FRASE:

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"Se deres um peixe a um homem, vais alimenta-lo por um dia; se o ensinares a pescar, vais alimenta-lo a vida toda."

(Lao-Tsé, filósofo chinês do séc. IV a.c.)

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sábado, 31 de outubro de 2015

MAIS UM VISITANTE DO ESPAÇO

Mais um asteróide vem tirar rasantes da nossa velha Terra. Trata-se do espécime rotulado como 2015 TB145, mas já apelidado como "Spooky" (mal-assombrado), ou “asteróide do Halloween”, já que sua maior proximidade com a Terra ocorre hoje, 31 de outubro, data que nos EUA corresponde ao Dia das Bruxas, chamado lá de Halloween.


Foto do asteroide 2015 TB145, batida pelo PANSTARRS. Os astrònomos calculam suas dimensões entre 290 e 650 metros; A massa do asteroide não causa nenhuma influência detectável na Lua ou na Terra, incluindo as marés e placas tectônicas.

Na verdade, o pedregulho espacial vai passar a 480.000 km, uma distância 1,3 vezes maior do que a órbita média da Lua. Mas, em termos astronômicos, é quase uma colisão. Considerando-se que a maior dimensão do asteroide seria de aproximadamente 400 m, e que o mesmo só foi identificado em 10 de outubro pelo telescópio PANSTARRS (*), da Universidade do Havaí,  vê-se que mais uma vez escapamos de uma bala perdida. Se a trajetória viesse a coincidir com a nossa, saberíamos disso com pouquíssima antecedência. Dependendo do local de impacto, os danos seriam consideráveis.

Mas, desta vez, em lugar de travessuras, apenas gostosuras…

Pelo menos, isto me motivou a escrever de novo.

Abraços a todos os amigos!

(*)Segundo a Wikipédia, o Panoramic Survey Telescope and Rapid Response System (em português: Telescópio de Pesquisa Panorâmica e Sistema Rápido de Resposta) mais conhecido pela abreviatura Pan-STARRS é um projeto que tem por objetivo mapear constantemente o céu em busca de objetos próximos que possam apresentar risco de colisão com a Terra .
telescópio PS1 que opera para o projeto está localizado no monte Haleakala no Havaí. Este telescópio está equipado com uma câmera de 1,4 gigapixels e já propiciou a descoberta simultânea de 19 asteroides numa única noite em 29 de janeiro de 2011, além da descoberta do cometa C/2011 L4 que também é conhecido pelo nome deste projeto.

domingo, 7 de abril de 2013

O BÓSON DE NOVO...


Alô, minha gente, volto cheio de saudade, reunindo as forças que começam a retornar, qual Superman afastado da kryptonita.
Nesta manhã de domingo, leio nas páginas de uma revista a interessante entrevista com a cientista italiana Fabiola Gianotti, líder da equipe que, através de experimentos no LHC (Large Hadron Collider - Grande Colisor de Hádrons ou "Trapizonga" como prefere meu amigo Jair), se acredita ter descoberto o tão procurado Bóson de Higgs, em julho de 2012.

Fabiola Gianotti, no túnel do LHC: para ela, o Nobel deveria ser compartilhado por todos os que participaram da pesquisa.


Como costuma acontecer no campo da ciência, novas descobertas geralmente trazem muito mais perguntas do que respostas.
Quanto mais avançou a ciência no século XX, mais questões surgiram, e as soluções às vezes custam muito a aparecer. Muita coisa que “não batia” com as equações da física colocava os cientistas num dilema: ou existem alguns fatores ainda não detectados atuando sobre o universo, ou as equações estão simplesmente erradas!
E, nesta última hipótese, teríamos que jogar no lixo todas as teorias formuladas até aqui, pois todas estariam baseadas em equações sem fundamento ou incompletas!
Recentemente, se chegou a surpreendente conclusão de que o somatório das massas dos corpos celestes observáveis e mesmo presumíveis no universo não explicaria certos eventos ligados à sua formação e comportamento.
Entretanto, para alívio da ciência, novas técnicas de observação detectaram uma nova entidade, a tal “matéria escura”, que constituiria nada menos de 95% da massa universal, e assim justificaria certos efeitos já observados.
Mas, outras incompatibilidades entre diversos campos da ciência careciam de um fator de relacionamento, cuja influência podia ser observada mas dificilmente medida. Daí veio a ideia de que deveria existir uma partícula subatômica ainda desconhecida que explicasse determinadas interações e efeitos.
E a essa esperada partícula foi dado o nome de Bóson de Higgs, em homenagem ao cientista Peter Higgs, que propôs a sua existência. Partículas subatômicas podem ser difíceis de ser detectadas, daí a necessidade de engenhocas incrivelmente gigantescas e caras como o LHC (Trapizonga), um acelerador de partículas que se extende por uma circunferência de 27 km.
O LHC: um tunel circular de 27 km, na fronteira franco-suiça.


