FRASE:

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"Se deres um peixe a um homem, vais alimenta-lo por um dia; se o ensinares a pescar, vais alimenta-lo a vida toda."

(Lao-Tsé, filósofo chinês do séc. IV a.c.)

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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

FILME: CONTRA O TEMPO


Infelizmente, uma coisa começar bem não é uma garantia de que vai terminar bem.
No caso do filme CONTRA O TEMPO (Source Code – 2011 - EUA/FRA – 93 min. - Cor), o estreante roteirista Ben Ripley foi apenas mais um a cair na armadilha de tentar "consertar" as coisas com aquela mesmice tão peculiar aos seus colegas de profissão, e acabou perdendo o fio da meada. 
E assim, transformou o que poderia ser um novo cult em apenas mais um filme de ficção-científica, que vai muito bem por três quartos do tempo, se confundindo no final.
Acaba valendo pela proposta e pela boa direção de Duncan Jones, de Lunar (Moon - ING -2009). Trata-se do filho do roqueiro inglês David Bowie, e parece estar criando boa reputação no gênero. Eu ainda acho que vale a pena assistir, pelo seu conteúdo e proposta,  apesar da perda de rumo final. 


Colter Stevens (Jake Gyllenhaal), piloto militar americano, servindo no Afeganistão, de repente se vê como que despertando em um trem, nos EUA, viajando em companhia da jovem Christina Warren (Michelle Monaghan) que ele não conhece, mas que parece conhece-lo muito bem. 
Só que ela o chama por outro nome e ele acaba descobrindo que, aparentemente, está no corpo de outra pessoa!

Colter (Jake Gyllenhaal) e Christina (Michelle Monaghan): como eu vim parar aqui?

Este início chocante e enigmático é apenas o aperitivo do que está por vir: dali a pouco, o trem inteiro explode e ele “desperta” novamente, agora para descobrir que é parte de um inusitado experimento militar americano.
Através dos contatos com a capitão Goodwin (Vera Farmiga), sua supervisora, ele é informado que estão sob a direção do Dr. Rutledge (Jeffrey Wright), tentando evitar uma sequência de atentados terroristas.
Um trem foi explodido em Chicago, e o mesmo autor do atentado parece disposto a continuar atacando, com intensidade cada vez maior.

Goodwin (Vera Farmiga) e o Dr. Rutledge (Jeffrey Wright) coordenam uma missão inusitada.

Mas, uma tecnologia inédita possibilita que sejam recuperados os últimos 8 minutos de memória do cérebro de uma das vítimas mortas na explosão. E além disto, permite que outra pessoa possa reviver aqueles oito minutos no lugar do morto, e o mais interessante, interagir com o código-fonte dos eventos, e criar alternativas para tentar descobrir o autor do atentado, a tempo de impedi-lo de continuar sua escalada terrorista.

Colter descobre cada vez mais motivos para se preocupar...

Desta, forma, Stevens pode reviver os últimos minutos de uma das vítimas, o professor Sean Fentress (Fréderik De Grandpré),   usar e abusar dos acontecimentos e dispor do cenário e das pessoas em torno, explorando todas as possibilidades e alternativas. Porém, as variantes ocorrem apenas naquele ambiente, pois os eventos já ocorridos não podem ser revertidos. E nisto está a coerência necessária para tornar sustentável a estrutura do filme.
No decorrer das tentativas, Colter começa também a ficar intrigado com sua própria sorte e destino. Suas últimas lembranças datam de dois meses antes e ele se divide entre descobrir o autor do atentado e o que aconteceu consigo mesmo neste lapso de tempo.
Logo, as coisas começam a se esclarecer e ele acaba tendo outros motivos para se preocupar...
Como eu falei no início, este poderia ser um dos raros casos de roteiro que não perde o fio da meada, porém, na sequência final, a tentação de fazer "final feliz" prejudicou a coerência, e a premissa principal foi perdida...
A mesmice obsessiva de querer modificar coisas que já ocorreram contaminou o que seria uma excelente história.
De qualquer forma, eu acho que a abordagem deve agradar aos fãs de SCI-FI, mas sem dúvida as incoerências serão notadas. Minha opinião é de que vale apena assistir, mas não espere o grande filme sugerido pelo início.
Quem sabe, daqui a pouco surja uma "versão do diretor", como aquela que foi feita para BLADE RUNNER...
Pelo menos assim poderiam realmente consertar os erros cometidos no passado! (Mas sem muda-lo!)
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O filme foi exibido nos cinemas em setembro de 2011, está disponível em DVD nas revendedoras e locadoras, e esteve recentemente sendo exibido pelo canal a cabo Telecine Premium. 

Obs: Não confundir com:
Contra o Tempo (Slipstream - EUA - 2006)
Contra o Tempo (Cradle 2: The Grave - EUA -2003)
Pelo visto, não há nenhum critério (ou se há, não é obedecido) na escolha de títulos para obras estrangeiras no Brasil.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

FILME: O VOO DA FÊNIX - 2004

Refilmagem do filme de 1965, baseado na mesma história do livro de Elleston Trevor.

