FRASE:

FRASE:

"Se deres um peixe a um homem, vais alimenta-lo por um dia; se o ensinares a pescar, vais alimenta-lo a vida toda."

(Lao-Tsé, filósofo chinês do séc. IV a.c.)

domingo, 2 de fevereiro de 2014

ÓI NÓIS AQUI TRAVEIZ!

Oceis pensaram qui nóis ia embora...
Nóis enganemos oceis...
Fingimus qui fumus e vortemus...
Ói nóis aqui travêis!

Calma, gente! Não fiquei fora do mundo, não. Apesar de não ter publicado nada neste ano até agora, estive antenado todo o tempo, acompanhando as mudanças constantes na Terra, no espaço e em todos os astros visíveis.
Já sei que as manifestações populares em protesto contra as mazelas nacionais foram desvirtuadas por desordeiros infiltrados que promovem quebra-quebras com objetivo de desacreditar e tirar a legitimidade dos manifestantes.
E que a polícia não pode tocar nem manter presos os baderneiros, já que os mesmos contam com uma misteriosa rede de apoio, vinda, ao que parece, das divindades celestes...
Também percebi que, apesar de abandonarmos a transposição do rio S. Francisco (depois de ter enterrado bilhões do dinheiro público), de termos postos de saúde e hospitais inaugurados completamente inoperantes e escolas sem teto nem carteiras (com os professores sempre em greve), fomos capazes de financiar um porto em Cuba, como prova da amizade e do apreço do governo brasileiro pela ditadura de 54 anos dos irmãos Castro, baluartes da democracia.
Epa! Política não! Preciso me conter, mesmo porque é um assunto que fede e só dá raiva!
Vamos falar do tempo: enquanto a América do Norte enfrenta um dos invernos mais rigorosos de sua história, com sensações de até 50 graus C abaixo de zero, aqui no Brasil ocorre exatamente o inverso, com sensações de calor alcançando os 50 graus...acima de zero!

Uma diferença de 100º C entre as sensações térmicas nos hemisférios sul e norte...

Ao contrário da maioria dos brasileiros, principalmente dos cariocas, eu suporto melhor o frio do que o calor. Acho até confortável as temperaturas em torno de 20 graus positivos, como no inverno na serra fluminense (ou no meu quarto, com o condicionador de ar ligado).
Os passarinhos estão decididamente agitados, talvez em função do calor, ou talvez por receio dos gaviões, que parecem famintos, pousados no topo das árvores, soltando seus aterrorizantes e longos piados.
Nas ruas da metrópole, nada mudou: semana passada, um caminhão entrou a linha amarela, via expressa de tráfego, num horário proibido para caminhões. Rodando em velocidade acima da permitida, não percebeu que a caçamba se ergueu, por uma pane mecânica ou comando errado, excedendo a altura máxima para a pista. Colidiu contra uma passarela, que desabou sobre a via expressa, destruindo automóveis e motos, matando 5 pessoas e ferindo outras tantas...
Mas, apresentou uma boa justificativa para não ter percebido que a caçamba estava erguida: estava falando no celular!
É mole?
Estamos em um ano que vai ser difícil de começar: normalmente, por aqui o ano só começa depois do carnaval, mas, aí vem o aquecimento para a Copa do Mundo...E depois? Aí, vêm a campanha eleitoral e as eleições...No mês seguinte, já começa a época pré Natal, e assim, é bem provável que o ano termine antes de começar...
Mas, pelo menos, recomecei a escrever nesta página...

Abraços a todos!  

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

É NATAL!


  



Época de Natal novamente...

Desta vez não vou entrar em considerações sobre as distorções que a exploração comercial introduziu para esta data e para o seu verdadeiro significado.

Desejo apenas que este evento tradicional sirva para:

Estreitar ainda mais os laços familiares...

Estreitar ainda mais os laços de amizade...

Despertar nas pessoas o sentimento de solidariedade para com os menos favorecidos...

Reduzir a relevância das coisas desagradáveis...