As partículas são aceleradas a velocidades incríveis através do túnel do LHC, até colidirem com um obstáculo colocado no seu caminho. Esta colisão gera determinados efeitos, como o surgimento de novas partículas, algumas das quais duram apenas frações de segundo, mas são registradas por equipamentos ultra-sensíveis acoplados ao LHC.
Perguntada sobre uma provável indicação para o premio Nobel da Física, por ter chefiado a equipe de mais de 3.000 cientistas empenhados nos experimentos dirigidos para a busca do bóson, Fabiola Gianotti disse ser mais importante enfatizar a união de cientistas de 38 países, inclusive parcerias improváveis, como Israel e Palestina, em torno de um único objetivo. Para ela, seria mais adequado que mudassem as regras do premio Nobel e que os agraciados fossem todos os cientistas que se envolveram nesta causa comum, começando por Peter Higgs.
 Apenas mais um degrau na imensa escadaria...

Segundo a cientista italiana, esta porta que se abre já projeta outras novas questões, como uma teoria já batizada de “supersimetria”, que estabeleceria que a partícula descoberta não foi “o” Bóson de Higgs, mas “um” dos Bósons de Higgs, e pressupõe que haveriam pelo menos cinco diferentes tipos de bósons! Lá vamos nós outra vez!
Como se vê, quanto mais descobrimos compartimentos secretos deixados pelos cantos do universo, mais possibilidades e dúvidas encontramos para pesquisar e esclarecer.
Enfim, acabamos de galgar mais um degrau nessa imensa escadaria que se estende para o infinito.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

NOTÍCIAS DO ESPAÇO - II


Leio no site da NASA:

Próximo de Marte, missão do Jipe Marciano recebe atualização nos programas.


Concepção artística do Curiosity na superfície marciana.

A NASA está atualizando os programas de sequenciamento de voo no Laboratório de Ciencias de bordo, para otimizar os preparativos da espaçonave para pousar o veículo Curiosity em Marte no dia 5 de agosto.
Segundo informou a NASA, ambos computadores, primário e reserva, estarão recebendo a atualização do software.
Eu falei sobre o lançamento do jipão marciano no post: 
Trata-se do maior veículo de exploração jamais lançado para sondar a superfície de Marte. No seu interior está o MSL (Mars Science Laboratory), capaz de realizar diversas sondagens e experimentos sobre a natureza do planeta vermelho. 
Já pensou se o sistema operacional fosse o Windows?
E se os computadores por economia, tivessem memória RAM de 2 gigas?
No meio da sequência de pouso, os computadores poderiam engasgar, porque estariam recebendo as inoportunas atualizações automáticas... 

Quando acabasse de atualizar...Kabuuuum!

Mais uma cratera na planície avermelhada!

terça-feira, 17 de julho de 2012

CAÇADORES DO BÓSON PERDIDO


Eles se aventuram, audazes...
Por um mar nunca dantes navegado...
Qual cavaleiros templários sagazes...
Buscando um graal há muito procurado...

Num mar de sargaços desafiante...
Com sua caravela robotizada...
Seu capitão em cadeira de rodas, confiante...
Traça o rumo de forma mecanizada...

Qual Darth Vader com voz sintética...
Superando a imaginação...
Tenta traçar na lousa cibernética...
Os passos que guiaram a criação...

Despidos de qualquer humildade...
Pensam ter achado coisas consideráveis...
Descobrem minúscula verdade...
Apenas uma entre outras incontáveis...

Não sabem dos abismos que os esperam ...
Nesse oceano de desilusões...
Dragões e serpentes os espreitam...
Como esfinges propondo adivinhações...

Seu orgulho lhes tolda a visão...
De que somos um grão de poeira...
Perdidos na imensidão...
De um vasto universo sem fronteira...