O VOO DA FÊNIX (Flight of the Phoenix – EUA – 2004 – 113 min. - Cor)
A direção coube ao irlandês John Moore (Atrás das Linhas Inimigas – 2001).
A história foi mantida praticamente a mesma, com algumas adaptações que não alteram o enredo.
Um velho avião militar operado por particulares tem a missão de resgatar operários e equipamentos de um poço de petróleo deficitário pertencente a uma multinacional, no deserto de Gobi, e traze-los até Pequim. Porém, são apanhados por uma tempestade de areia e acabam fazendo um pouso forçado, ficando isolados fisicamente e sem comunicações, no meio do deserto.
Com poucas chances de serem resgatados ou de alcançarem algum local civilizado por terra, discutem o que fazer.
O engenheiro aeronáutico Elliot (Giovani Ribisi) luta contra a oposição do comandante para liderar os sobreviventes numa insólita empreitada.
O comandante da aeronave Frank Towns (Dennis Quaid) e seu mecânico A.J. (Tyrese Gibson) acham que devem aguardar junto ao avião para serem localizados por aeronaves de busca, mas são contestados pelos sobreviventes, entre eles a operária Kelly Johanson (Miranda Otto) e o engenheiro aeronáutico Elliot (Giovani Ribisi).
Elliot sugere que podem aproveitar partes do avião para construir uma aeronave menor e decolar com todos os sobreviventes, enfrentando grande oposição do comandante.
Alguns querem se aventurar pelo deserto, e a presença de uma caravana de bandoleiros ameaça mais ainda sua situação.
Afinal, a ideia de Elliot prevalece, e eles começam a montar o “novo” avião, batizado Phoenix, nome de uma mitológica ave egípcia que se ergue das próprias cinzas para voar novamente.
Para complicar mais as coisas, os tripulantes acabam por descobrir que Elliot é na verdade designer de...aeromodelos!
Pouca coisa muda em relação à história original: a locação que era no deserto do Sahara, passa para o deserto de Gobi, e nesta versão, existe uma presença feminina, já que a original era um “clube do bolinha”, onde a única mulher aparecia nos devaneios de bêbado de um dos sobreviventes.
Tempestades de areia dificultam ainda mais o trabalho dos operários improvisados.
Para os aficcionados da aviação, a diferença é o avião, que, em lugar do Fairchild C-82 do filme original, agora é um Fairchild C-119, com bastante semelhanças no leiaute. Técnicamente, porém, seria bem mais difícil fazer a adaptação com este tipo, devido à configuração de suas asas.
Acredito que os cultores do filme original não se decepcionaram com esta refilmagem, que mantém os bons ingredientes e a suspense da trama original. Disponível em DVD nas locadoras.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

FILME: O VOO DA FÊNIX (1965)

Antigamente, ainda não dispunhamos das fantásticas técnicas atuais da computação gráfica e nem dos sofisticados efeitos especiais dos anos 80. 
Assim, às vezes o que assistíamos em filmes era algo que fora executado na verdade, com alguns pequenos retoques.
O VOO DA FÊNIX (The Flight Of The Phoenix – EUA - 1965 – 142 min.- cor) me emocionou mais quando eu soube o que aconteceu na sua produção.
A história começa de forma banal: pouco tempo após a II Guerra Mundial, um velho avião cargueiro excedente das forças armadas, operado por ex-pilotos militares, voa a serviço de uma empresa de exploração de petróleo, e sua função é trazer para Benghazi uma equipe de funcionários de um dos poços desativado pela companhia, no deserto da Líbia, além de dois militares britânicos.

Towns (James Stewart) e Moran (Richard Attenborough) encaram uma tempestade de areia sobre o deserto da Líbia.

Mas, naqueles tempos, antes dos satélites meteorológicos e dos GPS, eles acabam se deparando com uma tempestade de areia e se acidentam, fazendo um pouso forçado no meio do deserto, com o rádio inoperante e sem saberem sequer sua localização exata.
Não parece haver perspectivas de um resgate antes que suas provisões e reservas de água se acabem, e a situação se mostra desesperadora.
E, como não poderia deixar de ser, começam os choques pessoais entre os sobreviventes, cada qual querendo achar sua própria solução.
O dominador comandante do avião, Frank Towns(James Stewart) desprovido do seu aparelho, vê balançar também a sua liderança, apoiado apenas pelo seu navegador Lew Moran (Richard Attenborough).
O oficial britânico Cap. Harris (Peter Finch) pensa utilizar suas habilidades de infantaria para se aventurar a pé, tentando buscar socorro, apesar do pouco entusiasmo do seu subordinado, o descrente sargento Watson (Robert Frasier).
Mas, uma proposta inusitada acaba partindo do jovem engenheiro aeronáutico alemão Heinrich Dorfmann (Hardy Krüger): utilizando partes da avião acidentado, montar uma aeronave menor, com um dos motores apenas, mas capaz de decolar do deserto levando todos os sobreviventes.

O jovem engenheiro alemão Dorfmann (Hardy Krüger) apresenta uma proposta no mínimo arriscada: haveria chance?