Aumentar o peso dos momentos felizes...

Um natal de paz para todos!
 

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

ADEUS, MADIBA

Nelson Rolihlahla Mandela
(Mvezo, 18-jul-1918 – Joanesburgo, 5-dez-2013)


Anos atrás, quando ainda vigorava na África do Sul o regime do apartheid, e o país se encontrava sob boicote político, econômico e até esportivo de diversas nações, eu costumava repetir uma profecia sinistra: “no momento em que a maioria negra assumir o poder, seja de que forma for, haverá um banho de sangue!”
Eu tomava como base os fatos já ocorridos após a independência em antigas colônias e redutos europeus na África, até mesmo pelas rivalidades radicais entre tribos e facções que até então dividiam o território africano.
Então, em 1990, pressionado por muitas nações, o governo de Pretória acabou por libertar Nelson Mandela, condenado à prisão perpétua e mantido prisioneiro desde 1964, sob acusações de terrorismo e sabotagem. Acenderam o estopim de um barril de pólvora, pensei eu. E logo começaram as manifestações que levaram o Congresso Nacional Africano (CNA) a apresentar a candidatura de Mandela ao governo. Convém lembrar que o CNA, apesar de estar direcionado para uma causa comum, era formado por diversas facções, cada uma com suas próprias lideranças e algumas delas bastante radicais e inclinadas a ações violentas.
O próprio Mandela não tinha um retrospecto exatamente pacifista. Em determinada fase de suas atividades, chegara a defender métodos violentos em resposta às ações também violentas que eram empregadas pelo governo da minoria branca contra a população negra.
Porém, quando se viu como quase uma unanimidade na preferência da população, conseguiu estabelecer uma política de transição com o governo de De Klerk, menos radical que seu antecessor Botha, ao mesmo tempo em que teve habilidade e firmeza para conter os líderes mais radicais, obter o seu apoio e convence-los a construir uma nova nação, ao invés de simplesmente destruir a antiga, substituindo-a pelo caos de uma guerra civil que nunca teria fim.
Assim, nas primeiras eleições gerais e livres da África do Sul, elegeu-se presidente em 1994 com grande maioria de votos.
Sem revanchismo, mesmo sendo visto sem muita simpatia pelos funcionários do antigo regime, manteve diversos deles nos seus postos, em função de sua experiência, inestimável na organização de seu próprio governo. O que mudou, e muito, foi a atitude da polícia nas ações de repressão em relação à população negra.
O sucesso de Mandela já fora reconhecido em 1993, quando ele foi agraciado com o premio Nobel de Paz, juntamente com De Klerk , por terem ambos efetuado com sucesso as negociações para a difícil transição do regime.
Entretanto, Mandela também foi muito criticado por não haver promovido mudanças mais radicais em algumas políticas do antigo regime.
Pelo que sofreu durante o período de encarceramento, teria motivos de sobra para guardar rancor de seus antigos captores, mas nenhum ato de revanchismo foi incentivado por ele, o que lhe concedeu o status de um verdadeiro estadista!
Me fez queimar a língua e o meu pessimismo!
Descanse em paz, Mandela!
Não foi um santo, nem foi perfeito, mas seu nome ficará na história!


Nota: entre seus seguidores, Mandela era chamado pelo apelido carinhoso de “Madiba”. 

sábado, 26 de outubro de 2013

TURISMO ESTRATOSFÉRICO “BARATINHO”

Um voo só é considerado espacial se ultrapassar a altitude de 100 km acima do nível do mar. Já existem empresas empenhadas na preparação de pacotes de turismo espacial, incluindo passeios orbitais.
(Veja o post: UM PORTAL PARA O TURISMO ESPACIAL).
Mas o custo previsto é bem alto, restringindo o número de prováveis turistas à uns poucos privilegiados.

Numa cápsula pressurizada, a visão da Terra a 30 km é fascinante!
(Imagem: World View Enterprises Inc.)