Ignoram também o curto viver...
Dessa nossa humanidade...
Muito jovem para entender...
A natureza insólita da verdade...

Bebês ainda rastejantes...
Pensam que muito já andaram...
Engatinhando no chão vacilantes...
E nem no quintal chegaram...

Daqui há muitos milênios...
Se ainda houver seres vivos...
Muitos zombarão destes gênios...
E de seus dogmas definitivos...

Porém, deverão estar lembrados...
Que, se chegaram a um patamar...
Degraus foram colocados...
Para que pudessem galgar!

Glória aos caçadores do impossível...
Que fazendo trabalho sério...
Revelam até o invisível...
Em busca do grande mistério!

sábado, 26 de novembro de 2011

CIÊNCIA: LANÇADO O CURIOSITY, UM JIPÃO MARCIANO

A NASA acabou de se lançar em mais um arrojado projeto: a proposta é colocar em Marte o maior aparato a pousar na superfície marciana: um "jipão" de seis rodas oficialmente denominado MSL (Mars Science Laboratory), mas batizado CURIOSITY, pesando uma tonelada, nada menos que cinco vezes mais pesado que seus antecessores SPIRIT E OPPORTUNITY, e medindo três metros e meio!

 Lá vai o jipão! O Atlas parte levando o Curiosity rumo a Marte, para novas aventuras!
(Foto: NASA/TV)
Há cerca de menos de meia hora atrás, às 13:02 hs (horário de Brasília), um foguete Atlas, partiu de Cabo Canaveral, na Flórida, EUA, transportando o veículo-robô destinado a registrar um novo marco na exploração espacial. Sua chegada à Marte está prevista para agosto de 2012.

 O MSL Curiosity sendo preparado pelos cientistas. Dotado de seis rodas de tração independente, será o maior, mais complexo e sofisticado veículo de sondagem a rodar na superfície marciana (Foto: JPL/Caltech/NASA)

O cérebro do veículo-robô é o MSL (Mars Science Laboratory), ou Laboratório Científico Marciano, capaz de realizar observações e sondagens inéditas, com seus diversos componentes.

Entre os equipamentos integrados ao CURIOSITY, podemos destacar:

MAHLI (Mars Hand Lens Imager) - Uma espécie de lupa, com a qual os cientistas poderão observar e fotografar as rochas e detalhes da superfície marciana, podendo obter imagens com um grau de detalhamento de até 12,5 microns, ou seja, uma espessura menor do que um fio de cabelo humano! 

SAM (Sample Analysis at Mars) - É o coração do veículo. Consiste em um laboratório com três componentes: um espectrógrafo de massa, um cromatógrafo de gases e um espectrógrafo laser. Estes instrumentos buscarão por traços de carbono, elemento associada aos seres vivos semelhantes aos existentes na Terra, assim como oxigênio, nitrogênio e hidrogênio.
O braço mecânico do veículo colocará na sua camara de análises as amostras extraídas do solo marciano, utilizando de forma inédita uma broca colocada na sua extremidade. Os cientistas tem muitas expectativas quanto a essa nova forma de obter amostras.

ChemCam (Chemistry and Camera) - Esta é a verdadeira "menina dos olhos" da equipe, pois poderá disparar um facho de laser contra rochas marcianas a uma distância de 9 metros, para que a camera associada possa analisar o espectro do vapor através de um feixe de raios-X, identificando a estrutura cristalina das particulas nele contidas. Acredita-se que esta técnica, introduzida recentemente na Terra, possa fornecer informações sobre as condições ambientais do planeta vermelho no passado. 

A ChemCam poderá fornecer informações sobre as condições do planeta vermelho em eras passadas, analisando as partículas vaporizadas pelo raio laser. (Foto: JPL/Caltech/NASA)

DAN (Dynamic Albedo of Neutrons) - Situado na traseira do veículo, este aparato irá disparar feixes de neutrons em direção ao solo, e pelo comportamento destas partículas, poderá descobrir a presença de água ou gelo no subsolo.

REMS (Rover Environmental Monitoring Station) - É uma estação meteorológica que medirá os diversos parâmetros ambientais do clima marciano, como temperatura do ar e da superfície, umidade, direção e intensidade dos ventos, pressão atmosférica, e intensidade das radiações ultravioleta.
Outros instrumentos medirão inclusive as radiações com que terão que lidar os futuros exploradores humanos, como prótons e raios gama.