À princípio, os pilotos acham absurda sua ideia, mas alguns dos outros vêm isto como uma nova esperança, talvez sua única chance de salvação.
Rapidamente, estabelecem um cronograma de trabalho e começam a tarefa de criar um novo avião, e o batizam PHOENIX (Fênix), em homenagem ao mitológico pássaro egípcio, que renascia das cinzas do seu próprio ninho.
Mas, levar a cabo uma tarefa assim inédita nas condições climáticas de um deserto e com o escasso equipamento de apoio trazido do poço não seria nada fácil.
E logo, eles também descobrem que ficar sozinhos no deserto não é o pior, se a alternativa for encarar as tribos nômades de bandoleiros que vagam pela região em caravanas...
Mas, a produção do filme teve uma história a parte: o PHOENIX foi realmente montado e...voou de verdade!
Nada menos de três aeronaves Fairchild C-82 Packet foram utilizadas nas cenas em voo e em terra, em diversas tomadas.
O C-82 era um grande avião bimotor, onde longas naceles (extensões posteriores das coberturas dos motores) se prolongavam dos motores até a superfície do estabilizador horizontal, na cauda, dotada de leme duplo.

O aspecto de um C-82 semelhante ao do filme.

O truque foi construir uma fuselagem semelhante a uma destas naceles do C-82, montar nelas as asas de um pequeno bimotor Beechcraft C-45 e um motor Pratt-Whitney R-1340, retirado de um monomotor North American T-6 Texan, com uma cabine aberta sobre a nacele, e uma cauda semelhante à parte do avião original.
E funcionou! O aparelho foi batizado Phoenix P-1 e homologado para o voo experimental.
O piloto (e construtor) foi o lendário Paul Mantz, famoso dublador de cenas aéreas e consultor de voos da aviadora americana pioneira Amelia Earhart (veja link aqui).
Bobby Rose, dublê de Hollywood, o acompanhou na mesma cabine aberta.
Infelizmente, no seu primeiro e último voo, após uma série de pousos com toques-e-arremetidas para assimilação das características do aparelho, o Phoenix sofreu uma falha estrutural, com consequente ruptura, e Mantz veio a falecer em consequência do acidente, ficando Rose seriamente ferido.


O Phoenix P-1 em seu único voo. Como seria inviável decolar apenas com os esquis, como no filme, foram colocadas rodas sob eles.

As cenas subsequentes de voo utilizaram uma outra aeronave, um North American O-47, modificado para representar o Phoenix.
Mas, no finalzinho do filme, foi aproveitada uma cena onde aparece o Phoenix original, em seu único voo.
No final dos créditos, aparece uma frase de homenagem a Paul Mantz: “Lembramos que Paul Mantz, bom homem e brilhante piloto, deu sua vida na feitura deste filme”.
A direção e produção foi de Robert Aldrich, e a história foi baseada no livro homônimo de Elleston Trevor.
Recebeu indicações para o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Edição.
A linda canção italiana Senza Fine, sucesso na época na Itália e no Brasil, aparece em uma dramática cena, cantanda por Connie Francis, no radinho transistor de um sobrevivente, vivido pelo ator italiano Gabrielle Tinti.
Curiosamente, o protagonista James Stewart foi realmente instrutor de voo durante a II Guerra Mundial.

Disponível nas boas locadoras, em novas cópias.
Para saudosistas e entusiastas da aviação e de filmes de superação.

Atenção, amigos: esta postagem corresponde a outra da minha querida amiga Suzane Weck, que interpreta a canção do filme, como costuma fazer no seu interessante e nostálgico blog. E, além de me homenagear com esta linda música, ela abre também uma corrente de pensamento positivo para me fortalecer nos momentos difíceis que tenho passado...
Convido-os a visitarem o blog desta amiga, no link abaixo:

http://suzeweck.blogspot.com.br/2012/08/senza-fine.html

Obrigado!

terça-feira, 6 de março de 2012

FILME: OS CAVALEIROS DO AR

Tudo o que Ases Indomáveis (Top Gun) ficou devendo aos fãs da aviação, Os Cavaleiros do Ar (Les Chevaliers du Ciel – França – 2005 – 102 min. - Cor) nos dá: uma trama bem urdida, ação pra valer, um romance caliente, e cenas aéreas espetaculares e bem feitas!
A direção é de Gérard Pirès, e o script de Gilles Malençon.
Foi produzido pelo trio Eric e Nicolas Altmeyer e Christopher Granier-Deferre e distribuído pela Pathé.
O nome do filme em francês é o mesmo de uma série produzida para TV francesa nos anos 60, esta por sua vez baseada nos quadrinhos belgo-franceses Les Aventures de Tanguy et Laverdure, de Jean-Michel Charlier & Albert Uderzo, publicados de 1959 a 1971. As histórias narravam as aventuras de dois jovens cadetes da Airmée de L'Air
(Força Aérea Francesa), Michel Tanguy e Ernest Laverdure.

Capa do gibi original, e os protagonistas, Ernest Laverdure (e) e Michel Tanguy (d).

Mas, apesar de inspirado na série, o filme se passa na época atual, e os protagonistas são os capitães da Armée de L'Air Antoine Marchelli, codinome "Walk'n" (Benoit Magimel) e Sébastien Vallois, codinome "Fahrenheit" (Clovis Cornillac), ambos pilotos de aeronaves de caça Mirage 2000(*).
Eles participam de um programa de intercâmbio com duas jovens pilotos da Força Aérea Americana, as capitãs Estelle Kass, codinome “Pitbull” (Alice Taglioni) e Leslie Hedget, codinome “Stardust” (Rey Reyes), que também pilotam os caças franceses.

 Os amigos Vallois (Clovis Cornillac) e Marchelli (Benoit Magimel) se veem envolvidos em uma trama onde se misturam interesses comerciais, espionagem e terrorismo.

