo final, para saber se a “mudança” no meu destino (na realidade, apenas uma mudança em relação aos meus planos) foi "boa" ou "má", tenho que avaliar o meu grau de satisfação com a minha situação atual!
E isto depende exclusivamente da minha postura em relação as necessidades que eu mesmo estabeleci para me sentir bem!
Se eu achar imprescindível ter uma Ferrari F40, uma casa em Ibiza, uma vila em Porto Fino, ou a Sandra Bullock me trazendo a café da manhã, vai ser difícil ficar satisfeito!
E até mesmo quem tem algumas dessas coisas pode estar igualmente insatisfeito!
Porém se eu me satisfizer com coisas mais simples, e aceitar com mais tolerância a ausência das coisas difíceis de alcançar, talvez eu possa ter momentos de prazer com mais frequência.
É claro que alguém vai argumentar: mas isso também é muita falta de ambição! Se você se satisfaz com qualquer porcaria, vai viver sempre na m...!
Pois bem, tudo vai em saber diferenciar quais coisas podem realmente ser alcançadas e quais podem ser definitivamente esquecidas.
Os grandes realizadores dirão que se deve agir como se tudo pudesse ser  alcançado, que só se chega ao "sucesso" aspirando sempre o máximo, sem se preocupar com a possibilidade de ficarmos pelo caminho.
Enfim, acho que esta escolha depende de cada um, em função de suas aspirações, de sua capacidade e de suas possibilidades!
Só não vale criticar alguém por ser ambicioso ou inversamente, por ser acomodado! Como dizia um colega meu: passarinho, quando come pedra, sabe o tamanho do seu próprio fiofó!

Calvin e Haroldo: atingir a satisfação pode depender do tamanho das nossas ambições (clique para ampliar).
(Publicado no jornal O Globo, há muito tempo.) 

segunda-feira, 11 de julho de 2011

TROCANDO EM MIÚDOS: O VENTO SOLAR


O SOL
O sol, no centro do nosso sistema solar, é como uma usina movida a fusão nuclear. Fusão nuclear ocorre quando dois ou mais núcleos atômicos se fundem, formando um novo núcleo de número atômico maior, ou seja, com maior número de prótons.

 O Sol, visto aqui com suas enormes erupções, produz continuamente, pelo processo de fusão nuclear, fantásticas quantidades de energia.

Este processo só ocorre em condições particulares e extremas e libera grande quantidade de energia, segundo a equação de equivalência massa-energia,  enunciada por Albert Einstein: E=mc2, onde “E” é a energia liberada, “m” a massa perdida (convertida) na reação, e “c” a velocidade da luz, aqui elevada ao quadrado.
A cada segundo, o Sol converte cerca de 700.000.000 de toneladas de hidrogênio em aproximadamente 695.000.000 toneladas de hélio, sendo 5.000.000 toneladas convertidas em energia, seguindo a fórmula da equação einsteiniana de equivalência.
Experimente calcular o quanto vai dar isto em termos de energia! Lembre que a velocidade da luz é de 299.792.458 metros por segundo. E na fórmula, ela entra elevada ao quadrado!

O VENTO SOLAR
Essa reação libera para o espaço em torno uma irradiação de plasma, composta de elétrons, prótons, partículas e subpartículas ionizadas. Os cientistas chamam esta irradiação de vento solar.
A velocidade da difusão deste fluxo de partículas é de aproximadamente 450 metros por segundo, quando oriundas das latitudes mais baixas,  próximas ao equador solar, mas dados obtidos através da sonda Ulysses mostram que as emissões originadas dos polos solares tem velocidades maiores, em torno de 750 m/s.

EFEITOS
No nosso planeta, os efeitos visíveis do vento solar são as interferências nas emissões de rádio e as auroras boreais.

 Aurora boreal, fotografada no Alaska no início de 2011: efeito do vento solar.
(Foto: flickr / Bevery & Pack)

Fora da Terra, o vento solar pode ser percebido pelas alterações nos campos magnéticos planetários (magnetosfera), e pelo alinhamento das caudas dos cometas, que ficam sempre no lado oposto ao que está voltado para o Sol.

 Passagem de um cometa pelo sistema solar: a cauda de gases ionizados (em azul) está sempre em oposição ao Sol e se torna mais longa quando se aproxima dele. A cauda formada pela poeira (amarela) também se alonga, mas está sempre mais próxima da trajetória percorrida pelo cometa.

(é comum as pessoas pensarem que as caudas dos cometas ficam para trás em relação ao sentido de seu deslocamento. Isto só seria verdade se o cometa estivesse rumando diretamente para o Sol.)

FICÇÃO-CIENTÍFICA
Em maio de 1963, o escritor de ficção-científica Arthur Charles Clarke publicou o conto O VENTO SOLAR (The Wind From the Sun), onde mostra as peripécias de uma corrida de “veleiros espaciais”, naves movidas por gigantescas velas impulsionadas pelo vento solar. Teoricamente, isto seria possível, já que há estudos sérios e propostas de usar o vento solar como meio auxiliar de propulsão para naves e sondas espaciais.

