FRASE:

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"Se deres um peixe a um homem, vais alimenta-lo por um dia; se o ensinares a pescar, vais alimenta-lo a vida toda."

(Lao-Tsé, filósofo chinês do séc. IV a.c.)

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sábado, 2 de abril de 2011

QUEM QUER SER UM MILIONÁRIO?

Ontem, enquanto fazia o meu passeio matinal pelos blogs, vi as brincadeiras de primeiro de abril postadas por alguns blogueiros. Cabe ressaltar que, além do Xipan Zéca, “encerrando” o seu blog, o Rui, do Mundo Botafogo, também me deu um baita susto, publicando a “despedida” de Loco Abreu do Botafogo! Haja água com açúcar e Pressat!
Na TV, a lindoca Renata Vasconcelos discutia com Alexandre Garcia a questão de ser milionário: um milhão de reais ou mesmo de dólares já não tem o mesmo poder aquisitivo que em outros tempos. Consequentemente, hoje em dia, ser um "milionário" não tem o mesmo significado que há alguns anos atrás! Querer ser apenas milionário pode ser frustrante!
Não dá para comprar alguns apartamentos ou casas à venda no mercado imobiliário e tem carros custando um bom percentual deste milhão, ou até mais!

Lamborghini Murcielago Supervelo: dois lugares, motor V12 6.5, 670 cv, 342 km/h, 0-100 km/h em 3,2 segundos, tudo isso por apenas R$ 1.360.000,00! 

Iate, também não dá, quando muito uma lancha não muito equipada! Jatinho? É melhor nem pensar! Não paga nem a manutenção!
Mas, afinal se alguém só tem mesmo um milhão, vai gastar quase tudo num carro ou lancha e não ter como manter um padrão de vida condizente com tais bens? Claro, tem gente que faz isso mesmo!

Cessna Citation CJ4: pode ser comprado por apenas 9 milhões de dólares, ou sejam 14,5 milhões de reais!

Até mesmo um apartamento ou casa deste valor certamente ficará situado em um prédio ou condomínio onde os custos operacionais são igualmente altos, para não falar que o morador ficará meio deslocado se não tiver o mesmo padrão de vida de seus vizinhos, e certamente acabará se tornando indesejável.
Na realidade, como já dissemos acima, os atuais empreendimentos imobiliários, sempre inflados pela ganância das construtoras, estão com valores já bem acima deste marco psicológico!

Iate Mangusta 165:  29,5 milhões de euros, apenas 67,5 milhões de reais!

Afinal, a conclusão é de que ser “milionário” tanto em dólares quanto em reais, hoje em dia significa, quando muito, ser apenas “classe média alta”!
Segundo um consultor financeiro, os verdadeiros ricaços de hoje são na verdade bilionários!
Esses cidadãos e cidadãs que tem jatinhos, iates, mansões em diversas partes do país e do mundo, vão a leilões de arte, tem picassos e van goghs nas paredes da sala, chefs internacionais fazendo o seu jantar e passeiam em lamborghinis, ferraris, porsches e BMWs, são bi e trilionários e, se algum dia mortais como eu forem trilionários, eles serão quaquilionários, como o Tio Patinhas!
Não importa quantos zeros surjam por força da inflação, os ricos são como bolas de pingue-pongue, boiando no mar: sobem com as marés e estarão sempre por cima, na crista das ondas!
No final da matéria, a belezoca global recomendou que quem tiver um milhão, invista no mercado financeiro, para ter mais, visando ser realmente rico!
Eu pergunto: e para que, se não posso usufruir deste milhão? Se eu tenho alguma capacidade potencial de desenvolver um negócio, acho válido aplicar este dinheiro de forma dinâmica, pois até a própria atividade de desenvolver um negócio pode ser gratificante, se estamos fazendo o que gostamos.
Mas, apenas aplicações estáticas para ver os rendimentos mensais, enquanto nos privamos de coisas que realmente nos dariam prazer?
Às vezes as coisas materiais que queremos nem são tão caras, e estariam ao alcance de quem tem essa quantia. Mas, é necessário é que saibamos realmente o que queremos, para depois não ficarmos frustrados, ao ver que a piscina cinematográfica que construímos só pode ser usada por dois meses do ano, embora precise ser mantida durante o ano inteiro, ou que a casa tão bonita que montamos está num bairro desvalorizado e sem perspectivas!
Na realidade, agora estourando essa bolha de sabão e deixando o materialismo de lado, tem coisas valiosíssimas que se consegue sem precisar de um tostão!

As melhores coisas podem vir de graça!

Dentro da imensidão das mentes e almas humanas existem tesouros muito mais valiosos do que mansões, iates,  jatinhos e carrões, e podem ser conquistados com sinceridade, carinho, bondade e amor!
Quem quer ser um milionário?

