OSWALDO CRUZ
(05 de agosto de 1872 - 11 de fevereiro de 1917)
AS ORIGENS
Oswaldo Cruz nasceu há exatamente 138 anos, em S. Luís do Paraitinga – SP, filho de Amália Taborda Bulhões e do médico Bento Gonçalves Cruz. Oswaldo foi o primogênito das seis crianças do casal. As outras cinco eram todas meninas.
Quando tinha 5 anos, sua família mudou-se para o Rio. Já era alfabetizado pela mãe, quando entrou para a escola. No colégio, não teve muito destaque, ficando na média.
A FORMAÇÃO
Em 1887, com apenas 14 anos(!), foi admitido na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Era no tempo do império e embora não houvesse ainda vestibulares, a condição exigida para a matrícula era uma prova de qualificação, que ele prestou no Colégio Pedro II, apesar de não haver cursado naquele estabelecimento.
No decorrer de seu curso, não pareceu se interessar pelo exercício da clínica médica, como seu pai. Ao invés disso, todas as suas atenções se voltavam para um novo universo, aberto por Pasteur e Koch para as ciências biológicas, afetando diretamente a medicina: a microbiologia.
Paralelamente com seu curso já passava as horas vagas trabalhando como ajudante no laboratório da faculdade.
Em 1892, aos 20 anos, se formou em medicina. Sua tese de doutorado foi um trabalho sobre a existência de micróbios nas águas não-tratadas.
Nesta mesma ocasião, perdeu seu pai, que contava 47 anos, vítima de nefrite, uma doença renal.
A VOCAÇÃO
No ano seguinte, após assumir o consultório e os negócios do pai, Oswaldo Cruz casou-se com Emília da Fonseca, filha de um abastado comerciante português, o Comendador Manuel José da Fonseca.
O presente de casamento de seu sogro foi um excelente laboratório de pesquisas e análises, montado no andar térreo da casa onde o casal foi residir, no bairro do Jardim Botânico.
Em 1894, Oswaldo foi trabalhar na Policlínica Geral do Rio de Janeiro, instituição fundada por médicos com finalidade assistencial. Durante este tempo, se dedicou a aprender a língua alemã, pois era neste idioma que se encontrava a maioria dos textos sobre medicina.
Mas, foi para a França que Oswaldo Cruz viajou, em 1897, beneficiado com uma bolsa de estudos no Instituto Pasteur, em Paris. Na França, além de ampliar seus estudos de microbiologia, fez contato com diversos cientistas renomados e aprendeu inclusive a fabricar instrumentos para utilizar nas suas pesquisas.
PRIMEIRAS MISSÕES
Em 1899, regressou ao Brasil. No mesmo ano, recebeu e aceitou um convite para integrar a uma comissão da Diretoria Geral de Saúde Pública que investigava relação de ratos com a peste bubônica em Santos, SP. Nesta comissão, conheceu Adolfo Lutz e Vital Brazil, outros cientistas também envolvidos nesta atividade.
Em 1900, assumiu a direção técnica do Instituto Soroterápico Federal, em Manguinhos, onde começou o desenvolvimento e produção de vacinas e soro contra a peste bubônica.
Em 1903, foi nomeado pelo presidente Rodrigues Alves para a Diretoria Geral de Saúde Pública, com a missão de combater as doenças que assolavam o Distrito Federal: febre amarela, cólera, peste bubônica e varíola.
Naquela época, o Rio de Janeiro tinha a triste fama de ser o “túmulo dos estrangeiros”, devido à sua insalubridade, a ponto de nos portos europeus, os navios procedentes do Rio terem que ficar em quarentena antes de aportar, por medo das doenças tropicais. Isto invalidava qualquer tentativa de atrair turistas, apesar das belezas naturais da cidade.
As pesquisas realizadas sob a direção de Oswaldo Cruz, concluíram que no caso da peste bubônica e da febre amarela o contágio se fazia através de vetores, no caso ratos e mosquitos, respectivamente, enquanto que a varíola e o cólera eram disseminados por contato direto e indireto. E, de um modo geral, o que contribuía para a disseminação dessas moléstias eram as péssimas condições sanitárias da cidade. A mortandade era grande e o povo costumava se reunir em vigílias para entoar preces, pedindo a proteção e a clemência divinas.