Entretanto, o grupo World View Enterprises, de Tucson, no Arizona (EUA), oferece uma alternativa: um passeio pela alta atmosfera, a 30 km de altitude, de onde já se pode apreciar um panorama incrível do nosso planeta e do espaço.
O pacote custa a bagatela de 75.000 dólares, preço médio de um utilitário esportivo (SUV) de luxo, nos EUA.
Mas, a novidade é que os turistas não terão que suportar as enormes acelerações da decolagem de um foguete: a viagem é toda feita numa cápsula pressurizada suspensa sob um balão!
A cápsula terá capacidade para transportar seis passageiros e dois tripulantes e a duração do voo será em torno de duas horas. 

Após o voo, a cápsula descerá em um paraquedas até ao solo.
(Imagem: World View Enterprises Inc.)

A diretora executiva da empresa, Jane Poynter, acredita que:
“A visão da Terra pairando na escuridão vazia do espaço ajudará as pessoas a perceberem sua conexão com nosso planeta e com o universo que nos cerca, proporcionando uma experiência que mudará as vidas dos nossos passageiros”.
Esperemos que para melhor...

sábado, 19 de outubro de 2013

O PRIMEIRO CONTATO

No conto de Arthur C. Clarke A SENTINELA (*), de 1948, uma expedição à Lua, em 1996, descobre meio enterrada na poeira lunar, uma estrutura piramidal cercada por um campo de força, presumivelmente colocada ali há talvez milhares de anos antes da existência de nossa civilização por visitantes extraterrestres.

Após muitos esforços, usando detonações nucleares, os homens conseguem romper a proteção, mas isto faz com que o objeto emita uma transmissão endereçada aos confins do espaço, supostamente para avisar aos construtores que os humanos finalmente haviam conseguido sair do seu planeta. O conto termina com a expectativa de que os visitantes voltarão para fazer contato com nossa civilização. Mas expressa um temor:

“Os que estavam na escuta certamente voltarão suas mentes para a Terra. Talvez desejem auxiliar nossa jovem civilização. Devem, no entanto, ser muito, muito velhos e, frequentemente, os velhos têm uma inveja insana dos jovens.”

O temor do primeiro contato é explicável: basta observar aqui mesmo na Terra, o que aconteceu quando civilizações tecnologicamente mais avançadas fizeram contato com nativos. Principalmente no continente americano, os europeus, mesmo sendo bem recebidos, se revelaram arrogantes e gananciosos, saqueando até as últimas riquezas dos nativos, banindo as “heresias” representadas por suas culturas, obrigando-os a se converterem às suas religiões, escravizando-os e finalmente exterminando-os por guerras ou pelas doenças que trouxeram, ou até mesmo dizimando suas fontes de alimentação, como fizeram os colonos com os búfalos da América do Norte.

Assim, se as culturas tecnologicamente mais avançadas se comportarem da mesma forma que nós, só teremos a temer deste primeiro contato.

Extraterrestres se preocupariam com nossos princípios morais e éticos? Talvez tenham princípios completamente diferentes...
 

Talvez por isto, os governos das principais potências se mostram tão reservados quando o assunto são OVNI (objetos voadores não-identificados) e supostos contatos com seres extraterrestres. Do ponto de vista militar, é uma clara situação de impotência se admitir que naves alienígenas possam cruzar o espaço aéreo de uma nação a seu bel-prazer, sem serem interceptados nem identificados.

Do ponto de vista político, parece evidente que alguém capaz de vencer distâncias intergalácticas pouco se importará com problemas desta natureza. Outro aspecto que tem que ser levado em conta é o pânico que a presença de alienígenas poderia causar na população e de que forma isto pode influenciar suas crenças e princípios morais. Será que seres tão diferentes seguem alguma regra de conduta que os impeça de nos ver apenas como um rebanho de animais a ser estudado ou dissecado? Quererão levar alguns espécimes para seu zoológico espacial? Ou nos utilizar para pesquisas, como fazemos com alguns animais do nosso próprio mundo?