Acionados em uma missão de intercepção, eles se veem às voltas com um avião do mesmo tipo que o deles, cujo piloto age de modo estranho e ignora o controle de terra.
Em uma rápida escaramuça, o misterioso piloto ameaça atingir a aeronave de Vallois com um dos seus mísseis, e acaba sendo destruído pelos canhões do caça de Marchelli, que atira para defender seu colega de esquadrilha.
Marchelli parece ter feito a coisa certa e é até elogiado por isto, mas subitamente, o mundo desaba sobre ele e seu ala!
Uma comissão governamental de alto nível aparece na base para investigar a ocorrência, e a carreira de Marchelli e Vallois fica sob ameaça, pois eles são acusados de ter deliberadamente abatido uma aeronave em missão secreta, sem estarem autorizados para isto! 

Em pouco tempo, eles passam da condição de heróis a vilões, tendo que se defender de evidências contra eles que aparecem estranhamente plantadas na investigação!
Os pilotos sofrem pressões da chefe da comissão, a bela executiva Maelle Coste (Géraldine Paillas), que propõe um acordo, arquivando todas as acusações, desde que eles concordem em participar de um programa secreto do governo, mas eles se recusam, sendo em represália excluídos da Força Aérea.
Mas, uma densa trama, envolvendo espionagem internacional, competição entre fabricantes de aviões militares e terrorismo está em curso, e Marchelli e seu colega Vallois acabam cedendo e participando de uma competição internacional que pode render um bilionário contrato para a França.

Marchelli (Magimel) num enorme dilema: escolher entre sua colega e rival, a americana "Pitbull" Kass (Alice Taglioni) e a compatriota que quase acabou com sua carreira, a executiva Maelle (Géraldine Paillas).

Além disso, Marchelli acaba também seduzido pela chefona Maelle, o que realmente influência nas suas decisões!
Porém, mais uma vez nada é o que parece, e eles acabam percebendo que serviram de isca para descobrir o planejamento de uma ação terrorista a ser efetivada em território francês, justo no dia do desfile de 14 de julho, aniversário da Queda da Bastilha.
O desenrolar da trama os leva até ao Oriente Médio, onde enfrentam um grupo de mercenários, que contavam com a colaboração de um elemento bem próximo a eles!
Um filme bem temperado para servir como diversão garantida, numa mistura bem equilibrada de ação, romance e bom humor, à moda francesa.
Se Top Gun foi um hamburger tipo "junk food", Os Cavaleiros do Ar é uma refeição francesa, com entrada, prato principal e sobremesa, preparada por um chef bem competente!

As tomadas aéreas são simplesmente espetaculares!
 
Cenas aéreas de arrepiar, com aviões Mirage 2000, Dornier Alpha Jet, Boeing KC-135FR Stratotanker e Boeing E-3F Sentry (AWACS), além de aeronaves comerciais e de transporte militar.
Consta que não foi feito uso de computação gráfica, o que só aumenta o mérito das magníficas tomadas aéreas, feitas com cameras montadas em autênticos caças Mirage e em alguns casos, a bordo de um jato Lear Jet.
Este filme não foi lançado nos cinemas brasileiros, e adquiri-lo em DVD pode não ser uma tarefa fácil, pois esgotou-se na maioria das lojas. Algumas boas locadoras ainda o possuem.

(*) - A FAB utiliza atualmente um esquadrão equipado com caças Mirage 2000, adquiridos já usados da França em 2005, que juntamente com outros caças tipo Northrop F-5M Tiger II, constituem a única arma aérea defensiva do Brasil, enquanto nossos pilotos aguardam o fim da triste novela protagonizada pelo governo brasileiro para a aquisição de uma nova aeronave defensiva.
 

sábado, 7 de janeiro de 2012

FILME: A ORIGEM

Hollywood despeja anualmente uma torrente de filmes de ficção-científica, muitos sobre temas redundantes, alguns repetitivos, outros medíocres. Alguns até começam bem, mas depois parecem perder o fio da meada e caem nos velhos clichês, outros dão a impressão de que a produção brigou com o roteirista no meio do filme, e contrataram outro para dar um final na história!
Mas, de vez em quando, surge uma abordagem inusitada e bem feita, onde a coerência é mantida do princípio ao fim.

A ORIGEM (Inception – EUA – 2010 – 148 min. - Cor) tem, na minha opinião, os requisitos para tornar-se um verdadeiro cult.
A direção é do anglo-americano Christopher Nolan, de O Grande Truque (The Prestige), Amnésia (Memento), Batman Begins e Batman: O Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight), que também é co-produtor e o autor do script.
Dom Cobb (Leonardo Di Caprio) e seu parceiro Arthur (Joseph Gordon-Levitt) trabalham para uma empresa especializada em espionagem industrial chamada COBOL Engenharia.

Arthur (Gordon-Levitt) e Cobb (Di Caprio): parceiros na invasão do subconsciente alheio.
Sua função é sequestrar pessoas e induzi-las ao sono com sedativos para, com o auxílio de uma estranha e sinistra engenhoca, força-las a compartilhar de seus sonhos.
Seu objetivo é, durante o desenrolar deses sonhos dirigidos por Cobb, induzi-las a revelar-lhe segredos de sua vida real.
Os alvos são dirigentes de megacorporações rivais, cada um querendo descobrir os segredos do outro.
Mas, a farsa tem que ser bem feita, pois suas vítimas podem já terem sido instruídas sobre suas técnicas e  perceberem que estão em um sonho. Neste caso, pode ser necessário inserir um sonho dentro de outro, para confundir ainda mais a vítima em potencial.
A técnica envolve toda uma equipe, incluindo o arquiteto Nash (Lukas Haas), que deve “construir” mentalmente os cenários dos sonhos, o encenador de personagens Eames (Tom Hardy) até o químico Yusuf (Dileep Rao), para preparar e dosar os sedativos.