O prefeito Pereira Passos e o ministro da Viação e Obras Públicas Lauro Müller já começavam então a promover mudanças radicais na paisagem do Rio, com base em um plano diretor. Nos arredores do centro da cidade, houve o então chamado “bota abaixo”, quando foram derrubados prédios antigos e cortiços para a construção de praças e avenidas, inclusive a atual Av. Rio Branco. Foram implantadas as redes de água e esgotos e iluminação a gás nas ruas.
A FEBRE AMARELA
Oswaldo constatou que a disseminação da febre amarela era feita através das picadas do mosquito Stegomya Fasciata, hoje bem conhecido pelo nome de Aedes Aegypti, a exemplo do que já fora constatado em Havana, Cuba, alguns anos antes.
Assim, criou as famosas brigadas de mata-mosquitos, que percorriam as residências e terrenos da cidade, eliminando os focos de reprodução do temível mosquito. Ali começou o seu confronto com a ignorância da população e com a má vontade da imprensa. A campanha, o próprio Oswaldo Cruz e outras autoridades locais passaram a ser alvos de charges, comentários jocosos e até músicas que os ridicularizavam. Mas, suas medidas foram aprovadas pelos cientistas franceses da Missão Pasteur, instalada desde 1901 no Brasil. Finalmente, em 1907, Oswaldo comunicou oficialmente ao então presidente Afonso Pena que estava finda a epidemia de febre amarela.
Oswaldo Cruz nasceu há exatamente 138 anos, em S. Luís do Paraitinga – SP, filho de Amália Taborda Bulhões e do médico Bento Gonçalves Cruz. Oswaldo foi o primogênito das seis crianças do casal. As outras cinco eram todas meninas.
Quando tinha 5 anos, sua família mudou-se para o Rio. Já era alfabetizado pela mãe, quando entrou para a escola. No colégio, não teve muito destaque, ficando na média.
A FORMAÇÃO
Em 1887, com apenas 14 anos(!), foi admitido na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Era no tempo do império e embora não houvesse ainda vestibulares, a condição exigida para a matrícula era uma prova de qualificação, que ele prestou no Colégio Pedro II, apesar de não haver cursado naquele estabelecimento.
No decorrer de seu curso, não pareceu se interessar pelo exercício da clínica médica, como seu pai. Ao invés disso, todas as suas atenções se voltavam para um novo universo, aberto por Pasteur e Koch para as ciências biológicas, afetando diretamente a medicina: a microbiologia.
Paralelamente com seu curso já passava as horas vagas trabalhando como ajudante no laboratório da faculdade.
Em 1892, aos 20 anos, se formou em medicina. Sua tese de doutorado foi um trabalho sobre a existência de micróbios nas águas não-tratadas.
Nesta mesma ocasião, perdeu seu pai, que contava 47 anos, vítima de nefrite, uma doença renal.
A VOCAÇÃO
No ano seguinte, após assumir o consultório e os negócios do pai, Oswaldo Cruz casou-se com Emília da Fonseca, filha de um abastado comerciante português, o Comendador Manuel José da Fonseca.
O presente de casamento de seu sogro foi um excelente laboratório de pesquisas e análises, montado no andar térreo da casa onde o casal foi residir, no bairro do Jardim Botânico.
Em 1894, Oswaldo foi trabalhar na Policlínica Geral do Rio de Janeiro, instituição fundada por médicos com finalidade assistencial. Durante este tempo, se dedicou a aprender a língua alemã, pois era neste idioma que se encontrava a maioria dos textos sobre medicina.
Mas, foi para a França que Oswaldo Cruz viajou, em 1897, beneficiado com uma bolsa de estudos no Instituto Pasteur, em Paris. Na França, além de ampliar seus estudos de microbiologia, fez contato com diversos cientistas renomados e aprendeu inclusive a fabricar instrumentos para utilizar nas suas pesquisas.
PRIMEIRAS MISSÕES
Em 1899, regressou ao Brasil. No mesmo ano, recebeu e aceitou um convite para integrar a uma comissão da Diretoria Geral de Saúde Pública que investigava relação de ratos com a peste bubônica em Santos, SP. Nesta comissão, conheceu Adolfo Lutz e Vital Brazil, outros cientistas também envolvidos nesta atividade.