A curiosidade sobre alienígenas é grande...Mas, será que vale mesmo a pena encontra-los, ou melhor, ser encontrado por eles?

Afinal, eles também poderiam ser também mais evoluídos na arte da convivência, como os humanos tentam ser há tanto tempo. Neste caso, seriam os “ETs bonzinhos” como aquele do filme de Steven Spielberg. Poderiam nos ensinar muita coisa...

Interessante que, para cada filme ou história de ET camarada existem uns dez (ou mais?) de alienígenas vampirescos, que exterminam de forma sistemática e buscam ocupar nosso planeta para criar sua colônia, ou estão atrás de recursos como água ou oxigênio, abundantes em nosso planeta.

Em algumas destas histórias, os visitantes devastam sem nenhuma explicação ou diálogo, e a princípio, os terráqueos parecem não ter a menor chance. Depois, de alguma forma ilógica e fantasiosa, conseguem derrotar os alienígenas e suas tecnologias mais avançadas, usando apenas nossas armas rudimentares e alguma criatividade.

Uma civilização tecnologicamente mais avançada poderia arrasar nosso planeta sem mesmo pisar nele. Mas, por que faria isto?
 
Mas, examinando a história de nosso planeta, podemos constatar que as civilizações mais adiantadas tecnologicamente sempre subjugaram as mais rudimentares.
Nossa maior esperança é a de que os ETs sejam bem diferentes de nós, e mais avançados também na filosofia e no conceito de preservação da criação.

Afinal, mesmo se um pequeno percentual dos incontáveis relatos de avistamentos de OVNI forem autênticos, isto mostraria outra alternativa: os visitantes querem apenas observar, sem interferir, da mesma forma que os humanos observadores da vida selvagem terrestre e aquática, que filmam, tiram fotos e colocam rastreadores em animais apenas para conhecer seus hábitos.

Oremos para que os alienígenas sejam bem menos gananciosos do que os humanos comuns e se comportem como os naturalistas e ecologistas...
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(*) Alguns anos depois da publicação nos EUA do conto A SENTINELA, Arthur C. Clarke recebeu um convite para desenvolver a história como argumento para um filme. Daí se originou o lendário 2001: UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO (1968), um filme que virou cult para os fãs da ficção científica. O conto original foi publicado nos EUA em 1951 pela Avon Periodicals Inc., e no Brasil em 1978, na coletânea SOBRE O TEMPO E AS ESTRELAS, da Editora Nova Fronteira.

domingo, 13 de outubro de 2013

A INVASÃO DOS TRANSGÊNICOS


Por definição, transgênico é um ser vivo que recebeu um gene de outra espécie animal ou vegetal. O gene inserido pode vir de outra planta ou animal, mesmo de espécies diferentes.  
A princípio, a mutação transgênica em vegetais tem por finalidade melhorar suas qualidades nutritivas ou produtivas, ou até torna-lo mais resistente às pragas naturais, ou às mudanças climáticas.
Em tese, os vegetais modificados dependeriam menos de agrotóxicos e fertilizantes. 
Tudo seria ótimo, se o ser humano realmente pudesse antever e inferir todas as consequências de tais mutações. Mas, quando o bicho homem se mete a interferir no curso natural das coisas, nem sempre o resultado é garantido, apesar das melhores intenções de quem o faz.
Por isto, existe uma corrente de pessoas ligadas à conservação do meio ambiente que vê com ceticismo os supostos benefícios dos alimentos transgênicos.
A organização internacional ambientalista Greenpeace, por exemplo declara que:

"A introdução de transgênicos na natureza expõe nossa biodiversidade a sérios riscos, como a perda ou alteração do patrimônio genético de nossas plantas e sementes e o aumento dramático no uso de agrotóxicos. Além disso, ela torna a agricultura e os agricultores reféns de poucas empresas que detêm a tecnologia, e põe em risco a saúde de agricultores e consumidores. O Greenpeace defende um modelo de agricultura baseado na biodiversidade agrícola e que não se utilize de produtos tóxicos, por entender que só assim teremos agricultura para sempre."

