FRASE:

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"Se deres um peixe a um homem, vais alimenta-lo por um dia; se o ensinares a pescar, vais alimenta-lo a vida toda."

(Lao-Tsé, filósofo chinês do séc. IV a.c.)

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sábado, 9 de agosto de 2014

O JOGO DA VIDA

Em nossa existência neste mundo de quatro dimensões, a cada instante surgem novas alternativas, onde às vezes temos opções de escolha. Outras vezes, a alternativa seguinte é decorrência de outros fatores, que estão fora do nosso controle. Nesta sequência infinita de possibilidades, parece que nossa vida percorre um caminho tortuoso, determinado pela combinação das escolhas que fazemos + fatores imponderáveis.
Não se trata de uma simples árvore binária, onde cada escolha se resume a “sim/não”, “direita/esquerda”, “acima/abaixo” ou “falso/verdadeiro”.
Na realidade, quase sempre existem graus intermediários, transformando cada instante em uma múltipla escolha.
 

A banca está aberta! Façam suas apostas!

Mas, o inconformado ser humano nunca está satisfeito com seus atributos e quer mais: além de descobrir o que aconteceu como decorrência da sua escolha, quer saber também qual teria sido o resultante de uma escolha diferente.
E se eu não tivesse feito aquela viagem?
E se eu tivesse aplicado em tal fundo?
E se eu tivesse escolhido outro caminho?
E se eu não tivesse falado aquilo?
Fred Hoyle, em seu livro Ten Faces of Universe levanta a questão: existirá um universo paralelo criado a partir de cada possibilidade? Existirão incontáveis duplicatas de mim vivendo cada hipótese que eu não escolhi?
O mínimo que se pode ponderar é que se fosse assim, a cada infinitésimo de segundo se criariam incontáveis versões do universo, cada uma delas se multiplicando novamente a cada passo.
Isto nos leva a um número catastrófico cujo propósito, pelo menos ao senso comum, parece não fazer sentido. Mas, de que vale o senso comum diante da complexidade do universo?
Hoyle, em suas ponderações, se inclina para a hipótese mais simples: existe apenas a trajetória escolhida, e as desprezadas simplesmente não aconteceram, nem podem mais acontecer, pois ficaram para trás, sumiram no momento exato em que foram rejeitadas.
Isto me recorda um fato que ocorreu há alguns anos, quando eu vivia no Nordeste: um avião militar de passageiros saiu da base aérea de Fortaleza, no Ceará, numa rota que descia pelo litoral brasileiro. Era época de férias, e diversos candidatos disputavam vagas com suas famílias.
Um militar, com sua esposa e a filhinha de uns três anos, conseguiu passagem até Recife, Pernambuco. Durante o voo, a menina pareceu estranhar o interior apertado do pequeno avião, e chorava e reclamava o tempo todo.
Quando o avião fez escala em Natal, Rio Grande do Norte, a família desceu do avião para relaxar um pouco e na volta, a menininha se recusou a entrar no avião. Protestou tanto que os pais decidiram ficar ali mesmo e fazer o resto da viagem de ônibus.
Outras pessoas que estavam na vez ocuparam os lugares deixados pela família e o avião seguiu, superlotado.
Decolou sem dificuldade, mas, logo após sair do solo, teve falha em uma turbina, que parou de funcionar. O motor restante não suportou o peso excessivo e durante a tentativa de fazer o contorno e voltar para a pista, perdeu altitude rapidamente.
Espatifou-se a pouco mais de um quilômetro da pista. Todos a bordo morreram.
Não vou entrar em polêmica sobre a possibilidade de alguma premonição por parte da criança, mas o que chama a atenção é que foi um dos raros momentos em que se vê o quanto diferente seria tudo se os pais não tivessem optado por desistir: alguns minutos depois, estariam todos mortos!
E quem entrou na vaga deles assistiria a tudo da estação de embarque!
Mas foi assim que ocorreu, e os que escaparam só tiveram que respirar aliviados. A morte passou bem mais perto do que eles jamais imaginariam!
Este é o jogo onde estamos empenhados e do qual não podemos sair...
A cada instante, às vezes inconscientemente, estamos fazendo uma nova aposta!
Boa sorte!

sexta-feira, 26 de abril de 2013

A LOTERIA DA VIDA

Lá vou eu, em mais uma ridícula tentativa de entender ou explicar coisas básicas que fluem a todo instante...
Algumas pessoas defendem o ponto de vista de que “nosso destino está traçado”, e não podemos jamais fugir dele...
Contudo, por diversos motivos, não posso aceitar essa tese.
Primeiramente, não temos meios de comparar o que aconteceu com o que não aconteceu: não temos formas de saber o que teria acontecido se tivéssemos feito escolhas diferentes em determinados momentos passados.
Simplesmente, não podemos retornar a uma encruzilhada e escolher uma opção diferente daquela já feita, anulando o percurso desde o momento da escolha até agora.
Não podemos voltar a uma "encruzilhada do tempo" e fazer nova escolha...O que está feito, está feito...