Para a lista completa das habilidades do Curiosity (texto em inglês), veja em:

http://www.space.com/13689-nasa-amazing-mars-rover-curiosity-science.html

domingo, 30 de outubro de 2011

NANOTECNOLOGIA - O FUTURO CHEGANDO

Nanotecnologia é um conceito surgido na década de 1980, e trata da capacidade de manipular matéria em escala molecular e atômica. Isto inclui a construção de dispositivos de dimensões entre 1 a 100 nm (nanometros).
Nanometro (nm)= 1 X 10-9 metro (um bilionésimo de metro).
(Um átomo de hélio tem aproximadmente 0,032 nm de diâmetro.)

O termo nanotecnologia foi cunhado e divulgado pelo engenheiro americano Kim Eric Drexler, do MIT (Massachusetts Institute of Technology ) que inclusive utilizou este tema em sua tese de doutorado.
A nanotecnologia envolve o uso de novos materiais, o estudo de seu comportamento quando manipulados em escala molecular, e a criação de máquinas para tarefas inusitadas, com aplicações possíveis na medicina, eletrônica e cibernética.
Quando a matéria é manipulada em escala molecular, alguns princípios físicos aplicáveis a materiais em escala maior são alterados, inclusive efeitos da mecânica quântica. Assim, alguns efeitos térmicos ou químicos são diferentes dos observados na escala macro, a qual estamos habituados.
Isto permite que novos efeitos sejam obtidos, e utilizados para atingir objetivos propostos.


Uma amostra da nanotecnologia: cientistas de um laboratório de Singapura construíram uma nano-engrenagem com 1,2 nanômetros de comprimento, ou seja, a distância ocupada por alguns átomos. O minúsculo ácaro parece gigantesco ao seu lado.

Como de costume, a ficção-científica se antecipou, no filme Viagem Fantástica (Fantastic Voyage-1966), onde um minisubmarino tripulado por uma equipe de cientistas é reduzido a dimensões nanométricas e injetado na corrente sanguínea de um diplomata, para remover um coágulo.
Coincidentemente, uma das possíveis propostas da nanotecnologia seria o seu uso na medicina, onde nanorobôs executariam procedimentos cirúrgicos dentro do organismo humano.
A todo dia vemos novas realizações sendo mostradas neste campo, algumas ainda sem uma finalidade definida, mas com muitas possibilidades em aberto.
Este post é apenas um aperitivo para despertar a curiosidade para esta nova estrada que se abre para o futuro.

Viagem Fantástica (1966) - Uma equipe viaja pela corrente sanguínea do paciente em um minisubmarino, para proceder a uma delicada cirurgia. Talvez no futuro, isto venha ser realmente executado por nanorobôs.

Mas, estamos ainda engatinhando e vai levar algum tempo até que comecemos a colher os frutos desta nova tecnologia. Até lá, nos resta ler as especulações das revistas científicas.
Quem quiser saber como fica o Brasil nesta história, temos uma boa notícia.
Estamos nessa!
Veja em:

Na Universidade Federal do Rio de Janeiro, já está aberto o curso superior de nanotecnologia, cujo reconhecimento pelo MEC deverá ocorrer após a formatura da primeira turma.

Procurei não entrar em muitos detalhes, para não espantar os leitores com fórmulas e conceitos físicos complicados, mas apenas chamando a atenção para o que pode significar o desenvolvimento desta tecnologia.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

UM PORTAL PARA O TURISMO ESPACIAL

Segundo noticiou o colunista Leonard David, no site Space.com, foram inauguradas ontem (17-0ut) as instalações do primeiro espaçoporto comercial do mundo, no Novo México, EUA.

Foram inaugurados em 17 de outubro, no Novo México, EUA, o hangar e o terminal para viagens espaciais do ESPAÇOPORTO AMÉRICA, local a ser utilizado pelas operações da Virgin Galactic, empresa privada espacial do bilionário britânico Richard Branson.
A Virgin Galactic deverá operar ali a combinação do avião-lançador WhiteKnight 2 com a espaçonave SpaceShip 2, dedicada a levar turistas ao espaço. Trata-se do primeiro empreendimento privado envolvido em viagens espaciais suborbitais tripuladas, fora da atmosfera terrestre.