sábado, 20 de novembro de 2010

A ESCRAVIDÃO EDUCACIONAL

"Dê um peixe a um homem faminto e você o alimentará por um dia. Ensine-o a pescar, e você o estará alimentando pelo resto da vida." (provérbio chinês).
A data de 20 de novembro, aniversário da morte de Zumbi, líder  do Quilombo dos Palmares, foi transformada em “Dia da Consciência Negra”, o que me faz pensar: e se alguém resolver criar também o “Dia da Consciência Branca”? Será acusado de racismo? E o “Dia da Consciência Amarela”? Será um complô de orientais?
Eu sei que isto é visto por algumas pessoas militantes e bem-intencionadas como uma espécie de resgate de cidadania, ou uma compensação pelos erros cometidos no passado contra os africanos e seus descendentes, entre os quais também me incluo. Posso estar errado, mas  a essa altura do campeonato, acho um contra-senso ficar enfatizando diferenças raciais. Acho mais adequado acentuarmos cada vez mais a integração dos brasileiros como cidadãos de uma nação cosmopolita, mas unidos em torno de ideais comuns.
Qual o motivo de um dia dedicado a apenas uma suposta etnia, que hoje em dia nem sequer está  assim tão bem definida? Vimos recentemente, num vestibular, um irmão ser considerado "branco" e o outro "negro"! Muitos brasileiros tem parentes com aparência racial bem diversa.
Vejamos os antecedentes: com a abolição da escravidão, os escravos saíram das senzalas nas fazendas para as favelas e calçadas, isto é um fato, pois a abolição foi um ato de improviso e os governos daquela época não criaram nenhum programa para integrar os negros libertos à sociedade civilizada. Desta forma, os negros passaram da condição de animais de propriedade de senhores de fazendas à de mendigos livres, miseráveis, sem teto, sem documentos nem instrução, incapazes de obter empregos que não os reservados aos analfabetos. Sem poder trabalhar em empregos regulares, pela falta de documentos, escolaridade e especialização, viraram serviçais baratos das classes mais favorecidas. Escravos que não precisavam ser alimentados. Sem perspectivas, alguns se entregaram aos vícios e ao crime.
As sequelas deixadas foram irreparáveis. Gerações e gerações foram condenadas à pobreza e o ritmo de ascenção social entre a população negra nunca alcançou a média nacional. Isto num país de abismos sociais imensos, onde esta escalada já é tão difícil para todos os pobres.
Mas, o mal já foi feito, e nenhum revanchismo poderá reparar estas desvantagens. Mesmo porque atualmente, grande parte da população não sabe nem ao certo de que etnias veio o sangue que corre nas suas veias, independente de sua aparência.
Hoje, os descendentes dos escravos estão na sua quase totalidade, diluídos na imensa legião de pobres deste país. Não vejo agora nenhum sentido em recolher um “negro” da calçada e deixar o “branco” que está ao seu lado caído. Não é mais um problema racial, mas, social. E o Brasil é um campeão em desigualdade social!
Algo tem que ser feito para diminuir as diferenças sociais e alguma voz misteriosa me diz que a chave se chama EDUCAÇÃO!
E aí nos deparamos com mais aberrações. Eu acho que a criação de cotas raciais nas universidades não resolve nenhum problema, além de criar outros. Foi apenas mais um ato político demagógico e desastroso, feito por quem não quer resolver o verdadeiro problema: a falta de qualidade do ensino público!
Se a qualidade do ensino público fosse boa, os alunos que cursam escolas públicas poderiam competir por vagas em condições de menos desigualdade com os alunos de escolas particulares. E quem cursa as escolas públicas? Todos os pobres, inclusive os negros, dos quais 99,9% estão incluídos nesta categoria! Nem todos os pobres são negros, mas, quase todos os negros são pobres! Mas o problema não é mais só dos negros, mas dos pobres! A questão não é racial, mas sócio-educacional!
Todos os anos, vejo paralisações nas aulas das escolas das redes públicas, provocadas por greves de professores mal pagos, falta de merenda escolar, falta de carteiras, falta de salas de aula e outros problemas. Em resumo, falta de vontade de realmente elevar o nível da educação. No final do ano, os alunos são aprovados como se nada tivesse acontecido, tudo é ajeitado, ninguém é responsabilizado, e vamos criando mais uma geração de “filhos de pobres”, de baixa escolaridade que terão poucas chances de competir com quem estudou numa escola de verdade!
Aqui no Rio, apareceram até uns “gênios” inventando uma tal “aprovação automática”, ou seja, o aluno passaria para a classe seguinte com ou sem aproveitamento! E assim iria, até ficar tão incapacitado de acompanhar o programa que acabaria desistindo! Mais uma boa forma de maquiar um problema, mascarando suas consequências. Felizmente, parece que as reações impediram a continuação desta idéia de mais um “bonzinho” de plantão!
Mas, investir em educação não dá frutos imediatos, e os louros serão colhidos em outros mandatos políticos, não rendendo votos para os autores do investimento! E, além disso, gente com boa escolaridade teria melhores critérios ao escolher seus candidatos e cobraria atitudes mais coerentes dos políticos que elegeu! Desta forma, nossos governantes acharam melhor investir na demagogia! Esta tem retorno imediato! A forma como foi tratado o recente problema com as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) mostra o habitual descaso com a educação, tradição antiga dos governos deste país.
Alguns acreditam que o nível econômico dos brasileiros melhorou, com a elevação de mais brasileiros para as classes econômicas imediatamente superiores. Mas, quando isto é feito abaixando os números que enquadram a renda destas classes, não há nenhum benefício, apenas estatísticas favoráveis.
Nos últimos anos, a única coisa que realmente beneficiou a todos foi a estabilidade econômica, com o fim da hiperinflação que parecia uma peneira a vazar nossos rendimentos. O que vemos agora são os efeitos do fim daquele pesadelo. Já anda por aí uma nova geração que nem sabe o que são rotuladoras de preços, aquelas máquinas que passavam o dia remarcando produtos nos supermercados!
Quando um país realmente melhora, as pessoas passam a entender melhor o seu próprio papel na sociedade, o significado dos eventos políticos nacionais e a exigir mais de quem recebe procuração para gerir esta imensa massa de recursos que são propriedade de todos.
Esperemos que um dia, algum redentor faça a abolição da escravidão educacional, principal fator a impedir a melhoria da qualidade de vida deste país!
Neste data, esqueceremos as "raças" e celebraremos o Dia da Consciência Nacional...