Aos poucos, começo a perceber formas meio indefinidas em meio a névoa. Eu me recordo quando ainda menino, nas manhãs do sul, andava os 3 ou 4 km até à escola envolvido na névoa.
Só que nós a chamávamos “cerração”. Eu sentia uma sensação gostosa de estar escondido enquanto avançava sem ser visto em meio àquele manto úmido e envolvente.
Às vezes, a gente só podia reconhecer as pessoas a uns cinco metros ou menos, de tão cerrada que era a névoa...
Tinha um ditado local: “cerração baixa, sol que racha”...
Isto quase sempre era verdade, pois quando, lá pelas 10, 11 horas, a cerração se dissipava, aparecia aquele céu de brigadeiro e um sol de torrar!
Mas, agora é diferente. Eu tenho alguma apreensão em relação ao que vou encontrar quando a névoa se dissipar...
Será que reencontrarei as mesmas coisas, ou essa cortina nevoenta oculta coisas inusitadas?
O quanto o mundo e as pessoas mudaram neste lapso de tempo em que estive envolvido na névoa?
Será que ainda lembrarão de mim?
Porque o tempo é relativo. Dizem que quem viaja com velocidades próximas à da luz pode perceber como minutos o tempo de muitos anos decorridos para quem ficou estacionado.
Mas, neste caso, parece ocorrer o inverso.
Algumas horas e dias vividos por quem estava fora da névoa, parecem meses e anos para mim...
Parece que tanta coisa aconteceu...
Será que o mundo mudou?
Será que eu mudei?
Meus olhos se apertam tentando vazar as sombras, furar esta capa difusa e desvendar o que ela encobre...
Quanto tempo levarei para descobrir?
Com que formas inusitadas vou me deparar quando se abrir o “sol que racha”?
Tinha um ditado local: “cerração baixa, sol que racha”...
Isto quase sempre era verdade, pois quando, lá pelas 10, 11 horas, a cerração se dissipava, aparecia aquele céu de brigadeiro e um sol de torrar!
Mas, agora é diferente. Eu tenho alguma apreensão em relação ao que vou encontrar quando a névoa se dissipar...
Será que reencontrarei as mesmas coisas, ou essa cortina nevoenta oculta coisas inusitadas?
O quanto o mundo e as pessoas mudaram neste lapso de tempo em que estive envolvido na névoa?
Será que ainda lembrarão de mim?
Porque o tempo é relativo. Dizem que quem viaja com velocidades próximas à da luz pode perceber como minutos o tempo de muitos anos decorridos para quem ficou estacionado.
Mas, neste caso, parece ocorrer o inverso.
Algumas horas e dias vividos por quem estava fora da névoa, parecem meses e anos para mim...
Parece que tanta coisa aconteceu...
Será que o mundo mudou?
Será que eu mudei?
Meus olhos se apertam tentando vazar as sombras, furar esta capa difusa e desvendar o que ela encobre...
Quanto tempo levarei para descobrir?
Com que formas inusitadas vou me deparar quando se abrir o “sol que racha”?
Leonel,
ResponderExcluirBela reflexão, dá para inferir certa angústia pós trauma nas entrelinhas, mas como não nos cabe interpretar o que vai no coração do autor, fico na formalística, você produziu um peça literária muito boa. Abraços e bom retorno à blogsfera que já sentia a tua ausência, JAIR.
Insondável é o pensamento do autor que viveu um passado e quer revelar o futuro! Incógnita a ser decifrada! Belo pensar...
ResponderExcluirAbraço, Célia.
Meu amaaado amigo Leonel!
ResponderExcluirNesses últimos dias estou no meio do olho de um furacão. E, como não me apercebi dos sinais de sua formação sigo assustada, numa tristeza de luto e tentando "agarrar" no que não mais existe. Leio os amigos e não tenho vontade de comentar... não sei quanto tempo ele durará e nem mesmo se sairei viva! Mas aqui, depois de ler tanta VIDA precisava registrar o que percebo: vai sim descobrir o que simplesmente esteve encoberto e à sua disposição. Vai sim sentir que, muito mais que o mundo é você que mudou! Benditas mudanças... mesmo que inúmeras vezes elas venham assim: enevoadas ou "furacônicas". Jamais saímos ilesos, jamais os mesmos.