 A espaçonave SpaceShip2, suspensa sob o lançador WhiteKnight2, passa em voo rasante sobre o hangar ainda inacabado, em outubro de 2010.
Foto: Barbara David, em Space.com.

A pista, batizada “Governador Bill Richardson” já havia sido inaugurada em outubro de 2010.
O hangar deve abrigar dois aviões-lançadores e cinco espaçonaves, além das instalações para preparação dos astronautas e o Centro de Controle de Missões.
Situado a 72 km a norte de Las Cruces, no Novo México, o Espaçoporto América é o primeiro espaçoporto comercial do mundo, abrange uma área de aproximadamnte 73 km² e possui uma pista de 3.200 m de comprimento por 61 m de largura.
As instalações do terminal e hangar foram projetadas pela firma britânica Foster + Partners, em parceria com a URS e a SMPC, esta última empresa de arquitetura local. Este grupo venceu uma concorrência internacional para a construção do primeiro espaçoporto privado do planeta.

 O conjunto de nave e lançador no dia da inauguração da pista, em outubro de 2010.
Foto: New Mexico Spaceport Authority, em Space.com.

A nave SpaceShip2, apelidada VSS Enterprise, e seu lançador WhiteKnight2, já batizado VMS Eve, foram ambos desenvolvidos para a Virgin Galactic pela Scale Composites, empresa de Mojave, na Califórnia. No momento, estão passando por provas extensivas.
Este sistema lançador foi designado para levar seis passageiros e dois pilotos em voos suborbitais, permitindo sair dos assentos, experiências em gravidade zero, e visões panorâmicas da Terra.
As operações devem começar após a conclusão dos ensaios de voo, ainda sem data marcada.

Para reservar sua passagem, ou mesmo para assisitr a um clipe do voo experimental da espaçonave, o site da Virgin Galactic fica em:

http://www.virgingalactic.com/

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

CIÊNCIA: A LUZ COMEU POEIRA?

Um dos postulados da ciência do século XX, aceito como básico até mesmo pelo próprio Albert Einstein foi a de que a velocidade da luz era o limite máximo para qualquer corpo em deslocamento no universo.
No meu post de 23 de agosto de 2010, ENTRE O CEU E A TERRA (clique aqui p/ ver), eu comentava sobre certas “verdades absolutas" da ciência, que de tempos em tempos caíam por terra em face de novas descobertas!
Naquela ocasião, havia sido oficialmente confirmada a descoberta da estrela-gigante R136a1, com massa de aproximadamente 265 vezes maior que a do nosso Sol. Até aquele momento, a maior massa “possível” para uma estrela era, segundo o postulado científico, de 150 vezes a massa do Sol!

 Albert Einstein, o gênio do século XX: até mesmo algumas de suas teorias teriam que ser revistas, se for provado que existem partículas mais velozes do que a luz!

Por diversos motivos físicos, apoiados em equações que descreviam as propriedades das massas estelares, este era o limite! Pelo menos até a constatação física de que era apenas mais um chute, bem apoiado na matemática e nos “vastos” conhecimentos da nossa ciência.
E isto reforça o que eu disse mais de uma vez: a ciência ainda sabe muito pouco, e ainda há muita coisa a ser descoberta!
Pois bem! Hoje voltamos a falar deste assunto porque, embora  certos passos ainda devam ser cumpridos, experiências reproduzidas e métodos questionados, há indícios de que pode estar balançando mais um dogma científico.
Uma equipe de cientistas europeus chefiada pelo pesquisador Antonio Ereditato, em um experimento repetido nada menos de 16.000 vezes em um detector de partículas chamado Oscillation Project with Emulsion-tRackin Apparatus (OPERA) localizado no laboratório nacional de Gran Sasso, na Itália, testemunhou a luz “comer poeira” atrás de um neutrino (partícula subatômica), que chegou 60 bilionésimos de segundo antes dela, num percurso de 732 km!

