FRASE:

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"Se deres um peixe a um homem, vais alimenta-lo por um dia; se o ensinares a pescar, vais alimenta-lo a vida toda."

(Lao-Tsé, filósofo chinês do séc. IV a.c.)

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domingo, 26 de maio de 2013

MILENADAS E DOMINGADAS

Eu hoje tentei dar uma “milenada”, ou seja, tentei imitar o estilo de escrever da querida amiga Milene, do blog INQUIETUDE.
Peraí, mas a Milene tem estilo? Ela é notável justamente pela inconstância e pela forma solta e descomprometida com que escreve, sem se preocupar com nada, mudando do céu para o inferno, e do verso para a prosa!
Pois é justamente isto que eu tento aprender: a escrever sobre qualquer coisa, mesmo que seja uma banalidade, e assim mesmo agradar (pelo menos a alguém, espero).

Bela e nublada manhã de domingo...
Ligo a TV só por ligar. Por acaso, estão transmitindo uma corrida de Fórmula Um.
Eu já havia declarado que não assistiria, ou pelo menos não acompanharia mais esta competição, devido às ridículas manipulações de algumas equipes, tirando o brilho da competição entre os pilotos.
Mas, na falta de opção melhor, deixei a TV sintonizada enquanto fazia outra coisa.
Um locutor, que já se notabilizou em nível nacional por falar besteiras, fica narrando, usando um ex-piloto de corridas como cão-guia. Em determinado momento, ele, ouvindo a comunicação entre a equipe e um piloto exclama: “Estão dizendo para o Fulano salvar os pneus”!
Pensei comigo: alguém precisa falar para este energúmeno que “to save” em inglês nem sempre quer dizer “salvar”! Neste caso, é claro que estavam dizendo para o cara economizar os pneus!

 Pelo, jeito, este piloto resolveu "spender" os pneus, ao invés de "salva-los"...

Eu fiquei esbravejando por alguns minutos, mas a emissora deve ter recebido uma enxurrada de e-mails e “twittadas”, pois dali a pouco o cara voltou ao assunto, se justificando: “Eu falei salvar porque neste caso, como o desgaste é grande, tem mesmo é que salvar os pneus!”
(Um pouco depois, o ex-piloto que comentava falou, frisando a forma correta: “...nesta situação, tem é que economizar os pneus!”)
É espantosa a pretensão e a teimosia do indivíduo, insistindo em distorcer as coisas e tornar verdade aquilo que ele quer que seja!
Será que ele não "realizou" que está falando bobagem, com esta pseudo-tradução?
Neste instante, me veio a mente que aquele locutor expressa bem o espírito da própria emissora, que se julga mentora da opinião pública e se especializou em distorcer as coisas, ocultando o que não lhe interessa e destacando o que deseja evidenciar.
Nas notícias, sempre podemos consultar outras fontes, embora nem todo mundo o faça. Mas, eu observo que em eventos esportivos, com a tal “exclusividade”, eles manipulam o que estamos assistindo, a ponto de dizer que o que estamos vendo não é aquilo que estamos vendo! Juram que uma jogada não foi pênalti, quando a gente está vendo por todos os ângulos que foi!
Quem acompanha o noticiário por várias fontes pode ver claramente a omissão parcial ou total de certos eventos, além de interpretações tendenciosas de outros. Outras vezes, algum assunto recebe destaque com a finalidade de marketing, até mesmo para a promoção de novelas da emissora.
Pobre de quem fica exposto diariamente a esta fábrica de manipulação, sem outra opção de consulta!
Bom resto de domingo a todos!

quinta-feira, 7 de março de 2013

CRÔNICAS HOSPITALARES

Texto arquivado...
 
Quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013...
Preso a um leito, tento coordenar os pensamentos e aproveitar de alguma forma este tempo irremediavelmente devotado às agulhadas nas veias, nos dedos e no cérebro; sim, no cérebro, porque a expectativa de ser espetado é o uma das coisas que mais me incomoda.
Desconectado (não consegui obter a senha de nenhuma das redes locais da clínica e a péssima recepção local de 3G me desencorajou a assinar algum serviço deste tipo), só me resta escrever divagações para posterior publicação, se for o caso...
Na imagem cheia de chuviscos de uma velha TV CRT de 14 polegadas, vejo que o ex-papa Bento XVI foi acompanhado por toda a mídia televisiva em seu caminho aéreo para a residência onde ficará o resto do seus dias após a renúncia. Este foi o assunto de fundo de todos os noticiários e transmissões extras.
Eu fui educado em uma escola paroquial, onde o catecismo valia nota, assim como a presença na missa aos domingos. Fiz a primeira comunhão e segui assim até ao primeiro ano do ginásio, após o qual fui estudar num colégio particular onde a diretoria, a maioria do corpo docente e discente era formada por judeus. Lá nunca fui questionado com relação as minhas convicções religiosas e nem nada me foi perguntado a respeito.
Aos poucos, minhas atividades religiosas passaram a se resumir ao comparecimento à casamentos, enterros e missas de sétimo dia, sempre acompanhando a família.
De alguma forma, a falta de respostas à algumas questões fundamentais e a solidez de certos dogmas inexplicáveis (e inaceitáveis) me afastou ainda mais da paróquia e passei a procurar respostas em outras filosofias.
Hoje me pergunto qual diferença faz para mim o fato de um papa renunciar.
Não quero desrespeitar as pessoas que se importam com essas decisões, tomadas na cúpula de uma doutrina religiosa.
Mas, acho que, nos últimos quarenta anos, nenhuma decisão da minha vida foi tomada em função de algum ato papal. Com todo o respeito, eu mentiria se dissesse que a renúncia de Bento XVI alterou alguma rotina da minha vida.
“Rezar e refletir”, foram as palavras de Bento XVI/Ratzinger para descrever sua proposta em relação às suas atividades pós-papado, afirmando também que não deverá interferir na gestão de seu sucessor. Bom exemplo para ex-governantes do nosso país.
E um bom exemplo de atitude, que também pretendo seguir: rezar para daqui para diante não cometer tantas besteiras como as que já fiz, e refletir sobre as tantas besteiras que cometi e disse (como algumas acima).
Outro exemplo: por que, quando tenho todo o tempo do mundo e os meios para realizar alguma atividade, não o faço, e quando fico impedido de fazer qualquer coisa como agora, fico lamentando por isto?
Será que só sinto a necessidade de fazer algo quando estou impossibilitado de fazê-lo?
Será que isto ocorre com todo o mundo ou só com preguiçosos e acomodados como eu?
Estou ansioso por levantar desta cama, andar uns quatro quilômetros com minha cachorra, preparar um canteiro para reiniciar minha horta no fundo do quintal, contratar a pintura de meu quarto e dos muros da casa, consertar a chaminé da churrasqueira, arrumar a minha oficina/depósito e descartar no lixo quase um caminhão de coisas inúteis que estão há anos sem serem utilizadas, usar minha experiência para ajudar alguém a superar algum problema, enfim fazer um sem-número de coisas menos relevantes, mas necessárias.
Será que farei mesmo estas coisas quando estiver em condições?
A pergunta que não quer calar...

Já estou em casa outra vez, e resolvi publicar este texto, escrito há dias atrás...