Na equipe de viajantes do subconsciente, cada membro tem uma função definida.

E existem peculiaridades: na escala dos sonhos: o tempo anda mais acelerado e 5 minutos no tempo real podem equivaler a uma hora num sonho.
Quando se insere sonhos dentro de sonhos, em camadas, a coisa cresce de forma geométrica e num terceiro nível de sonho, algumas horas de sono no tempo real podem equivaler a até mais de 50 anos no sonho, ou quase toda uma vida!
Devido a uma falha do arquiteto Nash, Cobb é descoberto tentando arrancar os segredos do megaempresário japonês Saito (Ken Watanabe), diretor de uma grande corporação, e passa a ser perseguido pela sua própria empresa.
Numa reviravolta, Saito tenta contrata-lo para eliminar uma empresa concorrente, e acena com uma proposta para retribuir pelos serviços resolvendo um problema legal que impede Cobb de regressar aos EUA e rever seus filhos.
Cobb acaba aceitando e tem que formar uma nova equipe. Para isto consegue persuadir a jovem estudante de arquitetura Ariadne (Ellen Page), que fica fascinada pela capacidade criativa que pode desenvolver na construção dos cenários dos sonhos.
Mas, logo ela descobre o que os outros membros já sabiam: Cobb tem sérios problemas pessoais com a esposa Mal (Marion Cotillard), que interfere negativamente em todos os seus sonhos, e acaba pondo em risco a missão.

A esposa Mal (Marion Cotillard) é um problema adicional para Cobb.

Primeiro ele tem que resolver seus traumas pessoais, para depois levar a termo os propósitos do acordo com Saito, que resolve também participar pessoalmente do grupo.
Também integram o elenco Tom Berenguer e Michael Caine.
A trama é envolvente, e coisa rara, me faz esperar por uma sequência!

A Origem recebeu o Oscar nas categorias:

Melhor Fotografia
Melhor Edição de Som
Mixagem de Som
Efeitos Especiais

E ainda foi indicado para: Melhor Filme, Melhor Roteiro Original, Trilha Sonora Original e Melhor Direção de Arte,

O andamento do filme nunca deixa o espectador entediado, mas é aconselhavel que escolha uma boa hora para assisti-lo, pois qualquer interrupção ou desatenção poderá faze-lo perder detalhes relevantes para a trama. Apesar da duração de 2:28 h, nada no filme é “enchimento de linguiça”, e sempre algo de importante está acontecendo.
O DVD está nas locadoras, mas também pode ser adquirido nas principais fornecedoras por custos entre R$16,90 a R$ 20,00.
Não vou falar dos P2P...


Nota(1):Esta postagem era para ser publicada amanhã, dia 08, mas acidentalmente, quando fui "visualizar", o vinho fez efeito e acabei clicando em "publicar postagem"...E não sei como desfazer sem receio de perder tudo...

Nota(2): Este filme serviu de inspiração para o episódio 16 da 23ª temporada de OS SIMPSONS, onde um cientista meio maluco conecta toda família a uma máquina para compartilhar os sonhos de Homer e descobrir por que ele está molhando a cama durante o sono...

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

FILME: REPO MEN - O RESGATE DE ÓRGÃOS

Atualmente, algumas situações me tem feito assistir à TV mais do que eu acharia razoável... Minhas alternativas na TV a cabo são os canais de cinema e os documentários sobre história ou sobre os animais.
Mas, no que se refere à filmes ditos de “ação”, acho que talvez seja necessária a criação de uma nova categoria: filmes de “dissecação”!
Eu me refiro à filmes onde haja a exposição excessiva de cenas de sangue, sem que isso seja de forma alguma relevante para a compreensão da trama, usando até "closes" para mostrar cortes e mutilações, com sangue espirrando em profusão.
Cenas que se prolongam bem além do que seria necessário, me fazendo supor que o diretor deve sofrer de alguma doença mental, ou então que sua obra é dirigida a pessoas com alguma perturbação psíquica! 

 Capa do DVD americano

REPO MEN – O RESGATE DE ÓRGÃOS (Repo Men – EUA/CAN, 2010, 111 min.) é um destes filmes onde a obsessão do diretor Miguel Sapochnik por cenas sanguinolentas, principalmente na sequência final, me fez esquecer a linha principal da trama, aliás cheia de falhas lógicas, com tentativas de fazer algo que não tem a menor possibilidade de dar certo!
Também me fez perder o interesse em olhar a tela, e acompanhar aquela série de coisas sem consistência, mesmo para um filme de ficção-científica!
Baseado num conto de 2009, Repossession Mambo, de Eric Garcia, a proposta até é interessante: Em uma época futura, sem que se saiba como isto pode ter sido legalizado, a empresa Union fabrica e comercializa órgãos artificiais para transplantes em seres humanos. Os órgãos são de alta qualidade e geralmente substituem com vantagem os naturais. São fornecidos numa espécie de sistema leasing, onde o usuário deve pagar mensalmente pela permanência e manutenção do componente implantado. Se porém, por algum motivo, não puder faze-lo, e as prestações atrasarem além de determinado prazo, o contrato determina que o órgão seja tomado de volta pela empresa (como se fosse um carro ou uma TV!), embora isso geralmente possa significar a morte do paciente!