No Brasil, desde 1998 foi liberado o plantio e a comercialização da soja transgênica, apesar da oposição dos grupos ambientalistas nacionais.
Mais recentemente, o mesmo ocorreu com o milho, e aí eu comecei realmente a perceber as mudanças. Pois se eu faço pouco uso da soja na minha dieta, o mesmo não ocorre com o milho!
Sabe-se que o milho tem sido modificado pelo homem desde os primórdios de sua cultura, através de cruzamentos, melhorando a sua qualidade para alcançar a produtividade que temos hoje.


Evolução genética resultante da manipulação do milho, desde a variedade primitiva chamada teosinto (E) até ao milho atual (D).

Porém, com as mutações  genéticas feitas em laboratórios por empresas privadas, os tipos de vegetais gerados passaram a ser patenteados por grandes laboratórios como Monsanto, BASF, Bayer, Dupont e Syngenta. No Brasil, em 1999 a Novartis foi autorizada a realizar testes com uma variante de milho transgênico chamada BT.
Entretanto, segundo a Wikipédia:

"Em relatório recentemente divulgado, notou-se que submeter camundongos a dietas contendo quantidades significativas de determinado tipo de milho transgênico (o MON 863) é prejudicial à saúde destes animais e pode causar lesões consideráveis em órgãos importantes (rins, fígado, etc), interferir com a função do sistema imunológico (contagem de linfócitos, leucócitos, granulócito), e alterar seus metabolismos (glicose)."

Há alguns meses, recebi pela internet um arquivo PPS, que eu a princípio classifiquei como uma daquelas correntes alarmistas que tanto infestam a rede. O tal arquivo denunciava que alguns produtos comercializados no Brasil já estavam fazendo uso do milho transgênico, sendo que eram marcados discretamente por um símbolo: um triângulo amarelo com a letra "T" em preto. Para minha surpresa, eu localizei na minha despensa um pacote com o tal símbolo, que eu nem havia percebido ao comprar o produto!

Este símbolo aparece quase sempre em locais meio escondidos e em pequenas dimensões, nas embalagens de transgênicos.

Pois bem! Agora, passados alguns meses, fui verificar nas prateleiras do supermercado, e para minha nova surpresa, não consegui localizar um só produto derivado de milho que não ostentasse o fatídico triângulo amarelo!
Desde flocos de milho, farinhas, salgadinhos de diversos sabores até ao popular amido de milho de diversas marcas!
Para não falar da pipoca que você saboreia no cinema ou diante da TV!
Assim, me vi sem opção, e fiquei sabendo que em, alguns países produtores, a maioria da produção já é de transgênicos!
No Brasil, a exemplo do que aconteceu com a soja, a implantação foi feita "na marra", antes mesmo de que fosse liberado o cultivo e comercialização.
A produção atual de milho transgênico no Brasil já é de 85% do total!
Segundo a BBC:

"Dezoito variantes de milho geneticamente modificado foram autorizadas pelo CTNBio, órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia que aprova os pedidos de comercialização de OGMs (organismos geneticamente modificados)."

Atualmente, vegetais transgênicos ocupam mais de metade da área cultivada no Brasil.
A partir do ano que vem, será comercializado no país um tipo de feijão geneticamente modificado pela EMBRAPA, resistente ao vírus do mosaico dourado, uma praga que ataca nosso alimento mais popular.
Nos EUA, a FDA (Food and Drug Administration, órgão que regulamenta e fiscaliza a alimentação naquele país) aprovou em caráter prévio a comercialização e consumo de um tipo de salmão geneticamente modificado.
E os testes com ratos?
Os testes feitos até agora só detectaram efeitos negativos em um tipo de milho, não comercializado em nosso país. Mas, grupos ambientalistas continuam exigindo que se retarde a liberação do consumo até que sejam feitos mais testes, inclusive sobre a influência a longo e médio prazo dos transgênicos no meio ambiente onde são cultivados.
Porém, a polêmica está sendo atropelada pela produção, pois os agricultores querem aproveitar de imediato as vantagens econômicas do plantio e produção de transgênicos e antes mesmo da regulamentação já faziam uso dos mesmos.
Parece que os transgênicos vieram mesmo para ficar, e os vegetais originais sobreviverão apenas em bancos genéticos, como peças de museu.
Esperemos que os nossos aprendizes de feiticeiro não ocasionem danos reais e irreversíveis ao meio ambiente e que realmente possamos aproveitar os benefícios da genética para alimentar a sempre crescente população do planetinha azul...