Para mim, isto invalida a tese e impede que se chegue a alguma conclusão baseada em experimentos científicos. A partir daí, só nos resta tentar conjeturar por vias filosóficas...
Vejamos então: supondo que nossa linha de tempo é como água correndo pelo leito de um rio já existente, e não importa o que façamos, o fluido seguirá por todas as curvas, até ao fim do curso. Mas, para que somos dotados de livre-arbítrio e capacidade de escolha, se no final tudo vai dar no mesmo?
Se nossas escolhas são nulas, para que nos servem?
Se acreditarmos que o universo não é obra do acaso, teríamos que admitir que, no mínimo, o criador carece de imaginação, nos privando de qualquer possibilidade de escolha. Isto seria um procedimento limitador e restritivo, contrariando a expectativa que temos de uma inteligência superior, sempre buscando criar novas alternativas...
Desta forma, correndo o risco de desagradar a alguns leitores, eu prefiro acreditar que nosso futuro depende do somatório das escolhas que fazemos no presente + as escolhas que os outros seres fazem + o curso de outros eventos aleatórios, completamente fora de nosso controle.
Essa combinação cria situações praticamente imprevisíveis, a não ser para pessoas que sejam dotadas de dons premonitórios, se acreditarmos que tais pessoas existam (me parece que sim).
Assim, acredito mais na suposição de que a vida é como uma loteria, onde apostamos a cada instante um novo bilhete.
Do contrário, tudo seria apenas um jogo com cartas marcadas, e resultado já definido antecipadamente.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

BREVE DIVAGAÇÃO SOBRE O DESTINO

Existe mesmo alguma coisa como “destino traçado”?
Se existe, e está traçado mesmo, então vai ser assim de qualquer jeito!
Como está provado "cientificamente" pelos filmes "sérios" (Hehehehe!) de viagem no tempo, quando tentamos mudar o destino já consumado, nossa própria intervenção acaba por servir de instrumento para sua consumação! 
(Isto não vale para filmes como a série DE VOLTA PARA O FUTURO ou EFEITO BORBOLETA, onde a cada alteração, o personagem pula para um destino alternativo!)
Ou seja, de nada adianta tentarmos “mudar” um suposto destino. Se pensamos que o mudamos, é porque o que antevimos não era o nosso destino!
De qualquer forma, o resultado é o mesmo: nosso destino resultará de uma combinação dos nossos atos com outros eventos sobre os quais não temos nenhum controle!
Nem sempre "fazer tudo certo" é garantia de que tudo dará certo!
Por isto, muitas vezes nossos planos se vão por águas abaixo e as coisas tomam outros rumos, nem sempre piores do que os planejados e esperados como "ideais".
Na minha própria vida, desisti dos planos de longo e médio prazo há bastante tempo, em face das diversas reviravoltas pelas quais já passei.
Como posso saber como estaria, se meus planos tivessem sido cumpridos?
Impossível!
No cômputo final, para saber se a “mudança” no meu destino (na realidade, apenas uma mudança em relação aos meus planos) foi "boa" ou "má", tenho que avaliar o meu grau de satisfação com a minha situação atual!
E isto depende exclusivamente da minha postura em relação as necessidades que eu mesmo estabeleci para me sentir bem!
Se eu achar imprescindível ter uma Ferrari F40, uma casa em Ibiza, uma vila em Porto Fino, ou a Sandra Bullock me trazendo a café da manhã, vai ser difícil ficar satisfeito!
E até mesmo quem tem algumas dessas coisas pode estar igualmente insatisfeito!
Porém se eu me satisfizer com coisas mais simples, e aceitar com mais tolerância a ausência das coisas difíceis de alcançar, talvez eu possa ter momentos de prazer com mais frequência.
É claro que alguém vai argumentar: mas isso também é muita falta de ambição! Se você se satisfaz com qualquer porcaria, vai viver sempre na m...!
Pois bem, tudo vai em saber diferenciar quais coisas podem realmente ser alcançadas e quais podem ser definitivamente esquecidas.
Os grandes realizadores dirão que se deve agir como se tudo pudesse ser  alcançado, que só se chega ao "sucesso" aspirando sempre o máximo, sem se preocupar com a possibilidade de ficarmos pelo caminho.
Enfim, acho que esta escolha depende de cada um, em função de suas aspirações, de sua capacidade e de suas possibilidades!
Só não vale criticar alguém por ser ambicioso ou inversamente, por ser acomodado! Como dizia um colega meu: passarinho, quando come pedra, sabe o tamanho do seu próprio fiofó!

Calvin e Haroldo: atingir a satisfação pode depender do tamanho das nossas ambições (clique para ampliar).
(Publicado no jornal O Globo, há muito tempo.)