No ano de 1939, as
atribulações pelas quais passava a Europa pareciam distantes demais
para preocupar o cidadão comum que habitava o cone sul do continente
americano.
No Brasil, só os
imigrantes alemães e seus descendentes concentrados no sul do país
acompanhavam (muitos torcendo a favor) a escalada do seu país de
origem.
Imigrantes judeus, que já sabiam que tipo de coisas estavam
acontecendo na Alemanha, torciam contra e tentavam inutilmente alertar os paisanos...
A Alemanha emergiu da
fome, da humilhação e da crise em que fora mergulhada pelos
tratados impostos pelos vencedores da I Guerra Mundial para
despontar como uma das nações mais prósperas e poderosas da
Europa. Depois de usar diversos expedientes para esconder da
fiscalização da Liga das Nações a reconstrução do seu aparato
bélico, a nação se sentiu forte o suficiente para
renegar publicamente as limitações dos tratados.
A voz irada de Adolf
Hitler, em discursos inflamados, proclamava que a Alemanha não mais
abriria mão de se armar e partir atrás do que considerava seu. Os
líderes das outras nações vizinhas se limitavam a declarações
tímidas, que só revelavam cada vez mais seu medo de confrontar o falastrão
líder nazista do Reich Alemão.
12 de março de 1938 - Guardas alemães e austríacos removem alegremente as barreiras de um posto de fronteira: a Áustria foi anexada, e agora faz parte da grande Reich alemão, sob a liderança de um austríaco.
Em 1938, já ocorrera a consentida anexação
da Áustria, e o regime nazista bradava ameaças contra as nações
vizinhas. Não demorou para que, em 1º de setembro de 1939, as tropas alemãs
cruzassem a fronteira da Polônia, reclamando terras que eles sempre
consideraram suas e onde já havia uma comunidade alemã residente. O
que a princípio parecia um incidente de fronteira seria, na verdade,
o estopim da 2ª Guerra Mundial.
Mesmo assim, as notícias
ainda pareciam distantes, até que, inesperadamente, a guerra passou
rente à nossa porta, mostrando que o mundo estava ficando pequeno
para os guerreiros europeus!
Subitamente, os
brasileiros, argentinos e uruguaios ficaram surpresos ao saber que a
primeira batalha naval da guerra estava acontecendo diante da costa
sul-americana!
Nos dias que se seguiram,
a população destes países acompanhou uma série de disputas e
negociações envolvendo um navio de guerra alemão, encurralado nas
águas territoriais do neutro Uruguai, diante do porto de Montevidéo,
enquanto dois cruzadores ingleses aguardavam sua saída, como cães
de caça postados na foz do estuário do Prata.
Os navios em questão
eram o encouraçado alemão Admiral Graf Spee, comandado pelo capitão
de mar-e-guerra Hans Langsdorff, e os cruzadores britânicos HMS Ajax
e HMNZS Achiles, sob o comando do comodoro Henry Harwood. No decorrer
da batalha, um terceiro cruzador, o HMS Exeter, se retirara do
combate devido aos danos e baixas sofridas.
Entretanto, diversos
outros navios britânicos já se aproximavam para fechar o cerco.
Admiral Graf Spee, "o tigre dos mares": como um tubarão vagando pelo Atlântico Sul, causou estragos na frota mercante inglesa e mobilizou grande parte da esquadra britânica somente para caça-lo.
Quando eu tinha seis ou
sete anos, meu pai leu para mim e para minha mãe a reportagem de uma
revista com uma narrativa detalhada daquele fato que eles (meus pais)
e meus irmãos mais velhos tinham ouvido falar durante a guerra (eu
nasci depois do fim do conflito).
Mas fiquei sabendo que na
época, a batalha provocara apreensão no sul do país, pois se os
alemães podiam chegar tão perto, talvez também pudessem
desembarcar tropas em nosso país (apesar de que o Brasil ainda era
neutro)!
Da mesma forma que fiz
com a guerra submarina envolvendo navios e aviões brasileiros,
pretendo resgatar os acontecimentos que marcaram esta batalha,
ocorrida em um cenário inusitado do Atlântico Sul e que teve seu
dramático desfecho diante da emocionada cidade de Montevidéo.
Nos próximos dois posts, eu
pretendo contar um resumo em duas etapas da história da Batalha do Rio da Prata
(Battle of River Plate), como ficou conhecido o confronto nos anais
da marinha inglesa.
OI LEONEL!
ResponderExcluirLEGAL.
ESTE É UM PERÍODO NEGRO DA HISTÓRIA MUNDIAL, MAS, QUANDO AS PRETENSÕES DE UM LOUCO, HITLER, LEVARAM TANTOS INOCENTES À MORTE.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Uma combinação de diversas situações tornou isto possível...
ExcluirQuando fazemos escolhas erradas, mesmo com boas intenções, temos um preço a pagar!
E mesmo os povos mais bem informados às vezes fazem escolhas erradas!
Abraços, Zilani!
É amigo Leonel, existem escolhas e resultados.
ResponderExcluirGrande abraço e obrigado pela visita ao blog.
Saúde, trabalho e paz interior.
Grato pela sua visita, Milton!
ExcluirAbraços!
Sem verificação... ozói cansá duvéi gradece!
ResponderExcluirAbração.
Tudo pra ajudar os coroas!
ExcluirAbraços!