 Jake (Forest Whitaker) e Remy (Jude Law): parceiros colocados em posições antagônicas.

E a retomada é feita de forma compulsória, por elementos chamados agentes resgatadores (repo men), que agem motivados por premiação de acordo com a sua produção, ou seja, quanto mais órgãos resgatados de maus pagadores, mais eles recebem!
As personagens centrais são dois parceiros resgatadores, que são amigos e fazem seu trabalho com muita eficiência, e um deles parece até adorar suas funções!
Remy (Jude Law) e Jake (Forest Whitaker) trabalham para o frio Frank (Liev Schreiber), diretor da empresa Union. Eles são os mais eficientes resgatadores de órgãos em atividade, para desespero de suas vítimas, que fazem tudo para escapar de suas pistolas de choques atordoantes e de seus bisturis, usados sem anestesia para abrir os corpos em busca de seus componentes!
Jake parece adorar sadicamente o que faz, mas Remy, cheio de problemas com sua esposa e filho, se vê pressionado a mudar de função, e pensa tornar-se vendedor de órgãos, ao invés de resgatador.
Porém, um estranho acidente acaba por coloca-lo em uma situação dfícil, e ele tem que retomar suas funções para manter sua própria vida! E acaba tendo que se confrontar com seu amigo e parceiro!
Minha recomendação é: não assista!
Apesar do excelente trio de atores, acompanhados ainda por Alice Braga, no papel de Beth, uma mulher viciada e cheia de transplantes, tem que ter muito estômago para suportar as cenas sangrentas, e o final pode não compensar!
Mas, se a curiosidade o fizer superar o nojo e as náuseas, depois me diga o que achou!
Eu acho que com o mesmo tema, e com os mesmos atores, poderia ter sido rodado um filme bem melhor.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

FILME: ALMAS EM CHAMAS

ALMAS EM CHAMAS (Twelve O'Clock High – 1949) é, para quem gosta do tema, o filme-referência sobre a aviação da II Guerra Mundial. O filme conta uma dramática situação vivida por aviadores americanos que tinham a função de bombardear alvos na Alemanha e países ocupados pelos nazistas. A história se baseia em situações reais, ocorridas durante a Batalha Aérea da Europa.

 Capas do DVD nas edições brasileira e americana (1).

HISTÓRIA
Eu não saberia falar sobre este filme sem abordar alguns pontos cuja compreensão se faz necessária para que o tema principal seja apreciado no seu todo. Então, aqui vai um pouquinho de história...
Antes mesmo da entrada dos EUA na II Guerra Mundial, já estava estabelecida a doutrina do poder aéreo como base de qualquer campanha militar. A blitzkrieg (2) dos alemães na Europa, apoiada pela cobertura da Luftwaffe(3) e o ataque a Pearl Harbor sepultaram respectivamente os conceitos bélicos das fortificações fixas  como linhas de defesa e dos encouraçados como fortalezas flutuantes. Ficou claro que quem tivesse superioridade aérea acabaria por tomar a iniciativa das ações, em terra ou no mar.
A indústria americana, totalmente imune a ataques aéreos por parte de seus distantes inimigos alemães e japoneses, produzia armas como nunca, gerando empregos em profusão, salvando o povo americano da crise econômica e criando a imagem de Rosie The Riveter (Rosie, a rebitadora), a dona-de-casa típica americana, que vestiu o macacão para trabalhar na indústria, enquanto seu marido e filhos combatiam. Os aviões representavam grande parte desta produção. Muitas fábricas de automóveis e eletrodomésticos adaptaram suas linhas de montagem e passaram a produzir aviões, motores e componentes aeronáuticos.

 Rosie The Riveter: um símbolo da mobilização das mulheres americanas no esforço de guerra. Cartaz de propaganda produzido pela Westinghouse para o governo dos EUA. Saiba mais!

 Na Inglaterra, bases aéreas eram literalmente tomadas pelos grandes bombardeiros americanos Boeing B-17 e Consolidated B-24 da Oitava Força Aérea da USAAF (4).
Quase diariamente, dependendo das condições do tempo, centenas destes aviões decolavam de diversos aeródromos, se reuniam sobre o Canal da Mancha e rumavam para atacar alvos estratégicos, como complexos industriais, entroncamentos ferroviários, depósitos de combustível e centrais energéticas, no continente europeu ocupado pelo Reich alemão.

Aviões Boeing B-17G estacionados no pátio de uma das fábricas, em Seattle, em 1944.

Mas, apesar da produção de aeronaves parecer infinita, havia um fator crítico, que limitava o emprego do avião como arma: os pilotos!
Nos EUA, escolas militares tinham um programa acelerado de formação de pilotos, e eram capazes de brevetar aviadores em apenas dez meses.
À princípio, apenas jovens com um mínimo de dois anos de universidade, depois, qualquer um com ensino médio, ingressando primeiro em um curso básico preparatório.
Apesar de formarem grandes números de pilotos e tripulantes, a expectativa de vida destes jovens em combate era surpreendentemente curta. Até hoje se discute quais os números reais sobre este assunto. Seja como for, a expectativa de vida aumentava na razão direta da experiência em combate. Em geral, os que sobreviviam às duas ou três primeiras semanas tinham mais chances do que os recém-chegados. E, a medida que se tornavam mais e mais experientes, pareciam se tornar mais “blindados”. 