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

O DIA DA VERGONHA NACIONAL

Alô, queridos amigos!
Eu queria voltar a postar abordando um tema mais ameno, falar de cinema, fatos históricos do passado, ciência ou divagações sobre estados da mente, mas infelizmente, calhou de me sentir obrigado a trombetear mais uma vez sobre as mazelas da nossa Pindorama.

 Honramos a tradição: aqui tudo sempre acaba assim...

Eu sempre fui meio avesso a “dias” consagrados à diversas coisas, como Dia da Paz, Dia do Amigo, etc... Acho que deveríamos procurar manter a paz e as amizades todos os dias, indistintamente.
Porém, fatos marcantes me deixam tentado a marcar certas datas. Como agora, por exemplo, sinto um impulso de marcar a data de 18 de setembro de 2013 como:  
Dia da Vergonha Nacional!
A realidade, deveria ser o dia da falta de vergonha. Pois foi neste dia que a mais alta corte de justiça do Brasil determinou e decidiu, por um voto de Minerva, que todo aquele julgamento envolvendo os réus do processo chamado Mensalão, que consumiu meses de debates, análises detalhadas de volumes enormes de provas, sessões em que os envolvidos tiveram amplo direito à defesa e que culminou com a condenação da maioria deles por diversos crimes...simplesmente não valeu!!!
Todo aquele aparato, televisionado para todo o Brasil diariamente, todo o gasto com o dinheiro público (nosso), os esforços dos que apresentavam as provas incontestáveis dos crimes, assim como dos que teimavam em defender os réus, tudo foi assistido com esperança por pessoas que ingenuamente, esperavam que algo fosse mudar nas atitudes deste país em relação à criminosos como aqueles, de colarinhos branquíssimos e engomados.
Outros, mais descrentes, simplesmente estalavam os beiços e abanavam a cabeça: “Vai acabar em pizza! Nenhum político vai para a cadeia!”
Já foi notável a diferença das penas aplicadas aos envolvidos de filiação política e aos “cidadãos comuns”, bancários, lobistas e articuladores que participaram do processo. As destes últimos foram bem mais rigorosas, quando eu achava que deveria ser o contrário. Mas, como declarou o ministro que desempatou a votação, de nada vale a minha opinião, assim como a do povo brasileiro, diante das inferências jurídicas.
Muito bem! Então me explique uma coisa: para que gastar tanto tempo com um julgamento, para depois fazer um outro julgamento, apenas para saber se aquele foi para valer ou se foi brincadeirinha? Uma coisa assim pode ser levada a sério?
Na minha opinião (que eu sei que não vale nada), o poder judiciário perdeu a chance de ser o herói e se juntou ao legislativo e ao executivo quanto à falta de credibilidade!
O legislativo já definiu claramente de que lado está, ao legitimar o mandato de um presidiário! O executivo já teve seu julgamento público, expresso pelos milhões de jurados que foram às ruas do país nos últimos meses.
Agora, foi a vez do judiciário reafirmar que neste país, cadeia é só para ladrões de galinhas! Ou para pretos e pobres, como preferem alguns!

Nota: Em meu post de 25 de outubro de 2012, PIZZA OU MARTELO?, eu avisava aos incautos que ainda tinha muito chão até vermos um colarinho branco no xadrez...