Em 1900, assumiu a direção técnica do Instituto Soroterápico Federal, em Manguinhos, onde começou o desenvolvimento e produção de vacinas e soro contra a peste bubônica.
Em 1903, foi nomeado pelo presidente Rodrigues Alves para a Diretoria Geral de Saúde Pública, com a missão de combater as doenças que assolavam o Distrito Federal: febre amarela, cólera, peste bubônica e varíola.
Naquela época, o Rio de Janeiro tinha a triste fama de ser o “túmulo dos estrangeiros”, devido à sua insalubridade, a ponto de nos portos europeus, os navios procedentes do Rio terem que ficar em quarentena antes de aportar, por medo das doenças tropicais. Isto invalidava qualquer tentativa de atrair turistas, apesar das belezas naturais da cidade.
As pesquisas realizadas sob a direção de Oswaldo Cruz, concluíram que no caso da peste bubônica e da febre amarela o contágio se fazia através de vetores, no caso ratos e mosquitos, respectivamente, enquanto que a varíola e o cólera eram disseminados por contato direto e indireto. E, de um modo geral, o que contribuía para a disseminação dessas moléstias eram as péssimas condições sanitárias da cidade. A mortandade era grande e o povo costumava se reunir em vigílias para entoar preces, pedindo a proteção e a clemência divinas.
O prefeito Pereira Passos e o ministro da Viação e Obras Públicas Lauro Müller já começavam então a promover mudanças radicais na paisagem do Rio, com base em um plano diretor. Nos arredores do centro da cidade, houve o então chamado “bota abaixo”, quando foram derrubados prédios antigos e cortiços para a construção de praças e avenidas, inclusive a atual Av. Rio Branco. Foram implantadas as redes de água e esgotos e iluminação a gás nas ruas.
A FEBRE AMARELA
Oswaldo constatou que a disseminação da febre amarela era feita através das picadas do mosquito Stegomya Fasciata, hoje bem conhecido pelo nome de Aedes Aegypti, a exemplo do que já fora constatado em Havana, Cuba, alguns anos antes.
Assim, criou as famosas brigadas de mata-mosquitos, que percorriam as residências e terrenos da cidade, eliminando os focos de reprodução do temível mosquito. Ali começou o seu confronto com a ignorância da população e com a má vontade da imprensa. A campanha, o próprio Oswaldo Cruz e outras autoridades locais passaram a ser alvos de charges, comentários jocosos e até músicas que os ridicularizavam. Mas, suas medidas foram aprovadas pelos cientistas franceses da Missão Pasteur, instalada desde 1901 no Brasil. Finalmente, em 1907, Oswaldo comunicou oficialmente ao então presidente Afonso Pena que estava finda a epidemia de febre amarela.
Charge dos jornais da época: Oswaldo Cruz e seu exército de mata-mosquitos. A inscrição diz: HIGIENE À MUQUE (ou seja, à força). A intenção era ridicularizar a campanha.
A PESTE BUBÔNICA
Contra este mal, já havia também um consenso de que sua transmissão se fazia através das picadas de pulgas oriundas de ratos contaminados. Além de demolir casarões antigos e galpões abandonados que serviam de abrigo aos roedores, o combate se estendeu aos depósitos de lixo, esgotos e acabou por envolver a população, que neste caso colaborou, apesar de alguns fatos bem característicos terem ocorrido.
O governo federal passou a oferecer recompensas por ratos mortos que fossem levados por qualquer pessoa. O valor pago por animal era uma quantia ínfima, mas assim mesmo, incentivou o surgimento de uma nova atividade, a de “ratoeiro”, envolvendo pessoas engajadas na tarefa de caçar ratos por conta própria. Mas, aqui já era o Brasil, e isso também acabou virando um negócio, onde grandes ratoeiros recolhiam o produto de uma enorme massa de caçadores, pagavam-lhe preços ainda menores do que o governo, poupando-lhes o trabalho de irem até aos postos de coleta, e depois entregavam grandes lotes de ratos mortos, pegando a recompensa.
E, como não podiam faltar, haviam também os “espertos” que criavam ratos para negociar, e os que os traziam já mortos de outras cidades.