 Formação de B-17 da USAAF lançando bombas sobre um alvo na Alemanha. Os pontos de fumaça negra são explosões de granadas antiaéreas. Durante a Batalha da Europa, as baixas de aviadores americanos foram de mais de 47.000, sendo 26.000 mortos.

Pois em meados de 1943, a Oitava Força Aérea Americana, estacionada na Inglaterra tinha este encargo: estabelecer os limites!
E como faze-lo? Para os frios comandantes do escalão superior só havia uma maneira: a estatística! Acompanhar o desempenho dos pilotos e avaliar o seu estado no decorrer das missões poderia indicar o ponto em que um percentual significativo da amostragem demonstraria os sinais de fadiga.
Os problemas eram: o comportamento humano varia de indivíduo para indivíduo: quem pode mais chora menos! Alguns se queixavam e começavam a fazer de tudo para ficar de fora, após poucas missões. Outros aparentavam suportar tudo numa boa e de repente, sem aviso, caiam em total esgotamento! E isto podia acontecer durante uma missão, em meio a um combate sobre território inimigo, acarretando riscos para todos os tripulantes. Os grandes bombardeiros levavam de 12 a 13 tripulantes. Cada vez que os alemães abatiam uma dessas aeronaves, morriam ou se tornavam prisioneiros pelo menos dois pilotos e um navegador treinados e mais 9 tripulantes, entre os quais pelo menos um mecânico de voo e um rádio-operador, além dos artilheiros.
Outro problema era que poucos alcançavam os números máximos propostos, sendo abatidos pelos alemães antes disto! Ninguém ficava sabendo o quanto mais eles teriam aguentado, se continuassem voando!
Quem seria tomado como base? Os que aguentavam menos ou os “ossos duros de roer”?
Para os "politicamente corretos" dos dias atuais, a resposta parece óbvia: nivelar pelos mais fracos e evitar o colapso em combate!
Mas, para os militares do estado-maior americano, a política era exatamente o contrário! Achar o limite máximo, e estabelecer o padrão um pouco abaixo disto!
A proposta inicial havia estabelecido 25 missões, considerando-se que cada uma dessas missões duravam mais de oito horas de voo, grande parte delas sobre território inimigo, sob fogo da artilharia antiaérea e ataques de caças!
Na prática, a dificuldade de alcançar esta meta levou a propaganda americana a alardear como grande destaque quando a tripulação de um B-17 batizado Memphis Belle conseguiu completar a meta das 25 missões, provando que isto era possível !
Chegaram a produzir um filme-documentário sobre o feito, dirigido pelo cineasta William Wyler (em 1990, foi lançado um filme baseado no mesmo tema, porém recheado de ficção).

O FILME
Bem, agora vamos ao filme:
O filme é baseado no livro de mesmo nome, da autoria de Sy Bartlett e Beirne Lay Jr., ambos veteranos da USAAF. A direção foi de Henry King, que também participou na adaptação do script, juntamente com os autores do livro.
Alguns anos após o fim da II Guerra, Harvey Stovall (Dean Jagger, que recebeu o oscar), ex-oficial-administrativo de um esquadrão de bombardeiros, volta à Inglaterra e vai visitar sua antiga base, em Archbury, agora um campo abandonado. 
Davenport (Gary Merrill), Savage (Gregory Peck) e Stovall (Dean Jagger).
 Jagger recebeu o Oscar como ator coadjuvante.