Capa da edição do Círculo do Livro da coletânea O VENTO SOLAR, de Arthur C. Clarke, com diversos contos, inclusive o que dá nome ao livro.

PROPOSTA PARA GERAÇÃO DE ENERGIA
Em 2010, Brooks Harrop, físico da Universidade Estadual de Washington, propôs que se aproveitasse o vento solar para gerar energia, por meio de captação através de um satélite artificial, já batizado como Dyson-Harrop.
O satélite proposto possuiria um longo loop metálico apontado para o Sol. Esse fio seria carregado para gerar um campo magnético cilíndrico suficiente para capturar os elétrons que representam metade dos componentes do vento solar.
Esses elétrons seriam afunilados rumo a um receptor metálico esférico para produzir uma corrente. Essa corrente, por sua vez, geraria o campo magnético do fio, tornando o sistema autossustentável.

 Na proposta de Harrop, estações na Terra receberiam energia através de um raio laser emitido pelo satélite coletor.

O excesso de corrente, além do necessário para manter o campo magnético, alimentaria um laser infravermelho apontado para antenas parabólicas instaladas no solo, projetadas para recolher a energia. Como o ar é transparente ao infravermelho, a atmosfera da Terra não consumiria nenhuma energia do feixe, que chegaria ao solo com potência total.
Um satélite relativamente pequeno, com a concepção Dyson-Harrop, utilizando um fio de cobre de 1 centímetro de diâmetro e com 300 metros de comprimento, usando um receptor de 2 metros de largura e uma vela solar de 10 metros de diâmetro, estacionário a meio caminho entre a Terra e o Sol, poderia gerar 1,7 megawatt -hora de potência, o suficiente para fornecer energia para 1.000 residências, pelos padrões dos EUA.
E, aumentando suas dimensões, com um fio de 1 quilômetro (km) de comprimento e uma vela solar de 8.400 km de comprimento(!), obteriamos uma potência de 1018 gigawatts-hora  (1gw=109 watts-hora) de potência! (*)
Segundo Harrop, que fez os cálculos juntamente com seu colega Dirk Schulze-Makuch, "Isso é, na verdade, 100 bilhões de vezes a energia que a humanidade gasta atualmente,".
Seria o caso de perguntar: por que então não usar como base proporções mais adequadas às necessidades?
Afirmou ele também que toda a tecnologia envolvida neste projeto já estaria disponível, não havendo nenhum impedimento para que o satélite fosse construído, e que o mesmo produzirá uma energia mais barata do que os painéis solares fotovoltaicos, já que o cobre necessário para o projeto custa bem menos do que as células solares.

INVIABILIDADES
Porém, os críticos da proposta afirmam que para gerar uma quantidade significativa de energia, os satélites Dyson-Harrop precisariam contar com o vento solar constante encontrado acima da eclíptica (o plano definido pela órbita da Terra em torno do Sol).
Isso quer dizer que o satélite teria que ficar a dezenas de milhões de quilômetros da Terra. Ao longo desta distância, mesmo um feixe de raio laser extremamente preciso apresentaria uma dispersão capaz de cobrir uma área com milhares de quilômetros de largura quando atingisse a Terra.
E um feixe de laser carregando dois megawatts, como o do projeto básico, espalhado por uma área tão grande, não teria qualquer utilidade, pois sua energia em um ponto qualquer seria menor do que a da luz do luar!
A solução para isso seria uma lente virtualmente perfeita medindo alguma coisa entre 10 e 100 quilômetros de diâmetro.
Entretanto, ao contrário das afirmações de Harrop, ainda não existe tal tecnologia e nem há qualquer estudo que demonstre que esta solução esteja disponível a curto prazo.

PROPULSÃO DE NAVES
John Mankins, presidente da empresa americana ARTEMIS INNOVATION, especializada em energia solar espacial, também sugere que podem haver outros problemas com o conceito de Harrop, e afirma que são necessários estudos para verificar se o anel de cobre aguentaria tanta energia sem fundir-se.

Ulysses:sonda-robô projetada para estudar o Sol, numa parceria da NASA com a ESA (European Space Agency).
 
Contudo, ele acha que a ideia de Harrop pode servir para para fornecer energia para naves espaciais, do porte da sonda Ulysses, que poderiam usar versões mais compactas do satélite Dyson-Harrop.

O PRESENTE
Enquanto nossos brilhantes cientistas pesquisam formas de aproveitar o vento solar, atualmente a única aplicação prática da energia solar ainda é na cara produção de energia por meio de células fotovoltaicas, ou nos práticos sistemas de aquecimento de água, além do uso gratuito das radiações ultravioleta no bronzeamento das belas frequentadoras de nossas praias!

Jovens cariocas aproveitam a radiação solar gratuita na Barra da Tiuca. Não precisam de satélite nenhum! Não esqueçam o filtro solar, hein? Se precisarem de ajuda...