Mesmo com tudo isso, a doença, que no quinquênio 1900-1904 havia matado 1344 pessoas na cidade, só fez 399 vítimas no período seguinte.
A VARÍOLA
Logo ao assumir a Diretoria Geral de Saúde, Oswaldo Cruz constatou que havia atividades de saúde conflitantes entre órgãos da prefeitura do Rio de Janeiro (então Distrito Federal) e do próprio Governo Federal. Para sanar tais divergências, era preciso leis que determinassem as atribuições de cada órgão. E em 1904, após muita discussão e emendas, foi finalmente aprovada e publicada uma lei que dispunha sobre a saúde pública.
Chamada por seus opositores de “código de torturas”, seu ponto mais polêmico era a reafirmação da obrigatoriedade da aplicação da vacina contra a varíola. Reafirmação, porque desde 1846 já havia uma lei que tornava a vacinação obrigatória para todos, mas como algumas vacinas, esta lei “não pegou”. E, a cada inverno havia nova epidemia da moléstia.
Mas, agora, o governo não pretendia deixar isto acontecer novamente. Oswaldo Cruz iria enfrentar sua maior batalha contra a ignorância e a maledicência.
A política alimentava a mobilização contra qualquer medida do governo. Com o apoio da imprensa, monarquistas, adversários políticos de Rodrigues Alves e pessoas que achavam indevida a interferência do estado nas decisões individuais, se uniram na mesma trincheira contra a vacina obrigatória.
Foi criada até uma entidade chamada Liga Contra a Vacina Obrigatória! Os jornais publicavam editoriais criticando “o ato de força” do governo, o que no entender de alguns, justificaria a adoção da força para combate-lo! Você já viu este filme? Pois é, naquele tempo, a conversa já era essa...
E por incrível que pareça, até o então senador Ruy Barbosa proferiu discursos contra a medida. Foi mal, hein, Ruy? Mas, anos depois da morte de Oswaldo, o “Águia de Haia” reconheceu o seu valor e o acerto das medidas sanitárias.
Mas, o trunvirato formado por Pereira Passos, Lauro Müller e Oswaldo Cruz recebeu uma “blindagem” adicional, ficando imunes a qualquer ação judicial que pudesse tolher suas medidas sanitárias.
Nesta sequência, nem tudo foi perfeito. A radicalização das medidas e a febre de urbanização acabou por desalojar uma grande parte da população pobre que morava em cortiços e casarões na área central do Rio. Acossados, eles tentaram se alojar em outros cortiços mais afastados do centro, mas foram alcançados e novamente postos na rua. Cerca de 1.600 prédios foram demolidos durante o "bota-abaixo". Aos desalojados não foi dada nenhuma assistência ou alternativa, e esta massa, composta em grande parte por ex-escravos e seus descendentes, passou a ocupar encostas nos morros dos arredores da cidade, construíndo barracos cobertos com chapas de folhas-de-flandres e latões de querosene abertos e desdobrados. Era o início da favelização do Rio, fato que escapou aos administradores da época, mais preocupados com a aparência da zona sul e da área urbana central, cartões de visitas do Distrito Federal para quem chegava pelo mar.
A REVOLTA POPULAR
Mas, a remoção da população marginalizada ajudou a aumentar ainda mais a revolta contra a vacinação, a ela associada. Em novembro de 1904, locais como o Largo de S. Francisco e a Lapa viraram palco de uma verdadeira guerrilha urbana, com depredações da iluminação pública, quebra-quebras, destruição de bondes e confrontos com a polícia onde houve até tiroteios.
O desfile comemorativo da proclamação da República previsto para 15 de novembro foi cancelado e o governo interveio com tropas do exército, vindas de S. Paulo e Minas, pois já havia tropas amotinadas na Escola Militar.
A situação já estava sendo explorada por golpistas que pretendiam destituir Rodrigues Alves, e houve finalmente o confronto armado entre um batalhão de cadetes e as tropas recém-chegadas, terminando com a morte do general Silvestrre Travassos, um dos líderes da revolta, e a posterior prisão do senador Lauro Sodré, que também apoiava o golpe de estado.
No meio dessa confusão, Oswaldo Cruz pediu demissão do cargo, pedido que foi indeferido pelo presidente da república.
