Em 1519, o explorador espanhol Hernando Cortez, partindo de Cuba, chegou ao México, então habitado pelos astecas. Seu objetivo estava delineado: conquistar o império asteca e se apossar de todas as suas riquezas!
Como farejou dissidências entre seu pessoal, determinou que os navios que os haviam trazido fossem queimados, para que não houvesse a possibilidade de recuar.
Mais tarde, como bom conquistador da sua época, tomou como refém o imperador Montezuma, que o havia recebido com flores, destruiu e saqueou a capital Tenochtitlan e, com a ajuda de outros povos inimigos dos astecas, destruiu e saqueou todo o império asteca.
Mas,o fato de haver destruído seus navios após chegar, entretanto, tornou-se marcante, como uma prova de sua determinação, forçando seus homens a se concentrarem num único objetivo. Não haveria segunda chance! Vitória ou aniquilação! A dominação sobre os astecas passou a ser sua única chance de sobrevivência, e para Cortez, uma garantia de que todos dariam o melhor de si para atingirem um propósito.
De vez em quando, inadvertidamente, “queimamos os navios” e tomamos uma decisão que nos parece irrreversível. Colocamos todas as fichas em um número e contamos que vamos ter sucesso em uma empreitada.
Mas, na vida, parece que a única coisa certa é a sua própria incerteza.
É impressionante a forma como certas “linhas do tempo” são quebradas, e essas quebras nos arremessam para uma outra via, onde acabamos seguindo caminhos paralelos ou divergentes daquele que pretendíamos seguir!
Após algumas destas quebras, que fizeram minha vida dar “cavalos de pau”, como um fusca faria num pega dos anos 70, adotei uma linha diferente: hoje, prefiro planos a curto prazo. Mesmo porque, não sei até aonde vai a minha longevidade. Mas assim, tenho sido mais bem sucedido do que em outros tempos. E para certos pontos no desenvolvimento cronológico dos meus planos, coloco um operador “IF” (se). Se até aqui isto não foi alcançado então...e daí, surgem as alternativas!
Outras vezes, fico simplesmente ao sabor do vento, com a mente aberta, vendo aonde as correntes vão me levar...coisa típica de velhos preguiçosos, que não querem arcar nem com o peso de uma decisão, né?
Mas, na verdade, quando tenho que tomar uma decisão, é rapidinho, mesmo que seja a decisão errada!
Às vezes, fico matutando se Cortez tinha realmente avaliado que suas forças seriam capazes de levar a cabo seus objetivos, e tinha ele certeza da vitória, ou se preferia ser aniquilado a deixar de alcançar sucesso naquela primeira e única tentativa.
Para algumas pessoas, deve ser melhor morrer do que mudar de ideia...