(*) Me pareceram algo incoerentes as dimensões da vela, publicadas no artigo do Magazine New Scientist, pela desproporção em relação ao comprimento do fio e também por ser citado no modelo básico "10 metros de diametro" e no aumentado, "8.400 km de comprimento".

Sites de referência para este assunto:

sexta-feira, 8 de julho de 2011

UM ANO SE PASSOU...

Amigo é coisa pra se guardar debaixo de sete chaves...

(trecho da letra da música CANÇÃO DA AMÉRICA, de Milton Nascimento e Fernando Brant)

Há pouco mais de um ano atrás, editar um blog me parecia algo impensável.
Jamais me passaria pela cabeça expor publicamente minhas ideias ou opiniões.
Entretanto, de vez em quando enviava para os amigos e parentes via correio eletrônico algumas maluquices ou opiniões sobre determinados assuntos.
Até que comecei a receber mensagens do meu amigo Jair sobre as postagens do blog dele, UM BLOG QUE PENSA.
Eu já sabia da vasta bagagem cultural do meu amigo, um leitor inveterado, que falava com bastante desenvoltura sobre fatos curiosos e pouco conhecidos.
Suas postagens seguiam uma linha bastante interessante e passamos a trocar mensagens debatendo com mais profundidade alguns assuntos já postados por ele. Além disso, meus comentários às vezes se estendiam bastante, talvez mais do que deveriam no blog alheio.
Daí, resolvi enviar a ele (e também ao amigo Barcellos) algumas coisas que eu tinha escrito para mim mesmo. Logo, ele começou a sugerir que eu criasse meu próprio blog. Eu, pela minha natureza um tanto crítica, achava que não seria lido por ninguém, ou que em determinado momento, não teria assunto para escrever.
Mas, o Barcellos, que estava reativando seu blog SETE RAMOS DE OLIVEIRA, além de começar a publicar na rede seus interessantes contos de ficção-científica, se juntou a ele me dando força, e eu acabei achando que, se dois caras assim estavam insistindo tanto, era mais provável que eles estivessem certos e não eu!
E assim, de uma hora para a outra, no dia 08 de julho de 2010, lancei O ASTERÓIDE  (Me disseram que não tem mais acento! Bobagem!  O que asteroide nunca teve foi assento! Já viram alguém sentado num asteroide?).
O nome foi decorrência de uma leitura que me deixou bastante impressionado, para não dizer assustado, sobre as possibilidades de nosso planeta ser atingido por um dos milhares de asteroides errantes que vagam pelo nosso sistema solar.
E também me influenciou a lembrança do asteroide B 612, lar de origem do Pequeno Príncipe, do genial Saint-Exupéry.
Minha primeira postagem foi sobre um fato que causou grande impressão na minha infância: a chegada à Porto Alegre dos bravos jangadeiros vindos do nordeste pelo mar afora, ao longo da imensa costa brasileira! O título foi UMA FAÇANHA ESQUECIDA.
Mas, o que eu não sabia era do envolvimento virtual que acaba acontecendo entre os blogueiros, e das amizades que surgem expontaneamente na blogsfera.
Todos ficamos conhecendo coisas de todos, pois inevitavelmente algumas coisas inerentes à personalidade de cada um transparecem nas postagens e comentários.
Meus primeiros leitores e comentaristas foram, é claro, Jair e Barcellos, além de meus familiares e amigos pessoais. Mas, principalmente através da divulgação nos blogs destes dois, fui aos poucos recebendo mais pessoas com paciência suficiente para ler minhas histórias e opiniões.
E acabei conhecendo virtualmente outras pessoas que hoje são importantes e presentes na minha vida.
Para falar a verdade, creio que minha vida seria no mínimo bem menos interessante sem a presença dessas pessoas com quem interajo nesta blogsfera!
São eles (vocês) que me enchem de satisfação quando leio suas postagens ou quando comentam as minhas mal traçadas linhas!
Algumas pessoas com quem nunca tive contato no mundo "material" hoje me parecem tão familiares como se tivessem sido colegas de infância.
Convivemos momentos difíceis, sentimentos de desalento, alegria, euforia, insegurança, angústia, carinho e descontração.
Tem aquela solidariedade quando alguém do grupo está meio por baixo, com mobilização para dar "tapinhas virtuais" nas costas, mensagens positivas e elevação de astral.
Essas pessoas são como espíritos para um médium, pois não os vejo mas me conscientizo da sua existência quando recebo manifestações das suas presenças, através da blogsfera.
Hoje, no aniversário da primeira postagem deste blog, quero  agradecer a todos vocês, que me inspiraram e continuam me motivando com suas postagens, com seus comentários ou mesmo com sua visita.

MUITO OBRIGADO!
MUCHAS GRACIAS!
MERCI BEAUCOUP!
THANK YOU!
GRAZIE MILLE!
DANKE!
ARIGATÔ!