Em 16 de novembro, foi decretado o estado de sítio, e tropas do exército e da polícia finalmente silenciaram o último foco da resistência, o Morro da Favela, hoje conhecido como Morro da Providência.
Mas, a saúde não saiu ilesa deste conflito. Rodrigues Alves, tentando aliviar as tensões, acabou por revogar a obrigatoriedade da vacina.
Como consequência, em 1908, se abateu sobre o Rio um novo surto de varíola, que fez 9 mil vítimas fatais!
A VITÓRIA E O RECONHECIMENTO
Porém, a essa altura, já eram visíveis as melhorias nas condições gerais de saúde no Distrito Federal, e muitos dos detratores das medidas sanitárias tiveram que reconhecer o seu acerto.
O Rio, livre da febre amarela, da peste bubônica e do cólera, com suas belezas naturais e sua área central renovada e saneada, já começava a receber turistas que sobreviviam à visita e descreviam o que tinham visto, atraindo ainda mais turistas.
Em setembro de 1907, seu trabalho de erradicação da febre amarela no Rio de Janeiro foi agraciado com o primeiro prêmio do 14° Congresso Internacional de Higiene e Demografia, realizado na Alemanha. Ao voltar em fevereiro de 1908, foi finalmente aclamado como herói nacional.
O presidente Afonso Pena sancionou uma lei que efetivava o Instituto Soroterápico Federal como órgão público, passando a chamar-se Instituto Oswaldo Cruz.
A MADEIRA-MAMORÉ E BELÉM DO PARÁ
Entre 1905-1906, Oswaldo Cruz percorreu cerca de trinta portos em diversos estados brasileiros, coordenando mudanças nos aspectos sanitários, de forma a prevenir a propagação de doenças.
Em 1910, ele visitou as obras da ferrovia Madeira-Mamoré, no atual estado de Rondônia, onde a malária atacava aproximadamente 85% dos trabalhadores. Ele recomendou a ingestão de quinino e a permanência dos operários em galpões com janelas cobertas por telas após o entardecer, hora de maior atividade dos mosquitos transmissores da doença.
Em Belém do Pará, no mesmo ano, ele orientou as autoridades locais na aplicação de medidas preventivas contra a febre amarela, como exterminar focos de mosquitos e isolar os doentes com mosquiteiros. Ao cabo de seis meses de uma intensa campanha, Belém erradicou o surto de febre amarela.
Homenagem: O Oswaldo Cruz, navio de assistência hospitalar da Marinha do Brasil, atracado no Rio Madeira, em Porto Velho-RO. O navio é equipado com um centro cirúrgico, uma farmácia, um laboratório, dois consultórios médicos e dois odontológicos. Possui ainda um helicóptero para resgate de pacientes. Navega continuamente, dando assistência à população amazônica.
O LEGADO
A luta de Oswaldo Cruz contra a ignorância e a desinformação transformou o quadro da saúde pública não só no Rio de Janeiro como em toda a nação.
Sua doutrina de medidas sanitárias e preventivas se tornou uma referência adotada pelos responsáveis por ações desta natureza em todo o país.
Hoje, a Fundação Oswaldo Cruz também é uma referência em pesquisas e na fabricação de medicamentos, vacinas e reagentes para o Ministério da Saúde, sendo sua área de produção considerada estratégica para a Política Nacional de Saúde.
O site da Fundação pode ser acessado em:
http://www.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?tpl=home
O CASTELO
Em 1905, Oswaldo Cruz esboçou um prédio para sediar sua instituição, e encarregou o arquiteto português Luís Moraes Júnior da sua construção.
O castelinho, no estilo neomourisco, com quatro andares, foi erguido com materiais nobres e importados. A escadaria principal tem degraus em mármore de carrara. Azulejos portugueses revestem as varandas e o piso é de mosaicos franceses.
Tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1981, o castelo rosado de Manguinhos é para mim, a construção mais bela da cidade do Rio de Janeiro.
A luta de Oswaldo Cruz contra a ignorância e a desinformação transformou o quadro da saúde pública não só no Rio de Janeiro como em toda a nação.
Sua doutrina de medidas sanitárias e preventivas se tornou uma referência adotada pelos responsáveis por ações desta natureza em todo o país.