Enquanto passeia pelo local, sua memória volta no tempo e ele revive acontecimentos dos quais participou durante a guerrra.
Sua unidade, o fictício 918º Grupo de Bombardeiros, sofre com as perdas materiais e humanas quase diárias e com a moral baixa dos seus componentes, que acham  a unidade azarada. Além, disto, o índice de eficácia das sortidas é insuficiente.
Novas ordens determinam que os ataques sejam feitos em altitudes menores, para aumentar sua precisão, mas isto também expõe ainda mais os aviões ao fogo antiaéreo.
O comandante da unidade, coronel Keith Davenport (Gary Merrill), é querido por seus comandados, se identifica com eles e demonstra até certa rebeldia contra a política do alto comando, que exige mais e mais sacrifícios. O médico da unidade alega não saber o significado de "esforço máximo".
Para verificar a situação in loco e por a casa em ordem, o dinâmico general-de-brigada Frank Savage (Gregory Peck), amigo pessoal de Davenport, é enviado para comandar a unidade, substituindo-o.
Imbuído em preconizar a política do estado-maior, Savage procura impor disciplina rígida e minimizar os temores de seus homens, mas a princípio, tudo o que consegue é rejeição e antipatia. Todos os pilotos apresentam pedidos de transferência, como forma de protesto contra o novo comandante.
Savage procura ganhar tempo, convencer os pilotos com palestras e dar exemplo para seus comandados, participando das missões com determinação e destemor. Os alvos passam a ser atingidos e as baixas diminuem. Os homens acabam por retirar os pedidos de transferência e passam a cooperar. 
Savage acaba sendo aceito pelos homens mais influentes do grupo e faz valer sua liderança, melhorando o desempenho da unidade.
Então, o grupo é escalado contra um objetivo estratégico e muito bem defendido, cuja destruição o alto comando acredita ser fundamental para os destinos da guerra (como sempre!).
E este é também o ponto decisivo para Savage e seus homens!
Diversas cenas aéreas do filme foram montadas com registros oficiais americanos e alemães de voos de formação e combates reais, já que o filme é em preto-e-branco.
O nome do personagem Stovall se baseou em William Howard Stovall, piloto americano da I Guerra, amigo pessoal de um dos autores do livro e do script. 
Outros caracteres do filme foram baseados em personagens reais, como Savage, inspirado no general Frank A. Armstrong, que comandou o 306º Grupo de Bombardeio durante a II Guerra.
As instalações do esquadrão foram locadas na antiga base aérea americana de Eglin, na Flórida.
Para a filmagem de uma das cenas, o piloto-doublê cinematográfico Paul Mantz, coordenador da missão de Amelia Earhart, fez um pouso de barriga sobre a grama, num B-17.
Mais real que isso, só estando lá!
Dean Jagger ganhou o Oscar como ator coadjuvante e o filme ganhou outro pela trilha sonora.
Mas, a maior consagração do filme veio das opiniões expressas por veteranos de guerra, que realmente viveram aquelas situações retratadas e elogiaram o filme pela autenticidade da história e das cenas.
O filme está disponível em DVD (PeB) nas lojas e locadoras, infelizmente em formato fullscreen (3X4). As legendas em português são sofríveis, e muitas vezes não tem nada a ver com o que foi dito!
O filme originou uma série da TV com o mesmo nome, lançada nos EUA entre 1964 e 1967, com 78 episódios, alguns apresentados no Brasil com o título equivocado “INFERNO NOS CÉUS” pela extinta TV Tupi, com Robert Lansing no papel do gen. Savage. Acontece que este título já existia, atribuido no Brasil ao filme de origem inglesa Squadron 633 (1964), com Cliff Robertson e George Chakiris!

Notas:
(1) A expressão em inglês: twelve o'clock high! (doze horas, no alto!), no jargão da aviação militar, significa uma posição relativa.
Colocando a aeronave onde estamos sobre o mostrador de um relógio analógico, com o nariz apontando para as doze horas, as posições citadas significam a direção de onde está vindo o atacante, acrescentando “acima” ou “abaixo”, se não estiver no mesmo nível.
Assim, “twelve o'clock high” significa que o inimigo está vindo pela frente e pelo alto, mergulhando sobre o avião atacado.
Esta tática de atacar pela frente foi desenvolvida pelos pilotos alemães, após constatarem que os grandes bombardeiros americanos eram muito resistentes ao fogo dos seus caças, conseguindo regressar à suas bases mesmo após atingidos várias vezes pelos projéteis dos canhões de 20 mm. Atacando pela frente, eles procuravam atingir a cabine de pilotagem, matando os pilotos e depois mergulhando sob nariz do bombardeiro, evitando colidir com a alta estrutura da deriva, no caso dos B-17. Esta tática terrível, quando bem empregada, eliminava o avião de forma inapelável.
O grito “twelve o'clock high!” geralmente causava uma aceleração no batimento cardíaco dos tripulantes, pois eles sabiam o que viria a seguir!

(2) O termo blitzkrieg significa, em alemão, "guerra-relâmpago". Essa expressão surgiu como referência ao rápido avanço dos exércitos alemães no início da II Guerra, quando marcharam sobre a Polônia, França, Bélgica e Holanda.

(3) Luftwaffe é a denominação oficial da força aérea alemã.

(4) USAAF é a sigla de United States Army Air Force (Força Aérea do Exército dos Estados Unidos). Durante a II Guerra, a força aérea americana era ainda parte integrante do exército dos EUA, e somente após o final do conflito obteve autonomia e passou a chamar-se USAF , sigla de United States Air Force (Força Aérea dos Estados Unidos).

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

OLHA AÍ O FILME!

Consegui fazer a minha máquina do tempo funcionar por alguns minutos, antes de dar mais um curto-circuito, e acabo de chegar de 2011, onde dei uma passada rápida num shopping, e consegui fotografar o cartaz do filme sobre o drama da mina!
Também li a sinopse. O filme teve o título We're Alive! e foi dirigido por Steven Spielberg, que também se associou aos produtores. Antonio Banderas é o mineiro enrolado que teve que escolher se iria receber a mulher "legítima" (Penelope Cruz) ou a amante (Angelina Jolie). Sabe-se que ele deixou a esposa na saudade...Joaquim de Almeida, com jeitão de Dunga, faz o líder dos mineiros, que manteve a galera unida até o salvamento e foi o último (dos mineiros) a sair.

Cartaz do filme (clique para ampliar).

 E tem ainda George Clooney como "astro especialmente convidado", interpretando o presidente chileno.
O título no Brasil foi: "Os Sobreviventes da Mina San José", e no Chile " Campamento Esperanza".
Se a minha ida ao futuro não deixou nada para ocasionar algum "efeito borboleta", será tudo assim mesmo...Até o jornal onde eu li a sinopse eu deixei por lá!

Ué...onde eu deixei minha agenda?