sexta-feira, 8 de junho de 2012

NOTÍCIAS, ARMAS, MOTORES E VELHOS RABUGENTOS


Acho que é mais um dos sintomas da velhice...
Cada vez tenho menos paciência com certas coisas! As notícias na TV são por vezes revoltantes, tristes ou decepcionantes!
Às vezes passo dias sem ver o noticiário, mas os velhos vícios acabam vencendo e eu volto a assistir impotente à coisas difíceis de engolir.
E quando não é isto, ainda me irrito com a falta de qualidade das informações...E começo a implicar com os dados que são falados pelos jornalistas!
Ontem, As notícias da hora do almoço da rede líder de audiência me trouxeram duas notícias com detalhes insólitos.
A primeira: Nos comentários finais sobre um crime ocorrido em S. Paulo, o repórter menciona que a arma usada no crime foi uma pistola de “380 milímetros”.
Bem, então deve ter sido um canhão naval, do tipo usado pelos encouraçados da II Guerra Mundial, pois 380 mm são 38 centímetros, o que certamente é maior até do que o comprimento da pistola!
Não sou perito nem muito chegado em armas, e tudo o que sei deste assunto me veio da instrução militar regular e de leituras de obras sobre guerras. Mas, só para escrever isto, e também por curiosidade, me informei especificamente sobre o modelo de arma citado.

 Bismarck, famoso encouraçado alemão da II Guerra, era armado com 8 canhões de 380 mm (15 polegadas), além de armamento secundário.

Os calibres de armas são atribuídos de acordo com a suas origens, e normalmente, ou usam medidas do sistema métrico decimal (cm, mm) ou medidas inglesas (polegadas, ou centésimos ou milésimos de).
Por exemplo, numa metralhadora calibre .50 (ponto cinquenta), este “ponto” equivale a uma vírgula, e portanto é uma fração decimal da polegada, no caso 50 centésimos da polegada, ou meia polegada. Como uma polegada tem aproximadamente 2,54 cm = 25,4 milímetros, “.50” seria equivalente a 12,7 mm!
Porém, tem certas peculiaridades que as diferenciam, como o peso e formato do projétil, a carga propelente, o encapsulamento do projétil, etc...etc...
Mas, a tal pistola “380”, como fora identificada por um delegado um pouco antes, dispara um projétil de calibre chamado 380 ACP (ACP=Automatic Colt Pistol) e estranhamente, seu diâmetro não é “.380”, como seria de se esperar, mas “.355”= 355 milésimos de polegada (9 mm), porém mais leve e com menor poder de impacto que a bala 9 mm padrão. Também é chamada “9 mm short”, ou “9 mm browning”.
Munição ideal para uma arma um pouco mais leve, mas ainda com potência razoável, para ser disparada à curta distância.
Nada parecido com um canhão de 380 mm!
Acho que o repórter poderia repetir o delegado e dizer simplesmente que a arma do crime foi uma “pistola 380”, pois quem conhece saberia do que se trata, e quem não conhece pouco se importaria com esses detalhes!
Um tiro de pistola na cabeça mata, seja qual for o calibre!

A segunda: Numa notícia sobre o desaparecimento de um avião bimotor cargueiro na fronteira da Argentina com o Uruguai, a simpática repórter nos dá conta de que na hora do voo havia risco de “congelamento do motor” acima de determinada altitude!
Os aviões, quando voam em determinadas condições de frio (que aumenta com a altitude) podem sofrer formação de gelo nos bordos de ataque (superfícies frontais) das asas, estabilizadores e até nas hélices.
Essas formações de gelo podem alterar o perfil aerodinâmico do avião, prejudicando o seu desempenho e podendo até causar um acidente.
Para isto, existem dispositivos para impedir a formação de gelo, como aquecimento elétrico e ejetores de fluidos descongelantes, ou para quebrar gelo já formado, usando sapatas flexíveis e infláveis.
Mas, não posso imaginar que haja “risco de congelamento do motor”!
Motores tipo turbo-hélice, como os do avião em questão, trabalham com temperaturas internas em torno de 900°C, e não sei como poderiam congelar-se.
Em condições de intempéries extremas, voando através de granizo ou chuva intensa, quando as tomadas de ar do motor engolem grandes volumes de água e gelo, existem mecanismos para auxiliar a manter a chama acesa e evitar o chamado flameout, ou “apagamento de turbina”.
Mas, congelamento de um motor em funcionamento...é novidade pra mim!
Acho que vou parar de ver notícias por mais uns tempos! Nos outros canais tem: Furacão 2000 e Chaves!