Hoje, a Fundação Oswaldo Cruz também é uma referência em pesquisas e na fabricação de medicamentos, vacinas e reagentes para o Ministério da Saúde, sendo sua área de produção considerada estratégica para a Política Nacional de Saúde.
O site da Fundação pode ser acessado em:
http://www.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?tpl=home
O CASTELO
Em 1905, Oswaldo Cruz esboçou um prédio para sediar sua instituição, e encarregou o arquiteto português Luís Moraes Júnior da sua construção.
O castelinho, no estilo neomourisco, com quatro andares, foi erguido com materiais nobres e importados. A escadaria principal tem degraus em mármore de carrara. Azulejos portugueses revestem as varandas e o piso é de mosaicos franceses.
Tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1981, o castelo rosado de Manguinhos é para mim, a construção mais bela da cidade do Rio de Janeiro.
O lindo castelo da Fiocruz, em Manguinhos, Rio de Janeiro - RJ.
A DESPEDIDA
Por volta de 1916, o estado de saúde de Oswaldo Cruz já não era satisfatório. Procurava-se uma forma de afasta-lo das suas atividades em Manguinhos sem melindra-lo. A solução encontrada pelo governador Nilo Peçanha foi nomea-lo para recém-criada prefeitura de Petrópolis.
Porém, Oswaldo levava suas funções a sério e logo elaborou planos para a cidade, como a implantação da rede de esgotos, dos bondes elétricos, parques para a prática de educação física, e a conversão do antigo palácio imperial num museu.
Infelizmente, a insuficiência renal herdada do pai o levou à morte em 11 de fevereiro de 1917, com apenas 44 anos. Faleceu em sua casa, em Petrópolis, cercado pela família e pelos amigos Carlos Chagas e Belisário Pena.
Por volta de 1916, o estado de saúde de Oswaldo Cruz já não era satisfatório. Procurava-se uma forma de afasta-lo das suas atividades em Manguinhos sem melindra-lo. A solução encontrada pelo governador Nilo Peçanha foi nomea-lo para recém-criada prefeitura de Petrópolis.
Porém, Oswaldo levava suas funções a sério e logo elaborou planos para a cidade, como a implantação da rede de esgotos, dos bondes elétricos, parques para a prática de educação física, e a conversão do antigo palácio imperial num museu.
Infelizmente, a insuficiência renal herdada do pai o levou à morte em 11 de fevereiro de 1917, com apenas 44 anos. Faleceu em sua casa, em Petrópolis, cercado pela família e pelos amigos Carlos Chagas e Belisário Pena.
Oswaldo Cruz não teve participação direta na expulsão dos pobres moradores dos cortiços, pois as demolições ocorreriam de qualquer forma, por estarem previstas no plano diretor da cidade. Consta que não houve concessão de indenizações, pois os ocupantes não eram donos legítimos dos imóveis ocupados. E assim, os governantes varreram o lixo para debaixo do tapete.
ResponderExcluirSeu compromisso era apenas com a aristocracia, já que os miseráveis e analfabetos não votavam. Assim, não precisavam de atos demagógicos e benevolentes e podiam sem medo desprezar os párias. Manifestações contrárias foram reprimidas pela força.
As áreas ocupadas pelas favelas naquela época ficavam nos arredores da cidade, não sendo consideradas áreas urbanas.
Talvez como reação oposta a este ato arbitrário praticado, hoje as favelas cariocas são intocáveis.
- Precioso texto, Leonel, onde você resgata a memória quase esquecida de verdadeiros heróis brasileiros. Acho que a disciplina chamada História do Brasil não contempla esses vultos com a profundidade que merecem. Parabéns.
ResponderExcluir- Quanto à beleza arquitetônica da sede da Fiocruz, concordo inteiramente com você.
Gostei, você colocou os pingos nos is. Texto claro que faz justiça a um grande homem da fauna brasileira. O curioso da história é que Ruy Barbosa não pisou na bola só no caso das vacinas obrigatórias, ele também mandou queimar todos os documentos relativos à escravidão dos negros. Achava ele que vendendo o sofá impediria que a mulher o corneasse.
ResponderExcluirCaro Leonel, seu blog é incrível! Tenha certeza que serei uma visitante assídua. Grande abraço e obrigada pela visita em http://coisadecearense.blogspot.com.br/
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