Beijuuss recheados com meu carinho e admiração
Regina
Emerge da bruma um novo aspecto do velho Leonel. Bem-vindo seja, seja o que for, porque é você, roupa úmida, que o sol secará.
ResponderExcluirAbraços.
Caráca véi!! Tu emergiu e me afundou em (???)... rss
ResponderExcluirSe torcida é fundamental... tejê torcido!
Caso a cerração não passe... Pegue em minha mão e vamos, meu amigo.
Abraços de verdade meRmo.
Tatto/Xipan
Bela reflexão, meu caro!
ResponderExcluirQuando a cerração passar, não será o Sol a surgir, risonho, te oferecendo a quentura dos dias, da vida?
ResponderExcluirUm tanto de gente está aqui, feito disse o Tatto, querendo segurar a tua mão e atravessar isso junto. Se não dá na real, a torcida e o pensamento positivo hão de cruzar os céus e chegarem a você.
Beijos, meu querido.
Fique bem, muito bem.
Caro amigo Leonel!
ResponderExcluirDepois de alguma distancia cá volto eu aos blogues. A ler este seu post me fez recordar as selvas lá de Angola onde eu vivia. Lá não se chamava nevoa e nem serrado, lá era "cacimbo". Em Portugal é nevoeiro. Também lá, esse cacimbo era tão serrado até por volta das 11 ou 12 horas e quando abria tinha-mos sol arrasar, mas era um sol gostoso. O cacimbo era tão denso que os pombos verdes que viajavam a grande velocidade, acabavam por embater na nossa casa branquinha e que se disfarçava bem no meio desse cacimbo, acabando assim morrerem.
Espero que o meu amigo continue em boa forma e vamo-nos encontrado por estes meios, se Deus quizer com mais frequencia.
Um ggrande abraço.
Perfeita analogia, Leonel - e tecida com o brilhantismo que a simplicidade da indagação pede...
ResponderExcluirO "manto" agasalha, a cortina nem sempre oculta, apenas protege sutilmente...e seja o que for que se revele, passou pela transformação que precisava...
Bom ter vc de volta (no post anterior deixei um comentário que não entrou...)
Bom domingo, um beijo!
Muito estimado Leonel,
ResponderExcluirobrigado por me levares contigo nesta caminhada pelo nosso Rio Grande de antanho, do qual somos coetâneos, buscando a Escola sob cerração baixa, que o saber primevo nos dizia — como narras —anunciar um sol que racha. Este, usualmente presente na jornada de volta, quando, ao dobrar as ave-marias, dizíamos “meio dia, panela no fogo, barriga vazia!”
Obrigado por temperares saudades
attico chassot
Que bom ter encontrado o seu blog , nas minhas "andanças" aí pela blogsfera!
ResponderExcluirInteressante, um tanto misterioso, bonito...Creio que já são ingredientes pra que eu te siga, e volte mais vezes pra aprender com você, as coisas que parece saber e muito.
Uma perguntinha básica: Será mesmo que o tal Asteróide vai vir de encontro com a Terra ?? Dizem que isso se dará nesse ano de 2012 ...Será ??
Feliz semana pra todos nós!
Bjossss
Quem sabe o que vai na alma do escritor?! Não nos cabe tentar cavar mais fundo mas vamos tateando entre as Brumas fico também preocupado pois para mim você não é só um amigo virtual você é real... O blog me salvou de uma depressão braba por isso fico preocupado quando sinto algo nas entrelinhas das postagens dos amigos... Como vai meu velho camarada?!
ResponderExcluirLá em Minas também a gente fala cerração Leonel e é uma das coisas que mais me encantam até hoje. A gente muda porque vai enxergando o mundo por outros ângulos e o mundo também muda Leonel... anconstância das coisas está para tudo e todos. A esperança e a fé são ferramentas que usamos para acreditar que por trás da névoa haverá luz e que ela dissipará qq escuridão desse mundo cão.
ResponderExcluirBeijos!!