 Trecho do tunel curvo do LHC
Os pesquisadores são membros do CERN (Organisation Européenne pour la Recherche Nucléaire ), um laboratório internacional que reune cientistas e fundos de 20 nações para estudos da física das partículas, e dotado de algumas das mais avançadas instalações para este fim.
Uma destas instalações é o enorme duto acelerador de partículas LHC ( Large Hadron Collider) – Grande Colisor de Hádrons, ou “Trapizonga” para os irreverentes, como meu amigo Jair.
Caso esses resultados sejam autenticados e não seja detectada nenhuma falha na pesquisa, muita coisa terá que ser revista nos conceitos da física.
Quem quiser ver a notícia fresquinha e completa, é só dar uma olhada no site da revista VEJA, em:

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

ENTRE O CÉU E A TERRA

Disse um pensador, acho que foi o gênio da literatura inglesa e mundial William Shakespeare, que “entre o céu e a terra há mais coisas do que pode alcançar a nossa vã filosofia”.
Sem querer remendar o que o mestre disse, digo eu:
E tem mais: nos casos em que algumas dessas “coisas” foram descobertas, elas não surgiram do nada no momento de sua revelação, mas pode-se afirmar que já estavam lá há muito tempo!

Foi anunciada oficialmente em 21 de julho de 2010, a constatação de que a estrela R136a1, do conglomerado r136, possui uma massa provável 265 vezes maior do que o Sol. É o objeto celeste de maior tamanho e massa já observado. Isto tudo apesar de já haver encolhido no decorrer de sua existência. Pelas  fórmulas, equações e deduções da nossa ciência até há um mês atrás, a massa máxima possível para um corpo celeste seria 150 vezes maior que a do Sol. Um errinho considerável, né? As equações estariam erradas, ou este limite foi "chutado", com base apenas no que já era conhecido?
(Fotos: European Southern Observatory - The Huffington Post)

Eu acho interessante a forma como, século após século, surgem sempre novas descobertas, cada vez mais surpreendentes e inusitadas, às vezes pondo por terra teorias consagradas como verdades. E consta que, se não me engano, no século XIX, alguns cidadãos que se diziam cientistas chegaram à conclusão de que nada mais havia para descobrir em determinados campos da ciência.
No conto de Arthur C. Clarke OS NOVE TRILHÕES DE NOMES DE DEUS, monges de um mosteiro tibetano compram um computador para descobrir e escrever todos os nomes de Deus, que, segundo eles, seriam nove trilhões. Sendo este (também segundo eles) o único propósito da existência do ser humano, após a sua consumação não haveria mais motivos para a existência da humanidade, que poderia então ser extinta, pois já cumprira seu desígnio divino.
Parece ser um paralelo para alguns homens da ciência, que por vezes se lançam em verdadeiras cruzadas, tentando afirmar teses sobre coisas que parecem estar bem além da sua capacidade atual de pesquisa.
Qualquer cientista com uma boa base matemática e que seja politicamente aceito pela chamada comunidade científica pode formular uma teoria sobre coisas que não podem ser confirmadas por experimentos sem ser contestado adequadamente, pois há inúmeras coisas que não podem ser negadas nem comprovadas fisicamente.
Erik Von Daniken propôs a hipótese de que a vida humana na Terra poderia ter sido originada por interferência de seres vindos de outro planeta.  Seu erro foi que ele partiu desta ideia inicial e depois começou a procurar indícios que se encaixassem nela. Por este motivo, foi combatido e ridicularizado. Mas, por que isso não seria possível? Porque não existem ETs para confirmar a história?
Poderiamos perguntar se alguém trouxe o tal "elo perdido" para confirmar que realmente os seres humanos atuais (homo sapiens) descendem deste ou daquele hominídeo pré-histórico. Mas, esta tese é aceita passivamente pela maioria das pessoas...
Quando se alcançou à dimensão do átomo, alguns julgaram haver chegado à unidade da matéria, mas depois, vieram os prótons, elétrons e neutrons, os quarks e suas variantes.
Em todos os campos da ciência, tanto no contexto do micro como no do macro, podemos constatar que continuam a surgir novas descobertas, que levam a novas teorias, que pressupoem a existência de mais coisas a serem equacionadas e descobertas.
Neste ponto, eu gostaria de lembrar o detalhe que eu citei no início: todas estas coisas que surgem como novidades nas revistas científicas na realidade já estavam todas aí, bem antes da existência da humanidade ou mesmo do nosso planeta!
Se essas coisas são novidades para nós, é porque só agora conseguimos percebe-las!
Os buracos negros, os quasares, as estrelas de neutrons, as partículas subatômicas, as cadeias de carbono, a ordenação na hélice do DNA, que nosso amigo Barcellos tão objetivamente nos descreveu tempos atrás, são todas coisas bem anteriores à época em que tomamos consciência de nós mesmos!

