Desde o início dos anos 60, a NASA já empregava verbas na busca por vida extraterrestre, tirando esta especulação dos domínios da ficção-científica e colocando-a definitivamente no campo da ciência. Atualmente, além da escuta feita por diversas entidades científicas, usando radiotelescópios, que tentam captar sinais emitidos por civilizações avançadas, os novos supertelescópios como o Hubble e outros instrumentos conjugados são utilizados na busca por planetas onde as condições sejam capazes de abrigar alguma forma de vida, inteligente ou não.
Esta busca não é feita pela observação direta, mas pelos efeitos gravitacionais causados por tais planetas nos movimentos das estrelas em torno das quais eles orbitam. Diversos planetas já foram "descobertos" assim, nos últimos anos.
Recentemente, um deles acaba de virar notícia, pela possibilidade de que possa ser viável para a vida. O planeta Gliese 581g tem uma órbita circular em torno de Gliese 581, uma estrela do tipo anã vermelha, na constelação de Libra, a "apenas" 20,5 anos-luz da Terra.
Concepção artística do planeta Gliese 581g, em torno da estrela anã vermelha Gliese 581. Na prática, ele não é visível da Terra, mas sua existência foi determinada pelas suas interações gravitacionais, que afetam os movimentos da estrela.
Gliese 581g foi detectado por uma equipe de astrônomos da Lick-Carnegie Exoplanet Survey, um projeto de pesquisas dos EUA.
A equipe é liderada por Steven Vogt e Paul Butler, pesquisadores de diferentes instituições que participam deste projeto. Suas conclusões foram baseadas em dados coletados ao longo de 11 anos por instrumentos acoplados a dois telescópios. A massa do planeta, um dos 6 que orbitam Glise 581, foi calculada como três a quatro vezes maior que a da Terra e sua translação dura aproximadamente 37 dias terrestres.
Informalmente, foi batizado com o nome de Zarmina, em homenagem à esposa de Vogt.
Mas, por que os pesquisadores colocaram este planeta na lista dos que podem conter vida?
Segundo as medições, o planeta mostra sempre a mesma face para a estrela-mãe. Apesar do calor abrasador no seu lado quente e do frio congelante no lado escuro, foi estimado que a temperatura média do planeta varia em torno de -12 a -31 graus centígrados, o que possibilitaria temperaturas semelhantes às terrestres na região situada na sua área de penumbra.
A massa do planeta indica ser ele provavelmente de natureza rochosa, com superfície definida e gravidade capaz de manter uma atmosfera.(Isto não quer dizer que ela exista.)
Em entrevista concedida para a Fundação Nacional De Ciência dos EUA, Steven Vogt, apesar de lembrar que não é um biólogo, se mostrou otimista quanto à possibilidade do planeta conter vida.
Ultimamente, os pesquisadores tem se mostrado propensos a uma revisão nos cálculos que estabelecem as probablidades de vida em outros planetas, em função da frequência com que tem sido descobertos novos planetas fora do nosso sistema solar. As descobertas superaram as expectativas iniciais, o que afeta aquelas probabilidades.
Apesar de tudo, ainda não há nenhuma comprovação das condições ambientais reais nestes planetas invisíveis. E, nos planetas do nosso sistema solar, apesar de já existirem sondas em Marte e condições para pesquisa de outros planetas em futuro próximo, até agora ainda não temos nenhuma confirmação positiva. Por enquanto, apesar das expectativas favoráveis, a existência de vida extraterrestre permanece apenas como uma conjetura.
Sem contar que o SETI (Search for Extra-Terrestrial Intelligence), através de radiotelescópios fica xeretando em todas as direções possíveis para ver se detecta algum sinal que seja interpretado como produzido por seres de outro planeta. Não creio em OVNIS e coisas de mesmo teor, mas mais do que ninguém torço para que haja vida, mesmo microscópia, em algum canto desse universo infinito. Se algum dia for provado que há vida em outro corpo celeste gostaria de estar vivo para ver a cara dos criacinistas e suas teorias estúpidas. Parabéns pelo texto, assim você acaba escrevendo um livro sobre esses temas que aborda com tanta maestria. Abraços, JAIR.
ResponderExcluir- Gliese 581g, ou Zarmina, tem um imperceptível descompasso entre os períodos de translação e de rotação - seu dia dura dois bilhões de anos.
ResponderExcluir- E lá existe vida, e vida inteligente. Os cientistas zarminenses calculam que o mundo foi criado em seis dias (dias deles), e estão agora no sétimo dia.
- Nos últimos dois segundos, eles colonizaram diversos planetas, entre os quais Marte. O resto da história eu já contei, no "Projeto Hades"...
- Mas, sem brincadeira... texto interessantíssimo, Rodrigues. Tenho certeza que um dia encontraremos vida extraterrestre - ou pelo menos, provas concretas de sua existência. Abraços.
Jair, não por coincidência, Carl Sagan, que escreveu o livro de FC CONTATO, inspirando o filme de mesmo nome, teve participação na criação do SETI. (Estou preparando algo sobre o filme.)
ResponderExcluirBarcellos, apesar da falta de dados mais concretos, eu acho que seria um enorme desperdício a existência desta infinidade de estrelas e planetas apenas para nossa contemplação. A possibilidade de somente a Terra possuir vida, com tantos mundos com condições semelhantes desabitados para sempre, me parece uma coisa inconcebível!