FRASE:

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"Se deres um peixe a um homem, vais alimenta-lo por um dia; se o ensinares a pescar, vais alimenta-lo a vida toda."

(Lao-Tsé, filósofo chinês do séc. IV a.c.)

segunda-feira, 12 de julho de 2010

O Grande Circo Partiu

Acabou a Copa do Mundo!
Parafraseando o final do livro “O Grande Circo”, de Pierre Clostermann:

O Grande Circo partiu.
O público ficou satisfeito. O programa foi extenso, os atores não totalmente maus e os leões devoraram o domador.
Em família, os comentários durarão ainda alguns dias. E, mesmo quando tudo for esquecido, - a fanfarra, os fogos de artifício e os belos uniformes – restarão ainda, na praça da vila, o círculo de serragem da pista e os buracos das estacas.
A chuva e o olvido em breve lhes apagarão os traços...


O autor se referia ao final de uma guerra, onde combatera como piloto de caça, dormindo as vezes em barracas e mudando frequentemente de base, na medida que os aliados avançavam.
Mas, voltando ao nível do solo, ou melhor, do gramado, tenho a impressão de nunca ter visto antes uma final tão medíocre como esta, jogada entre Holanda e Espanha.
Dois times incompetentes e medrosos. Aqueles mesmos “entendidos” que tanto criticaram e até agrediram Dunga se desmancharam em elogios para o vencedor, cujo único mérito foi ter tido a sorte de ter um raro momento de acerto, num jogo de precauções e passes laterais, todos esperando o erro do adversário.
Cade a tal “ousadia” que tanto cobraram da seleção brasileira? E o “futebol alegre” que tanto elogiaram na Argentina?
Venceu aquele que, mesmo cautelosamente, se atreveu a tentar atacar. Poderia ter perdido o jogo por isto, se fosse apanhado na armadilha de um contra-ataque holandês, como aconteceu com outros.
Até foi, mas quis o acaso que os atacantes falhassem e que no gol espanhol tivesse um goleiro de respeito.
Não me venham comparar com a final de 1994, decidida nos penaltis!
Naquele jogo, o Brasil foi só pressão o tempo todo sobre a Itália e os gols brasileiros só não aconteceram por causa do tal “imponderável de Oliveira”.
Teve um momento em que o goleiro italiano Pagliuca chegou a beijar a trave, em agradecimento!
Mas, o circo partiu!
Os pontapés criminosos em Elano, Luiz Fabiano e outros serão esquecidos, assim como o gol da Inglaterra, vergonhosamente ignorado pelo árbitro e a perplexidade de Kaká ao ser expulso injustamente. A pisada de Felipe Mello no holandês vai custar um pouco mais...
Finalmente, ficarão as lembranças do futebol magnífico de Forlan, que fez tudo o que se esperava de Messi+Cristiano Ronaldo, e das defesas milagrosas do frio goleiraço espanhol Casillas.
Esqueci alguém? Provavelmente sim. Mas, a maioria das seleções desta copa também esqueceu do futebol...

4 comentários:

  1. Mais uma vez a fórmula romana: "panis et circenses" imperou e nos alienou do vasto mundo hostil que nós mesmos criamos. Como os demais habitantes do Planeta fiquei feliz com a distração e estou ansioso que venham logo, as próximas Copas e as Olimpíadas. Como estou naquela faixa etária que neste Patropi pode ser considerada quase sobre vida, justifica-se o "ansioso", não sei quantas Copas ainda vou assistir.

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  2. - Que venham as próximas funções... e que o circo não pegue fogo! Você, meu amigo, traçou um paralelo perfeito entre dois eventos tão diferentes. Parabéns.

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  3. Ôpa! Gostei do novo visual! Digno do conteúdo. Parabéns!

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  4. Jair, eu estou aprendendo agora a usar os recursos para mudar a aparência.
    Já tirei também a "peneira" dos comentários.

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