O Instituto Ludwig, fundação da Suíça, mantém com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) uma parceria no Projeto Genoma Humano do Câncer, o que pode levar a resultados importantes na luta contra este mal. (Foto: Fabiano Accorsi -VEJA) 

A exploração espacial, apesar de à primeira vista parecer supérflua, nos trouxe inúmeros benefícios, na forma de inovações tecnológicas desenvolvidas para atender aos requisitos dos programas espaciais. O transistor, e posteriormente os circuitos integrados, os computadores  portáteis e softwares especializados, as comunicações via satélite, os GPS,  materiais especiais como o kevlar e a fibra de carbono, as ligas de titânio, são todos avanços científicos derivados da tecnologia espacial.
Para não falar que, talvez num futuro não muito remoto, nossa aptidão para lançar mísseis pode ser a única esperança de evitarmos a precipitação de algum corpo celeste sobre o nosso planeta.
Infelizmente, a exploração espacial nos deixou também uma herança indesejável: o lixo espacial. Segundo dados publicados em 2008 pela NASA, foram contabilizados no espaço aproximadamente 17.000 destroços acima de 10 centímetros, 200.000 objetos com tamanho entre 1 e 10 centímetros e dezenas de milhões de partículas menores que 1 centímetro.
Assim, tem coisas na ciência que nos trazem muitos benefícios e alguns inconvenientes. Outras trazem alguns benefícios e quase nenhum inconveniente. Infelizmente, tem também aquelas que consomem muitos recursos, não dão nenhuma resposta às nossas dúvidas e mesmo que dessem, não nos trariam nenhum benefício, a não ser o de satisfazer  a nossa curiosidade. 


Sobre a elaboração de um plano de defesa contra impactos de asteróides, William Ailor, da empresa The Aerospace Corp., declarou em uma conferência promovida em conjunto com o American Institute of Aeronautics and Astronautics, em Garden Grove, na Califórnia, em março de 2004: "É uma coisa (a colisão com um asteróide) que sabemos que acontecerá no futuro, e temos a responsabilidade de fazer algo a respeito" (Foto: Chris Carlson/AP)

Eu fico imaginando se colocarmos em um gráfico de barras todo o conhecimento acumulado pela humanidade até agora, ao lado do que potencialmente podemos descobrir, em, digamos, mais uns cinquenta mil anos (será que nossa civilização vai durar tanto?).
Acho que a  barra que representa o nosso conhecimento atual seria quase imperceptível, diante do arranha-céu representando as coisas que ainda poderemos descobrir no período considerado!
E, se temos tantas coisas a descobrir, eu acho que deveriamos priorizar a busca por aquelas que podem influenciar de forma benéfica a nossa vida e a de nossos descendentes, ou preservar a própria existência da nossa civilização.
Tudo o mais pode ser uma desnecessária dissipação de recursos e esforços.
Aquelas outras coisas cuja explicação, mesmo que nos fosse presenteada por um ET, em nada mudariam nossas vidas atuais, deveriam ser deixadas para sua devida hora. Ou seja, para quando tivermos realmente a capacidade de percebe-las e entender o seu significado.
Essa é apenas uma opinião pessoal!
Eu acredito que há um propósito para a ciência, e a vejo como um bom caminho para acharmos formas melhores de viver e de sobreviver como civilização.

Instalações do Laboratório Nacional Lawrence Livermore, na Califórnia, EUA, onde desde julho de 2009, cientistas procuram obter uma reação auto-sustentável de fusão nuclear, utilizando uma concentração de 192 feixes de laser. Uma reação de fusão nuclear controlada poderia gerar quantidades astronômicas de energia, como estabelece a equação E=mc². (Foto: Lawrence Livermore National Laboratory - Public Affairs)

Assim, já me dou por satisfeito se nossos cientistas descobrirem uma cura verdadeira e sem efeitos colaterais para o câncer, uma forma viável de geração de energia por  meio da fusão nuclear, um meio efetivo de controlar o aumento da densidade demográfica e a consequente degradação ecológica do planeta, ou uma forma segura de nos defendermos dos asteróides desgarrados!
Talvez eu esteja sendo pretensioso demais, mas, na minha modesta opinião,  coisinhas assim parecem mais importantes,  prementes e próximas do alcance da nossa ciência do que a natureza dos fenômenos envolvidos num suposto "Big Bang" que teria criado o universo!